terça-feira, 24 de novembro de 2015

VEM AÍ O NATAL

(Imagem da Web)

VEM AÍ O NATAL


É Novembro, as folhas, cansadas de uma vida presa, vão caindo lentamente,
dando lugar a outras que nascerão de novo na Primavera em sua substituição,
o Outono, em sopro de brisa suave, vai caminhando em busca do seu sucessor,
o tempo, na sua marcha lenta, dá uma das suas  muitas faces de quarto-crescente,
as andorinhas, abandonando seus ninhos, já partiram em busca de outro chão,
deixando memórias vivas, construídas em beirais, de uma vida errante, o lavor,
percorrendo milhares de léguas, atravessando continentes, vão regressar alegremente,
com os novos rebentos arbóreos, num milagre de luz, irão recomeçar a multiplicação,
no seu intenso chilrear ao entardecer, mostrarão que a felicidade é apenas um clamor,
um sentir dentro do peito, um bater no coração, uma flor que cresce, uma semente,
um rio de águas calmas, um prado verde beijado pelo Sol, as palavras de uma oração,
numa roda natural, a seguir ao frio de geada, inevitavelmente, virá o tórrido calor,
por mais hecatombe que aconteça, em equilíbrio, tudo tenderá para o ausente,
um porvir de mudança, um futuro de esperança, uma existência nova, uma bênção,
um Natal solidário, uma quadra solta de poesia apócrifa, uma perene época de amor.



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