segunda-feira, 8 de outubro de 2018

DEPOIS DE UMAS CURTAS FÉRIAS CÁ ESTAMOS PARA MAIS UM ANO





Durante a última semana estive de “vacances”. Como quem diz, arredado das questões de escrita. Claro que não deixei de ler todas as informações referentes a Coimbra e, com maior enfoque, à Baixa.
Bem sei que não fiz falta alguma. Nem precisa de dizer, homessa! Afinal, concordo, eu é que devo agradecer a gentileza de você fazer o favor de ler o que plasmo aqui. Se a necessidade, o interesse, move o homem, neste caso, o necessitado sou eu porque gosto de escrever e ser lido – escusado será dizer que quem semeia palavras por gosto precisa que elas sejam colhidas, senão, inevitavelmente, cansa.
Foi somente uma pequena interrupção na rotina diária para descansar. Alterando o costume, durante uns dias, no “dolce far niente”, num apartamento voluntário das lides diárias, consegui não redigir um texto.
Como disse em cima, apesar de me manter informado, não foi surpresa encontrar a Lusa Atenas na mesma pasmaceira, sem grandes novidades e no mesmo rame rame. A originalidade maior, para a cidade e para Portugal, foi o nascimento do semanário Movimento de Humor neste 5 de Outubro, Dia da Implantação da República. É certo que, fazendo lá uma perninha por convite amável de José Gomes, o mentor do projecto, não poderia manifestar-me de outro modo, mas, desejando longa vida ao novo periódico, estou em crer que, em metáfora, é uma espécie de pedrada no charco, uma tentativa de, com riso sarcástico de orelha-a-orelha, fazer estremecer uma cidade retesada, demasiado formal, que, levando-se muito, demasiado, a sério, parece assentar as suas estacas fundacionais na tradição das vestes académicas. Como se deve calcular não sou contra a tradição, mas mesmo os costumes, sem beliscar a essência dos seus princípios, devem estar aptos a uma dinâmica de mudança. Quando não se verificam transformações de adaptação aos novos tempos o mais certo é desaparecerem afogados na modernidade. Portanto, por conseguinte, apesar de adivinhar as dificuldades em fazer rir numa urbe de fado tristonho e sorumbático, espero sinceramente que o novo título seja um sucesso.
Ainda na parte de novas da cidade, embora sem ser original, saliento a notícia da discussão, hoje, no Executivo Municipal em, mais uma vez, se apresentar um projecto para, na linha do Mercado de Campo de Ourique, concessionar o Mercado Municipal Dom Pedro V à restauração e com feiras temáticas. Há muito que este espaço importantíssimo está agonizante. É uma óptima ideia, já o escrevi várias vezes. O problema é que a idealização para a nossa popular praça parece estar enguiçada. Tal como outros projectos, como o do metro ligeiro de superfície, o da criação de um percurso para o eléctrico até Santa Clara, o da construção do novo tribunal, o da abertura completa da Avenida Central e mais recentemente o da construção do novo aeroporto internacional de Coimbra, só depois de realizados materialmente se acredita. Até acontecer, não passa de mais uma atoarda atirada ao vento em época de abertura de caça ao voto, de pré-eleições. Basta termos boa memória, o executivo liderado por Barbosa de Melo, o ex-presidente que antecedeu Manuel Machado na cadeira municipal, com o ex-vereador João Orvalho como responsável pela concepção e que, sendo uma esperança, acabou afastado, prometeu e não cumpriu. Já neste reinado de Machado, depois de 2013, também este plano foi capa de jornais. Portanto, como a história de Pedro e o Lobo, mesmo sendo mais que urgente a sua revitalizaçãomanda o bom senso que não se dê muito crédito a este refugado.
No tocante à Baixa, entre as colunas do deve e haver, mostrando o deve pelo encerramento de duas lojas na Rua Eduardo Coelho, em que uma delas foi a última sapataria que dava nome a esta popular ruela comercial, e o haver pela abertura de um novo espaço dedicado a “recuerdos” para quem nos visita na Rua das Padeiras tudo continua igual.
Agora, já em pleno, estou cá para, metendo uma farpa aqui e outra acolá, umas vezes em opinião e outras em análise, irmos pensando sobre o que os políticos nos querem impingir. Mesmo não o vendo nem dando acordo de si, leitor, sei que você anda por aí.

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