A NOTÍCIA REPETIDA

(IMAGEM DA WEB)

 Quando hoje li a notícia no Diário de Coimbra (DC) de um assalto à Churrasqueira Beirão, na Rua da Gala, comecei por ficar surpreendido: então como é que aconteceu, que ninguém me disse nada? Habitualmente costumam comunicar-me o que se passa por aqui na Baixa, pensei.

Continuei, e foi então que li, “de acordo com o descrito por Luís Fernandes no seu blogue “Questões Nacionais”. Levei um choque: este assalto aconteceu de facto, mas em 15 de Dezembro passado. E continuei na minha ilação: é pá, estou lixado! Vou ser acusado de fabricar casos. Tenho por aqui muito boa gente que não gosta que noticie o que se passa no Centro Histórico, sobretudo assaltos. Já disse a alguns que cada um faz o seu “trabalho”. Este, ainda que seja entre aspas e em “part-time”, faço-o com seriedade. Só noticio o que vejo. Não invento factos.

Então o que deveria ter acontecido para esta repetição? Quase de certeza absoluta: acasos do digital. Ontem escrevi aqui um “Editorial: Quem olha pelos Centros Históricos”, em que falava sobre dois assaltos a casas particulares na Baixa e sobre o escândalo continuado de rendas de miséria que faz com que os inquilinos mantenham as casas vazias. Certamente, o jornalista do DC ao ler esta nota, provavelmente, sem o querer, teria carregado numa tecla do computador que o enviou para o assalto ao Beirão de há dez meses atrás.

Acontece a quem escreve. Acontece aos melhores. Destes acidentes, creio, ninguém está livre. Tenho a certeza que amanhã o DC fará a rectificação, no entanto, embora sem culpa objectiva, sendo o blogue invocado, cumpre-me também pedir desculpas ao senhor José Ribeiro, proprietário da churrascaria Beirão, na Rua da Gala. "Bolas! Vai-te embora azar! Vade retro, Satanás!", deveria ele ter pensado, hoje, quando leu a notícia no jornal.