sexta-feira, 25 de setembro de 2015

PARA QUE SERVEM AS SONDAGENS DIÁRIAS?





Desde sensivelmente há uma semana que diariamente nas televisões pública e privadas são publicadas sondagens acerca da intenção de voto dos portugueses nos cinco maiores partidos.
A interrogação principal que emerge é: para que serve este serviço? Num dia a PAF, a coligação Portugal à Frente, com os partidos PSD/CDS-PP, apresenta-se a liderar e ganhadora, noutro seguinte, está o PS, Partido Socialista. Como curiosidade, assiste-se também a isto: no mesmo dia, na TVI, a PAF aparece com cinco pontos à frente do PS e na SIC vê-se o PS a ganhar aos pontos ao opositor. Ou seja, uma perscrutação anula a outra.
Em pergunta secundária, será que esta informação visa manter o eleitor sempre em “cima”? Em cima de quê? Pergunta-se. De sondagens repetitivas e estereotipadas e azucrinadoras de mentes em conflito? A ser bombardeados com estes dados, em analogia, é assim como ter acesso à Bolsa e saber se devemos comprar ou vender. Em reflexão, somos levados a imaginar o voto como um produto transaccionável e não um instrumento de decisão importante para o futuro do país.
Em especulação, será que este metralhar contínuo não terá por objecto três intenções? Confundir o eleitor, porque mostrando o resultado do dia pode alterar o sentido de voto da véspera de um votante indeciso e que ainda não sabe em que partido vai depositar o seu sufrágio.
Manipular o eleitor, porque mostrando a dicotomia, no sentido de indicar o voto útil, “convence psicologicamente” a votar num destes dois partidos.
Segregar os restantes partidos, porque, embora as sondagens mostrem a percentagem de interessados em sufragar as restantes forças políticas, o que sobressai é o parecer que votar nos mais pequenos é um desperdício, uma perda de tempo e não vale a pena. Logo, em silogismo, a mensagem implícita é imperativa: votem nos dois maiores!
Por outro lado, se concorrem a estas eleições legislativas 12 partidos políticos e só se fala de cinco, directamente estão a ser segregados, esquecidos, sonegados, discriminados, 7 que, apesar de serem pequenos, têm direito a levar a todos os portugueses a sua mensagem.
No mínimo, neste procedimento absurdo que é indicativo de haver uma deliberada intenção de destruir o processo eleitoral tal como o conhecemos, deveria fazer pensar e agir em conformidade o Presidente da República. (Leia também este texto)
Já agora deixo as listas concorrentes e respectivos líderes:
(por ordem alfabética da designação oficial do partido/coligação)

AGIR – PTP e MAS - Joana Amaral Dias
Bloco de Esquerda (B.E.) - Catarina Martins (porta-voz)
Coligação Democrática Unitária (CDU)b) – PCPPEV - Jerónimo de Sousa
Juntos pelo Povo (JPP) - Filipe de Sousa
LIVRE/Tempo de Avançar (L/TDA); apoiado pelo POUS - Ana Drago (porta-voz)
Nós, Cidadãos! (NC) - Mendo Castro Henriques
Partido da Terra (MPT) - José Inácio Faria
Partido Nacional Renovador (PNR) - José Pinto Coelho
Partido Popular Monárquico (PPM) - Gonçalo da Câmara Pereira
Partido Socialista (PS) - António Costa
Portugal à Frente – PPD/PSD e CDS-PP  - Pedro Passos Coelho


Sem comentários: