segunda-feira, 11 de outubro de 2010

EDITORIAL: A VITÓRIA DE MÁRIO RUIVO




 O Mário Ruivo é o novo presidente da distrital de Coimbra do Partido Socialista. Venceu o seu camarada e opositor Victor Baptista por escassos votos, mas, o facto de ser por margem estreita, isso interessa alguma coisa? O que importa é que venceu. A linha entre vencido e vencedor pode resumir-se pura e simplesmente a um único voto. É um fio de navalha igual a um sopro que mantém a vida e um suspiro que a extingue.
E que tenho eu, que nem sequer sou filiado no Partido Socialista –nem noutro qualquer partido-, a ver com este assunto? Parece que estou a vê-lo, a si leitor, de pescoço esticado, de testa franzida, olho semi-cerrado, e com cara de poucos amigos. Tenha calma, se faz favor.
Para lhe responder, depois de fazer um caldinho entre várias questões, começo por dizer-lhe que, largando as menores e optando pela maior, estou muito satisfeito. A renovação, normalmente, é o nexo de causalidade para a inovação. E isto não quer dizer que os antecessores não fizessem o melhor que lhes foi possível.
O país está a viver uma fase complicada (mais uma) da sua longa história de quase nove séculos. Todos se queixam. Desde a esquerda à direita todos clamam por mudança. No entanto, basta ler os jornais, todos aconselham o mesmo “status quo”. Ou seja, todos apregoam a mudança, mas todos têm medo dela. Todos se queixam deste OGE, Orçamento Geral do Estado que vem aí. No entanto, são muito poucas vozes que dizem: “chumbe-se este orçamento!”. A maioria, encostada a um bacoco e hipócrita “superior interesse do Estado”, continua a pregar publicamente a paz podre entre o PS e o PSD. Em surdina, espalhando a mensagem de virose, espetam cobras e lagartos contra o que se está a passar. Então, como é que é? Definam-se, “carago”!
Se querem mudança, assumam as roturas. Apoiem o PSD a chumbar este orçamento. Encare-se a demissão de José Sócrates com respeito, mas também com esperança. Parafraseando o deputado brasileiro eleito “Tiririca”, se Portugal já está mal, “pior que está não fica!”. Se voltarem a subirem os juros da dívida pública haverá outra altura que descerá. Andamos para aqui a encanar a perna à rã. Toda a gente sabe que se Cavaco ganhar as eleições presidenciais em Janeiro, o governo de Sócrates –caso não caia antes- está a prazo. Então e nessa altura o interesse do país já não conta? Deixemo-nos de fancaria. Vamos para eleições!
Mudem-se todos os artistas políticos. Comece-se no primeiro-ministro, a seguir, em Janeiro, mude-se de Presidente da República. A seguir toda a hierarquia da justiça. Paulatinamente, todos os directores gerais, chefes de todos os ramos das forças armadas, comandantes e directores das polícias. Todos devem ser "varridos". Dê-se lugar a outros. Nas próximas autárquicas, que ainda vêm longe, não se vote nos actuais presidentes de câmara em exercício.
Acabe-se com este rotativismo que incomoda todos…aparentemente. Mas quando se chega à altura de votar na mudança todos colocam os ovos na mesma galinha, tocam o mesmo disco e dançam a mesma música.
Metam um requerimento para que o escriba deste blogue, que é sempre o mesmo, mude!
Substituam a vossa cara de sarapantas do susto! Que, pela tristeza sublinhada, parece Santa Maria Madalena. Revezem esta melancolia por um novo Sol de esperança.
Vamos a isso?
Ah…é verdade, até me estava a esquecer: parabéns sinceros ao Mário Ruivo!

2 comentários:

Jorge Neves disse...

Parabens, Coimbra precisa de gente nova e novas ideias.

António Ramos de CARVALHO disse...

Excelente artigo !