A história começa assim: tenho uma casa, na baixa de Coimbra, que recebo de renda, por mês, 5.20 euros. Sim, escrevi bem, cinco euros e vinte cêntimos. Acontece que por conflito entre mim e a inquilina, esta começou há anos a fazer o depósito de rendas na Caixa Geral de Depósitos. Então, embora a situação conflitual não esteja resolvida, resolvi levantar a consignação em depósito naquela “instituição” de crédito.
Depois de ter apresentado o número da conta consignada, pedi à funcionária que me fizesse a transferência para uma pequena conta que lá jaz inerte em meu nome. Replica a funcionária que para me fazer a transferência terei de saber o saldo da conta. Então respondo que mo entregue, pois têm-no mesmo à frente no ecrã do computador. “Não posso fazer isso sem o senhor pagar 5.50 euros”. Nesse caso prescindo da informação e aceito o que a senhora me transferir para a minha conta, mas nego-me a pagar, repliquei eu. “Mas eu não posso sem o senhor me dar o saldo”, responde a funcionária um pouco titubeante. Como posso responder a algo que não sei? O que lhe posso dizer é que não me pode cobrar um serviço que não me presta, resmungo eu. A senhora é obrigada a transferir-me a verba dessa conta para a minha. A única implicância é que eu sou obrigado a aceitar a quantia depositada, e aceito. Logo não me pode cobrar uma informação que não solicito. “Mas eu não posso fazer isso sem o senhor pagar”, recalcitra a funcionária, talvez farta de me aturar. Eu não pago!! E, se no limite, tiver de o fazer, faça o favor de me trazer o livro de reclamações. Garanto-lhe que levarei este caso até ao Banco de Portugal e ao Provedor de Justiça.
“Um momento, que vou apresentar o caso à gerência”, returque a senhora.
Passados uns minutos, volta e diz: “a gerência aceita o seu pedido. Não paga a informação”.
Às vezes temos de ser tesos e lutarmos por aquilo que acreditamos ser justo. Posso garantir-vos que, quando levamos a nossa avante, como foi o caso, o contentamento é imenso. Não tem preço.
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