Pensam que vejo e não vejo,
não vejo que cego estou;
De que me servem os olhos
se a minha luz se apagou.
Ah! Não deixes qu'eu me perca
n'esta imensa escuridão;
Oh! Anjo que me cegastes,
vem ao menos dar-me a mão!
Deixem passar o mendigo,
quem a vista não perdeu;
Só me podem dar esmolas
quem for cego como eu.
Ao visitar-te meu anjo,
a luz divina senti;
Mas ao perder-te de vista
a minha vista perdi.
Se eu cair dá-me teus braços,
dá-me pelo amor de Deus;
Talvez que receba a vista
caindo nos braços teus!
(Extracto do TROVADOR -jornal de Modinhas,
de 20 de Agosto de 1865)
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