quarta-feira, 2 de novembro de 2022

BARRÔ: FALECEU UM DOS NOSSOS

 



Nesta última Segunda-feira, dia 31, foi a sepultar no cemitério de Vale da Ribeira, em Luso, Luís Duarte Dias, de 74 anos, nosso conterrâneo, natural de Barrô.

Conhecido entre nós por “Luís sapateiro”, profissão que abraçou após ter sido gravemente ferido nos membros com uma mina, em 1970, na Guiné, ex-colónia portuguesa, em plena guerra do Ultramar, este ex-combatente, mesmo ficando deficiente-motor para toda a vida, nunca se entregou ao desânimo e foi sempre à luta, que travou sempre, diariamente, com galhardia.

Era um amante confesso de velharias, nomeadamente rádios antigos. Há cerca de dois anos, numa longa conversa, falámos dessa comum paixão. Ficou também mais ou menos acertado que, quando calhasse, eu escreveria a sua narrativa de estropiado, mutilado de guerra. Quis o destino que a morte o chamasse primeiro e a promessa ficasse por cumprir.

Sem confirmação, o nosso herói da Guerra Colonial teria sido galardoado por actos de bravura pelo General António de Spínola, na altura Governador da Guiné-Bissau – a verdade é que uma placa em mármore, pregada na parede à entrada da casa do malogrado ex-militar, relembra para a posteridade a data marcada a ferros, nunca esquecida, enquanto foi vivo, na memória do Luís Dias.

À família enlutada, em nome dos habitantes de Barrô, se posso escrever assim, os nossos sentidos pêsames.

Até sempre, Luís.



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