sábado, 12 de julho de 2008

RIR POR RIR, FAZENDO QUE RI, SEM SORRIR



Estes dois personagens sobejamente conhecidos da nossa praça, José Simão, proprietário e director do Jornal “A Folha de Santa Clara” e presidente da junta de freguesia da outra banda de lá do rio Mondego–a propósito será eticamente correcto que um director de um jornal seja autarca? A mim parece-me incorrecto. Um poder, o chamado quarto, por si só, já é imenso, quanto mais juntá-lo a outro de gerir uma freguesia ou um concelho. Que deve dar jeito, não tenho dúvidas. É assim uma espécie de junção de médico e doente ao mesmo tempo- e Carlos Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Coimbra, foram apanhados neste “boneco” pelo fotografo do Jornal As Beiras, aquando da inauguração da Feira Popular.
Quais serão os motivos para estarem tão sorridentes? Seria apenas um sorriso de circunstância para o “boneco"?
Quanto ao segundo, Carlos Encarnação, até poderemos adivinhar a razão daquele sorriso, entre a matreirice e o contentamento. Afinal foi recebido nas “palminhas” e sendo o convidado de honra do presidente da freguesia de Santa Clara, que ainda há pouco tempo dizia cobras e lagartos desta coligação. Além disso, depois de apresentada a sua recandidatura, tudo corre sobre rodas. Na câmara, a oposição, preocupada em curar as suas chagas, nem se nota que existe. Bem brada João Silva aos cinco Continentes, ex-edil do PS, disparando contra tudo o que mexe, em todos os jornais da cidade contra os seus próprios correligionários, mas, está bem abelha!, ninguém lhe liga.
Ao que tudo parece indicar o seu opositor, na disputa da cadeira autárquica, vai ser mesmo Henrique Fernandes, actual Governador Civil e vice-presidente da autarquia no tempo de Manuel Machado (anteriormente a 2002). Por parte da CDU, certamente será o seu amigo Gouveia Monteiro. Só falta saber quem vai ser o preferido dos bloquistas.
Quanto ao sorriso de José Simão, aí é que está!, de que rirá ele? Não deveria ter feito uma “cara de pau”? Quanto a mim, teria motivos mais que suficientes. Quem é que entende que a Feira Popular se realize após o término da CIC, feira Comercial e Industrial de Coimbra? Fará algum sentido? Para além de engrandecer o certame comercial e industrial, que por motivos vários é sempre uma amostra do que é Coimbra, melhor dizendo, é sempre muito fraco, juntava os dois públicos. E não vale a pena apontar unicamente setas à ACIC, Associação Comercial de Coimbra, que a responsabilidade do fracasso daquele certame deverá ser repartido por vários: conimbricenses em geral, comerciantes e industriais e à própria autarquia que nunca olhou para este certame como espectáculo da cidade. E continua. Como prémio da sã convivência bipartida e partidária, a câmara Coimbrã, ao ceder um terreno junto à rotunda das Lages, para que a ACIC construa um pequeno pavilhão, que para além de não servir para albergar toda a feira, muito menos servirá para realizar grandes espectáculos e todos os eventos temáticos que são feitas na cidade e debaixo de uma grande tenda alugada que, segundo informações correntes, custam aos cofres da autarquia mais de 15.000 Euros por cada evento. Mais uma vez, sem planeamento financeiro futuro, neste pequeno desenrasca, vai ser mandado dinheiro às urtigas.
Enfim! Eles, José Simão e Carlos Encarnação, lá saberão as linhas com que se cozem. Em política partidária a submissão, envolvida num largo sorriso de bonomia, sem reivindicação efectiva, numa espécie de sanduíche, traz sempre resultados futuros para os sorridentes.
Já agora, a talhe de foice, porque será que o povo ri tão pouco? Será porque é demasiado sério? Ou será porque o sorriso, seguindo as linhas económicas, se tornou num bem escasso e só se dá a quem o merece? Ou então o povo, na sua extensa sabedoria, certamente intuiu que, na obsessiva fúria taxativa do governo, o melhor é rir pouco, caso contrário, também apanha pela medida grande e já pouco falta para pagar imposto?
Se por acaso um dia destes uns fulanos bem engravatados lhe perguntarem sobre a sua vida sexual, referindo que é para estudos de mercado, não acredite. Responda que, apesar de, mentalmente, lhe fazer uma falta danada, fisicamente, há mais de um ano que não tem nada com a sua Maria. Homem prevenido, pretensamente assexuado, vale por muitos portugueses.

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