quinta-feira, 28 de outubro de 2010

PRAÇA DO COMÉRCIO: A "CHINATOWN" DA CIDADE




 A Praça do Comércio, pelo aspecto terceiro-mundista em frente à igreja de São Tiago, está transformada numa “Chinatown”.
E ainda está a começar. Por enquanto, nesta velha praça, comerciante chinês, mesmo, só há um. Mas não vai tardar muito que este largo fique quase todo com bandeiras do velho império. As antigas Galerias Coimbra e o Traje (a loja em frente), segundo se consta e se vê pelas obras em curso, os prédios foram adquiridos por cidadãos chineses.
Diz-se também que uma loja próxima destes outrora grandes estabelecimentos de renome do comércio da cidade, e já na Rua Eduardo Coelho, irá ser também para comércio do Sol Nascente.
Já o escrevi aqui várias vezes e repito, tenho a maior consideração por este povo trabalhador. Dos que estão aqui à volta, conheço-os quase todos. São de uma educação e respeito a toda a prova. Estão a tratar da sua vida. São imigrantes em terra distante como nós fomos e continuamos a ser. Individualmente, quanto à sua investida pelo mundo inteiro à procura de uma vida melhor, nada tenho a opor. Faz parte dos sonhos e ambições de qualquer humano. O que está mal, quanto a mim, é o excesso de comércio da terra de Mao. Toda a gente sabe que estas lojas não vendem produtos portugueses. Ora não é preciso ser economista para ver que Portugal está continuamente a ser invadido por produtos produzidos com um custo de mão-de-obra irrisório e que, em face das obrigações contratuais laborais, não podemos competir com uma economia desregulada e sem regras.
Não é por acaso que os Estados Unidos estão a tentar pressionar a China para que esta aprecie (valorize) o Yan, moeda chinesa, para que os produtos provindos do Oriente fiquem mais caros, de modo a se tornarem mais equivalentes em preço aos manufacturados em terras do tio Sam. Naturalmente que a China, detentora de toda a dívida externa americana, faz-lhe um manguito e manda o Obama esperar sentado até ficar branco de exasperação.
Ao lado a Índia e o Paquistão é o mesmo problema, invadem toda a Europa com os seus produtos baratos. E o que dizem os nossos economistas? Que a Europa deve continuar porque estamos na Organização Mundial de Comércio e a Globalização torna e retorna, isto é, se importamos, também exportamos para esses países. Mas como é que justificam as assimetrias da balança de transações? Não explicam, é a mundialização e pronto! Aguentemos a pancada…até quando, ninguém sabe. Pelos vistos Bruxelas não está preocupada com o desemprego crescente consequente pelo contínuo encerramento de fábricas e lojas de artigos nacionais.
Perante esta epidemia de comércio de produtos chineses, não deveria a Europa criar taxas alfandegárias para sobrecarregar as importações provindas do Oriente? Deveria sim, o problema é que hoje o velho continente consome quase tudo feito na China. Desde aço, material digital, têxteis, vidros, etc. Segundo parece só na esperança é que os chineses não têm hipótese nenhuma. Por cá só se consome a nossa. Claro que, tudo indica, vai acabar numa grande consumição. Mas até lá não queremos outra. Só “made in Portugal”.
Na Índia estão a ser produzidos automóveis por cerca de 1500 euros. Para não lhes abrir as portas, porque a indústria automóvel é dos únicos sectores que protegido pelos Estados, alega quem manda no parlamento da capital belga que os ditos não cumprem as obrigações ambientais. E quando cumprirem? Se basta uns pequenos aperfeiçoamentos? O que vai acontecer a esta indústria?
Comecei a escrever este texto apenas para dizer que a Câmara Municipal de Coimbra deveria obrigar todos os vendedores da Praça do Comércio a usar as tendinhas que dois expositores já usam naquela praça. Acontece que sou como aqueles brinquedos de corda antigos, se me dão corda, nunca mais paro. O problema é que só escrevo asneiras. Se não percebo nada de economia, e muito menos de finanças, cujas minhas andam pelas vielas da amargura, quem me manda a mim, escrevinhador de lenhos, tentar entender economia?

4 comentários:

João Braga disse...

Pelo ambiente que começa a posicionar-se junto à igreja, seria mais apropriada a designação de "Chungatown"

Jorge Neves disse...

É necessario disciplinar e regulamentar os vendedores ambulantes e os artesãos que por ali trabalham e fazem os seus descontos bem como pagam as licenças.
Para mim deveriam ser colocados unicamente mais para o interior da Praça do Comercio libertando toda a zona em frente à Igreja e Escadas São Tiago.
Todos eles deveriam ter umas tendas iguais , de preferencia todas brancas, e o regulamento deles ser alterado, pois se alguns deles quizerem trabalhar a meio tempo em outyra actividade o regulamento dos vendedores ambulantes não os autoriza.

Unknown disse...

As fotos apresentadas como Praça do Comercio, estão erradas o espaço que é retratado é junto à Sé de Lisboa. Quem informa tem o dever de verificar a veracidade da informação.
Maria Brito

LUIS FERNANDES disse...

Dona Maria Brito está a fazer confusão. Estas imagens são mesmo em Coimbra, junto à igreja de São Tiago. Para que não restem dúvidas, e só por isso, fui eu mesmo que captei as imagens.
Abraço e obrigada.
Luís Fernandes