segunda-feira, 19 de maio de 2008

MINHA CIDADE MEU AMOR



Gosto da minha cidade,
das ruas e vielas em sarilho,
dos gritos e refrães já sem idade,
como uma mãe gosta de um filho,
dando-lhe amor em qualquer idade;
Mesmo embora estando sentida,
e se sinta abandonada,
julgando-se uma mãe ferida,
pela filha descuidada;
Esta cidade que eu amo,
desgraçada, salafrária,
folha seca de velho ramo,
preso à árvore centenária;
Perdeste o brilho de outrora,
aquela viçosa mocidade,
mal sabes o que pareces agora,
puta velha sem maldade!
Mesmo assim gosto de ti,
com as cãs e rugas tuas,
quem me dera gostares de mim,
como eu amo as tuas ruas;
Foi nelas que me iniciei,
meu amor, ó velha tonta,
tantos sonhos eu sonhei,
que até lhe perdi a conta;
Já não és uma bela rameira,
o teu sorriso soçobrou,
trocaram-te de uma maneira,
que o teu tempo acabou;
Tem paciência ó cidade,
com estes filhos da nação ,
não vejas só neles maldade,
são cegos de ingratidão.

2 comentários:

Anónimo disse...

http://assumptu-assuntos.blogspot.com/

Anónimo disse...

Aqui posso-te falar... proibis-te-me de te falar... e de me falares.. mas sinto falta..de ti...de mim... de nós... tal como desta cidade ..