sábado, 16 de julho de 2022

MEALHADA SEM PRAIAS FLUVIAIS NO CONCELHO

 





Num texto recentemente escrito na sua página do Facebook, que apanhei nas Redes Sociais, Carlos Pimenta, deputado eleito na Assembleia Municipal pelo Movimento Independente Mais e Melhor (MIMM), disserta sobre o facto do concelho de Mealhada, de entre os 19 que compõem a CIM, Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, ser o único que, na sua oferta turística e de lazer, não oferece uma praia fluvial.

Escreve o eleito pelo MIMM, “Num estudo por mim efetuado conclui-se que o município da Mealhada é atualmente o único dos 19 municípios que não se encontra dotado de uma praia fluvial.

Uma lacuna que tem que rapidamente ser colmatada, com o esforço de todos nós.

Nas mãos dos decisores do nosso município estarão certamente alternativas muito válidas a implementadar nas localidades de Barro, Várzeas, parque do lago (Luso), parque do Lograssol (Vacariça) e Ferraria (Barcouço).


UMA TERRA ABENÇOADA POR DEUS


Com leves dissonâncias de forma e pormenor, não posso deixar de estar mais de acordo com Pimenta. Num vale paradísico que constitui o sopé da Serra do Bussaco, onde a água brota sem necessitar de escavar a grande profundidade e se esvai nos confins da terra negra, perdendo-se muitas vezes sem grande aproveitamento, não faz sentido a deslocação dos munícipes para outros concelhos vizinhos em busca de um leito convidativo a um mergulho neste tempo de canícula.

Já em 8 de Junho de 2021, com o título “O que faz falta para animar a malta”, a escassos três meses das eleições autárquicas, defendi a construção de uma praia artificial no concelho.

Por outro lado, recentemente, uma comitiva do PCP, encabeçada por Óscar Carvalho, ex-candidato à Assembleia de Freguesia de Luso, fez-se acompanhar de António Jorge Franco, presidente da autarquia mealhadense, para a sensibilização da valorização dos recursos naturais em Barrô.

Tanto quanto julgo saber, por parte da ACIM, a breve prazo vai haver apoios para desenvolver iniciativas de desenvolvimento local em torno dos recursos hídricos.

Por outro lado, salienta-se, o MIMM, no seu programa eleitoral para o município, já preconizava no item “Urbanismo e Espaços Verdes” o seguinte: “Criar Programa de requalificação do Rio Cértoma e seus afluentes, assim como as restantes linhas de água, com a criação de trilhos ao longo das mesmas e a construção de açudes que permitam a retenção de águas para fins turísticos e actividades de lazer.”


EU PARCIAL ME CONFESSO


Se buscasse somente o interesse egoísta, em concorrência com os lugares de Várzeas, Vacariça e Barcouço, facilmente escreveria que Barrô, a minha aldeia, é a mais indicada para concentrar todo o patrocínio que há-de vir. Acontece que não penso assim.

Ora, se for tudo bem planeado a nível financeiro, tendo em conta os pressupostos da utilidade da água e menos o arranjo urbanístico em redor, eventualmente, poderá contentar-se os quatro lugares com pequenos melhoramentos nas ribeiras que atravessam as suas terras. Ou seja, em vez de apostar tudo num projecto numa das aldeias, requalificavam-se os leitos para a valência de mergulhos mas, acima de tudo, tendo por objectivo criar maior capacidade de armazenamento de água para regadio.

Estou à vontade para falar da Ribeira que banha a aldeia de Barrô. Como a represa não foi devidamente limpa e desassoreada nos últimos dois anos, alegadamente, alguns agricultores, agora com a seca em andamento, estão com dificuldades em irrigar as suas culturas.

Então, para apanhar vários coelhos de uma só cajadada, bastava intervir a montante, na represa, e, logo a seguir, a jusante, no leito do rio, criar condições para reter as perdas e que, quando a primeira pequena comporta estivesse vazia, as águas regressariam ao ponto inicial. Por outro lado, os dois depósitos de água, para além de servirem para apagar um incêndio, por exemplo, podem responder activamente para uns mergulhos da população e de visitantes. Sem necessidade de recorrer a compras de terreno externas, junto ao lavadouro existe um triângulo do domínio público que, bem limpo e relvado, contenta perfeitamente os mais interessados.


E OS RECURSOS MAIORES VÃO PARA…?


Somos um concelho relativamente pequeno, de pouco mais de vinte mil habitantes. Logo, não faz muito sentido rivalizar os lugares com pequenos projectos que, pela sua pequenez, só em teoria beneficiará toda a área envolvente.

Devemos pensar globalmente e menos centralizado no nosso umbigo. Estamos demasiado perto uns dos outros para se pensar que a minha galinha é melhor que a tua. Interessa é engrandecer a região com ideias que beneficiem todos.

E a complementar, aceitemos pacificamente que o concelho tem três vértices de exponencial crescimento turístico: Luso, Pampilhosa e Mealhada.

Por conseguinte, sou apologista e defendo que numa destas localidades, consoante a que oferecer menor custo e maior benefício, se construa uma praia fluvial/artificial ao género de Castanheira de Pêra, Pedrógão Grande. Se querem mesmo deixar história, faça-se uma obra que marque o presente e sirva para o futuro.

Vale a pena pensar nisto?


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