segunda-feira, 5 de maio de 2008

GOVERNADOR CULPA ENCARNAÇÃO POR LUTA SEM QUARTEL


(Passando a publicidade desta empresa, no Diário de Coimbra,achei por bem inserí-la no contexto)

Segundo o Diário as Beiras, Henrique Fernandes, recém-empossado presidente da Concelhia do Partido Socialista e futuro candidato à presidência do palácio da Praça 8 de Maio, no aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Coimbra, não resistindo ao apelo da campanha eleitoral, mandou umas farpas endereçadas a Carlos Encarnação. Henrique Fernandes recordou que, nas comemorações do ano passado, “o presidente da câmara exibiu aqui a planta de localização” onde o Quartel seria construído e, um ano depois não há nada senão “silêncio”. Aludindo ao facto do chefe do município não ter comparecido à cerimónia dos 119 anos de existência da instituição. Referindo por três vezes que “em democracia, cada um tem de assumir as suas responsabilidades” (…).
Henrique Fernandes tem razão? Não tem? Para o caso pouco importa. No caso presente, a importância reside no alto cargo institucional que ocupa. Um Governador Civil, sendo um representante do governo no distrito, eticamente, está obrigado a manter uma equidistância necessária em relação a qualquer poder, e, como no caso presente, muito mais, em relação ao autárquico. Ora, sendo ele um futuro candidato, esta sua intervenção nos Bombeiros tem algo de abjecta. E esta minha apreciação não tem nada a ver com o homem, enquanto candidato a presidente da câmara. Por aquilo que conheço dele, é um homem reconhecidamente competente e sério, que embora cultive o low profile, tem larga experiência autárquica –foi vice-presidente da autarquia, durante vários anos, no mandato de Manuel Machado. Simplesmente, os homens devem reger-se por regras meu caro Henrique. Não vale tudo. Se o amigo quer fazer campanha –o que está no seu direito- demita-se do cargo de Governador. Não misture as coisas. Fica-lhe mal, mancha o seu currículo de político sem mácula, prejudica o governo, dá uma ideia de ambição desmedida, de “vale tudo” em política, que neste momento é o que menos se deve mostrar aos cidadãos, e, o mais grave, é que acaba por beneficiar o infractor, através da vitimização.
Um abraço. Qualquer coisinha, já sabe, é só telefonar.
LUIS FERNANDES

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