sexta-feira, 25 de junho de 2021

RESPOSTA A UM COMENTÁRIO... (NO FACEBOOK)

 

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)






Começo por lhe agradecer a sugestão de leitura. Muito obrigada. Mas, já agora, se não for pedir muito, na próxima envie mais cedo, é que já tinha lido. Se calhar é vossa senhoria que precisa de ler mais, sobretudo umas noções sobre direito. E para se apreenderem não é preciso sermos licenciados - eu não sou. Precisamos apenas de desenvolver a nossa intuição sobre o que é justo e injusto. Como exercício de leitura inicial vocemecê deveria ler o texto que escrevi uma dúzia de vezes. Sim, escrevi uma dúzia de vezes. E isto, vai perdoar o desabafo, não é porque a considere menos inteligente. Nada disso! Vossa Excelência, como surdo, cego e mudo, não ouve, não vê e não fala do que está em causa. Numa frase pequenina, "vocelência", tal como a colaboradora do Expresso são desonestas intelectualmente. Eu explico melhor, com a maior das prosápias, defendem acerrimamente o que acreditam ser uma verdade universal. O problema até nem seria grave se estivessem dispostas a aceitar outros argumentos contrários. Mas não. No vosso radicalismo - ou deverei antes chamar-lhe o novo femininismo? -, como se fossem um rolo compressor, passam por cima de tudo para espalhar as vossas ideias tendenciosas.

Leia mais uma vez a minha crónica, mas muito lentamente, que é para conseguir compreender. Eu não escrevi que se deveria subestimar o crime do motorista. O que eu escrevi, isso sim, é que o acontecimento jamais deveria ter sido plasmado nas redes sociais, sobretudo com o rosto perfeitamente visível. Estamos perante um abuso de direito por parte da alegada vítima.

Imagine que, a partir de agora, as grandes superfícies começavam a publicar na Internet a identificação com rosto de todas as pessoas que furtam um perfume, uma pasta de dentes, ou outra coisa qualquer. Concorda com a medida? Afinal, o furto, conforme escrevi na minha redacção, é também um instinto natural - que, evidentemente, é e deve ser combatido pelas leis do mundo para que qualquer um de nós não se sinta tentado. E olhe que qualquer ladrãozeco de meia-tijela nem é muito diferente de mim. (Pausa para rir à vontade)

Qualquer um de nós, a qualquer momento, pode prevaricar, seja a furtar, seja a agredir materialmente, seja a assediar - o que escrevi, e a senhora não leu, foi que o crime de assédio é uma medida recente. Que pelo facto de ainda não estar madura, permite, por um lado, homens e mulheres a ainda não conseguirem controlar o desejo, por outro, os tribunais, creio, ainda estão a ganhar calo nestes processos. Não podemos esquecer que, praticamente, estamos a condenar palavras - a ser considerado "acto" é preciso mais matéria. Como por exemplo, a classificação de ofensas caluniosas, a seu tempo vai desaparecer como crime. Se vocemecê fosse capaz de pensar veria que o condutor - sem desvalorizar o que aconteceu - não violou, não forçou o seu intento. Como marialva de vão de escada, não controlando a sua lascívia, escorregou na volúpia. Está certo? Não, não está! Também nunca disse que estava.

Mas, incluindo vossa senhoria, quem nunca pecou que atire a primeira pedra. (claro que me refiro a pessoas normais, que até mostram o rosto. Não é para aqueles que, por serem tão feios, tão feios, mas tão feios, até colocam no perfil a imagem de um boneco)


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