segunda-feira, 28 de setembro de 2015

UM COMENTÁRIO E UMA RESPOSTA




Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "VASSOURADA NA FEIRA DE VELHARIAS":


Seria também bom que, de uma vez por todas, se distinguissem "velharias" de "antiguidades", o que implicaria algum esforço pedagógico de alguém. Fico sempre espantado com certas coisas sempre que visito a feira, sobretudo com o descaramento de muitos vendedores. Mas isso são contas de outro rosário.


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RESPOSTA DO EDITOR

Muito obrigado pelo seu desabafo em jeito de comentário. Sem dar propriamente uma solução para a destrinça que evoca, tenho para mim que pretender tal separação nas feiras de rua é sempre tempo perdido. Tentar dividir coisas antigas (com mais de cem anos) e modernas num evento ao ar livre, creio, é despiciente. O pitoresco destas mostras reside essencialmente na grande variedade de oferta. Tentar fazer esse fraccionamento, através da classificação a olho, é o mesmo que mirar uma mulher nova e apostar que ela é virgem e deixar de fora uma cota por se pensar que ela terá mais rodagem que um camião TIR. As avaliações apriorísticas dão sempre erro. É o cliente que, pelo seu conhecimento ou não e confiança no vendedor, vai fazer a escolha. O que se deve ter algum cuidado é evitar que os objectos expostos resvalem para o novo. Ou seja, um expositor terá de mostrar nos artigos que vende uma parte maioritariamente usada e já com algumas décadas. Tentar emendar esta questão, impondo regras de apreciação, inevitavelmente, é perda de tempo e dá asneira. É a tal discussão histórica de saber se quem nasceu primeiro: se o ovo ou a galinha. Por outro lado, venha o primeiro “especialista” em antiguidades afirmar que nunca se enganou.
De qualquer modo sempre adianto que esta “escolha” –por imperativo legal- da Câmara Municipal vai contribuir para isso. Isto porque normalmente quem apresenta para venda objectos semi-novos e com pouco valor é o particular que se apresenta para vender uns tarecos sem grande qualidade somente para fazer uns trocos. O “profissional” de velharias, na maioria dos casos, sabe muito bem –pela sensibilidade e sexto sentido- o que é novo e antigo. E à medida que vai avançando no tempo torna-se um recuperador da memória e um seleccionador natural, sempre a evoluir para o melhor.

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