quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A TOMADA DE POSSE NOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS VISTA PELO "OLHO DE LINCE"





 Estava eu ontem a prender o meu Silvano –é a minha pileca, não devem conhecer-, e pronto para assentar o material fotográfico e caneta de tinta permanente na assembleia municipal, quando recebi um bip do director do blogue, Luís Fernandes, para me apresentar na redacção. Quem não ficou nada satisfeito com a mudança de planos foi o meu jumento. Palavra de honra, pelas pálpebras semi-cerradas vi logo a sua mágoa: não ia conseguir ver a Helena Freitas ou a Olinda Rio. Como eu entendo o meu Silvano! Claro que tive de o corromper, lá lhe prometi uma dose dobrada de aveia e a coisa resolveu-se.
Mal estava a transpor a porta do jornaleco fui logo chicoteado com a voz pindérica do director:
 -“Olho de Lince”, ao escritório, se faz favor!
-Recebemos um convite para assistir à posse dos novos corpos gerentes dos Bombeiros Voluntários, que vai ocorrer às 17 horas. Deixe imediatamente a cobertura da assembleia municipal –até porque isso não interessa nada, a única coisa que se vai lá debater é o referendo para decidir os horários dos hipermercados. Tenha dó! Então vão discutir um assunto cuja lei ainda nem sequer foi promulgada pelo Presidente da República? Esta gente anda toda doida. Andam a perder tempo com cenários hipotéticos. E se o Cavaco para baralhar –não se esqueça que está em campanha eleitoral-, decide devolver o diploma ao governo? Diga-me lá, este pessoal todo, executivo e assembleia, não andam com o carro à frente dos bois?
E lá fui eu então para a tomada de posse do João Silva como presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários.
Com uma plateia cheia de notáveis, desde António Arnaut, Teresa Alegre Portugal, Carlos Cidade, Rui Duarte, o advogado Francisco Rodeiro, o coronel Ribeiro de almeida, presidente da Assembleia-Geral, começou por recordar os grandes obstáculos que a equipa teve de ultrapassar. “Foi desgastante a cruzada a que se propôs a anterior direcção. Pagou as dívidas. Ao Dr. Fausto Garcia e a toda a sua equipa, bem hajam!”.
Continuou Ribeiro de Almeida, “João Silva é um homem de bem. É uma luta difícil, mas que nos anima, honrando o passado da instituição. Os novos corpos gerentes muito nos honram. São estes os novos corpos sociais. A sua missão não vai ser fácil, mas ainda bem, porque senão a sua luta não teria valor.
Os Bombeiros são da Baixa de Coimbra. Tem acesso imediato aos becos e vielas do casco histórico. Os Bombeiros Voluntários estão sempre em apoio aos Sapadores.
Estas novas instalações têm de ser repensadas rapidamente, sem queixumes e sem acusações. Têm sido inaugurados quartéis em todo o lado. Nós estamos na mesma.
Hoje é uma nova época de esperança. Uma nova etapa. Juntos com a cidade, com os novos sócios, aqueles que nos ajudam” –extractos da apresentação de Ribeiro de Almeida, acerca da nova equipa.

A seguir falou Fausto Garcia, ex-presidente da direcção e actual presidente do Conselho Fiscal:

Tivemos uma inspecção de finanças, uma inspecção de trabalho, processos em tribunal. A nossa primeira vitória foi apaziguar os ânimos. Saímos tranquilos. Demos o nosso melhor sem nada exigir em troca.
Obrigado ao senhor Governador Civil (Henrique Fernandes). Sem as suas palavras de apoio e de incentivo, nós, não teríamos conseguido”.

João Silva, novo presidente da direcção:

Permitam-me que, em nome da direcção a que passo a presidir, comece por expressar o reconhecimento pelo trabalho dos membros dos órgãos sociais que hoje terminaram funções. A sua generosidade e empenhamento em prol desta instituição são um exemplo que nos orientará na nossa acção.
Sou um homem de sorte, porque mais uma vez fui convidado para um desafio difícil. Vieram o Sr. Coronel Ribeiro de Almeida e o Sr. Dr. Fausto Garcia convidar-me para assumir uma candidatura a este cargo, convite que veio a merecer a concordância e o apoio dos restantes membros dos órgãos sociais que agora terminam o seu mandato.
Arrastei para este desafio um conjunto de cidadãos que têm em comum o amor a Coimbra. Sabem que apenas os esperam incómodos e preocupações, mas aceitaram e, por isso, lhes estou imensamente grato.
121 anos de história nos contemplam. A questão do quartel tornou-se, aliás, numa típica questão coimbrã. A Associação deve manter-se na Baixa. Até o cão da corporação, o Rover, já me tentou dizer que se sair daqui morrerá mais depressa.
Precisamos de mais sócios. Precisamos de beneméritos.
Os cidadãos de Coimbra dormem descansados, porque sabem que há quem vele por eles. Os Bombeiros Voluntários de Coimbra gostariam de estar descansados de que os apoiam e reconhecem como um pilar fundamental da estrutura de protecção civil que lhes garante segurança, tranquilidade, e consequentemente, qualidade de vida.
Pode ler aqui o discurso de João Silva na íntegra.




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