domingo, 25 de maio de 2008

TRAGÉDIA


(FOTO DE PAULO ABRANTES)


Somos todos tão estranhos,
que nem dá para perceber,
perseguimos um riso tamanho,
até ao fim do nosso querer;
Detestamos a tragédia,
só gostamos duma sã paz,
mas anda sempre à curta rédea,
sem ela nada se faz;
É uma tragédia não ter,
uma tragédia não ser,
é uma tragédia amarmos,
sem tragédia não é viver;
Somos tão conflituosos,
divididos entre o ideal e o ser,
chegamos a ser amorosos,
na luta do que queremos ter;
Recordamos um amor,
impossível de viver,
naquele beijo de tanto ardor,
que connosco vai morrer;
Mas, afinal o que queremos?
se não apanhamos a felicidade,
será apenas para vivermos,
um momento de saudade?
Todo o homem é sofredor,
como poeta é mentiroso,
este, alegre, é um fingidor,
aquele um grande manhoso.

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei do seu poema. Muito revelador da nossa idiossincrasia lusa.
Um abraço e parabéns.