segunda-feira, 28 de setembro de 2015

É PRECISO FAZER UM DESENHO E ABRIR A CABEÇA A QUEM MANDA?






POR ALEX RAMOS


coimbra é uma cidade de encantos mil. Em cada rua, ruela e esquina há  magia, romantismo, encanto.
Como munícipe, custa muito ver os turistas que visitam esta cidade milenar resumirem sua visita à Universidade, Arco da Almedina e largo da Portagem. Coimbra não é só isto. Não pode ser só isto! As zonas escondidas dos olhares são mais que muitas. Bem perto há uma artéria que raramente é visitada por turistas e é Património Mundial classificado pela UNESCO. Falo, claro, da Rua da Sofia. Esta histórica via tem várias igrejas, vários monumentos, cantos, recantos e segredos para descobrir que merecem ser visitados, olhados com atenção e apreciados. Aqui ponho a primeira questão: por que razão a maioria dos monumentos, na Baixa, está vedada ao publico? A olho nu, só a Igreja de Santa Cruz e São Bartolomeu estão abertas. A de Santa Justa, tal como outras na Rua da Sofia,  jaz abandonada, esquecida a sua sorte e somente destinada aos santos, parece-me. Acho que estes espaços históricos, de enorme monumentalidade, deveriam ser preservados, sem dúvida, mas abertos aos turistas para que o povo e visitantes estrangeiros possam conhecer a nossa história e arquitectura. Lembro também que  está a virar moda entrarmos numa igreja e estar alguém a cobrar  como que uma entrada  para visitar a igreja. Por sorte, ou talvez não, nem todas as igrejas  tomaram este procedimento, nesta ditadura de ou pagas ou não visitas, felizmente ainda há igrejas que se podem visitar sem pagar. Por um lado, se esse dinheiro  cobrado é para a  manutenção e restauro do templo acho bem. Por outro, quem controla essas verbas? Deveremos preservar a nossa memória, mas não deveria ser o Estado a fazer essa  manutenção? Porque pagamos nossos impostos? 
Mas, sem mais delongas,  vou directo ao assunto que me  faz escrever este texto. Os turistas desembarcam sempre no Largo da Portagem, uma das antigas entradas de Coimbra,  depois  seguem o tradicional itinerário pela Rua Ferreira Borges, Arco de Almedina e  sobem para a Alta,  seguindo os guias como alunos a seguir a professora numa visita de estudo. A restante Baixa fica esquecida -às vezes ainda vão até a Igreja de Santa Cruz, agora mais frequentemente. Mas pergunto, por que não inverter o percurso? E se os autocarros  parassem ao fundo Rua da Sofia,   junto ao Palácio da Justiça ou até junto ao Pingo Doce? E dai, contrariamente ao que se faz, os turistas percorrerem toda a zona envolvente, em direcção da Praça 8 de Maio, ao Panteão Nacional, e ruas estreitas, com tanto património, e em leque, optando pelo Mercado Municipal D. Pedro V ou Arco de Almedina, seguiriam para a Universidade.
Fica a sugestão, pois acho que os turistas devem visitar  todo o património classificado e não apenas uma parte de uma cidade que é única na Península Ibérica.




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