sábado, 14 de julho de 2007

UM PASSARINHO CANTOU

Eu tinha um passarinho,
há muito, tanto ano…
era tão lindo e bonitinho
que pensar noutro era profano;
Um dia o passarinho picou-me,
fiquei ferido, tão magoado,
quase tivera outros, isso tocou-me,
nunca trocara o meu passarinho amado;
Ora ele ao picar-me arriscou,
sabia que me podia perder,
conhece-me e sabe que sou,
amante da natureza de todo o ser;
fui para o campo e a picar uma cereja,
vi um passarinho, tão queridinho,
tão bem parecido, tão lindo, uma beleza,
estava carente, estava mesmo sozinho;
Sem pensar muito, apalpei-o com a mão,
envolvio-o entre os meus braços, ele gostou,
as suas penas eriçaram-se como um trovão,
senti que nunca fora amado ou amou;
foi então que o meu passarinho amado acordou,
sentiu-se ameaçado e na vida reflectiu,
então, na sua gaiola dourada, questionou,
estando preso, era tão livre que sentiu;
Que às vezes as amarras são dissabores,
é um ressabiamento, uma afirmação,
são tempestades no deserto, são amores,
é uma aragem fresca que refresca o coração.

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