sábado, 5 de novembro de 2011

MÚSICAS DE SEMPRE...

2 comentários:

Anónimo disse...

Isto não é um comentário(devido a problemas informáticos é-me mais fácil utilizar este meio em vez do seu e-mail),é uma pergunta:amigo Luís,não querendo ser indiscreto,está tudo bem com o senhor?é que não publica nenhum post desde sábado e não é uma situação habitual.Espero que esteja tudo bem e,penso que falo em nome de todos os seus leitores,aguardo noticias suas no questões muito brevemente.
Abraço,Marco

LUIS FERNANDES disse...

NOTA DO EDITOR

Muito obrigado pela sua preocupação, Marco. Respondendo objectivamente, está tudo bem, pelo menos no que é mais importante que é a saúde. Na parte subjectiva, confesso, estou cansado. Muitas vezes me pergunto: para que serve isto que eu faço? Escrevo porque gosto. É o meu vício, digamos assim. É o meu cigarro, é a minha embriaguez. Mas não passa de uma muleta para ocultar alguma solidão. O problema é que, igualmente tal como outros vícios, embora sendo isolado, este de escrever, implica responsabilidade acrescida. Ou seja, muitas vezes me interrogo: ando para aqui armado em granizé a desempenhar que função? Ando a escrever sobre isto e aquilo, a maioria não liga –repare que os comentários são escassos. Alguns visados não gostam e olham para mim com a mesma desconfiança como se olha para o cigano –sem generalizar e sem ofensa pelo aforismo. Quero dizer que manter um blogue sem um “feedback”, sem uma interacção do leitor, é muito complicado. Porque, talvez a maioria não pense nisso, mas quem escreve sem um interesse partidário, religioso, etc., e apenas o faz no sentido político de interferir na polis, no social, precisa de uma resposta de quem lê. Algo, nem que seja para contraditar o que é plasmado num texto -e, acredite, este tratamento de ostracismo é extensivo aos jornais. Com algumas excepções, raras, estes meios de comunicação ignoram completamente o nosso trabalho "pro bono", gratuito. Mesmo em alguns que fui correspondente tratam-nos com um desprezo quase absoluto, e sem o mínimo de consideração.
Ora, voltando ao blogue, constato é que, apesar de verificar que tenho cerca de 400 visitas por dia, não há interactividade. Então pergunto-me se valerá a pena continuar. Não sei se está a ver, mas é como se eu fosse uma dançarina de “streap”, que à frente da sua câmara dança para um público amorfo e que, no fundo, talvez pelo espírito “voyeur” se aproveita das imagens para se masturbar. Esquece-se que ali, apesar de estar alguém que gosta do que faz, está uma pessoa que sacrifica o seu tempo para dar prazer a alguém. E o que recebe em troca? Nada, ou melhor, provavelmente ainda é apelidada pelos seus seguidores como prostituta. O que resta é uma sensação de vazio.
Não sei se fui muito feliz na metáfora. Mas é assim que ultimamente me sinto. Não tenho dúvidas de que é por este motivo que o espaço cibernético da Internet está pejado de cemitérios de blogues mortos sem direito a epitáfio. Morrem como qualquer indigente numa qualquer esquina e é enterrado sem pompa e qualquer glória. Morto em combate nas linhas do esquecimento.
Gostaria de lhe dizer que, pelo menos por enquanto, continuarei a escrever aqui. Até quando não sei. É provável que um dia destes me vire para a gaveta. Isto é, escrever em livro para publicar… um dia. O que temo é que se deixar de escrever aqui é mais que certo que arrumo a escrita de vez.
Repetindo-me, o acto de escrever é sempre um momento muito íntimo e só. No entanto, é como uma peça de teatro, sem os aplausos do público espectador, ou os assobios em vaias, inevitavelmente, morre.
Fico-lhe muito grato por ter colocado essa sua preocupação. Naturalmente, pelo que expresso, fico contente. Todos procuramos o reconhecimento, e, mesmo num deserto, nem que seja manifestado por um único ser vivo. Sabe bem. Muito obrigado, Marco.