Quando eu te vi,
o meu peito palpitou,
uma dor senti em mim,
a angústia se instalou;
Olhei os teus olhos,
entrei neles a sonhar,
adivinhei escolhos,
um canhão a ribombar;
Olhei os teus lábios,
pareceram-me tremer,
como velhos alfarrábios,
que não se devia mexer;
Vi as tuas mãos,
quase que as escondias,
sei que eram, mas não são,
as mesmas de todos os dias;
Olhei o teu coração.
senti o seu pulsar,
como estertor de paixão,
a morrer por não amar;
Quase gritei por ti,
num grito rouco sem jeito,
apeteceu-me beijar-te,
apertar-te contra o peito;
Ficámos ali parados,
sem saber o que dizer,
parecíamos espantados,
por saber e não querer ter;
Quando me lembro de ti,
recordo esse teu sorriso,
um oceano dentro de mim,
a turbular-me o juízo.
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