terça-feira, 5 de maio de 2015

DEFENDO O DIREITO À LIVRE EXPRESSÃO DO COSME. SEREI RACISTA?




A HISTÓRIA MAL CONTADA DO JORNAL i. Leia aqui.


Devemos enforcá-lo? Talvez queimá-lo na fogueira da Inquisição? É pouco, não é? Bolas, é delito de opinião! O homem vai contra a corrente! Morra o homem! Salve-se a hipocrisia societária!



Ex.mo Senhor Presidente do Conselho Pedagógico da Faculdade de Economia do Porto


ASSUNTO: BLOGUE DO COSME

Começo por dizer a V. Ex.ª que nunca tinha ouvido falar do professor Pedro Cosme Vieira. Foi ao ler nos jornais o "quid pro quo", tomar uma coisa por outra, que fui ler o seu blogue, como quem diz provar o seu veneno. Acontece que vi, como quem diz provei, e gostei do que li. É um blogue com um pensamento bem estruturado numa escrita simples e entendível por todos. Usa e abusa de metáforas a cair no politicamente incorrecto. E depois? Não pode? É diferente? É! E talvez por ser divergente, pagando um preço pela originalidade, suscite as mais vivas reacções num país cinzento -nem sequer é a preto e branco, maniqueísta-, formatado e com vocação deliberada para ser conduzido para o pensamento único.
Apelo à inteligência e ao bom-senso de V. Ex.ª não fomentar o vazio de ilegitimidade arremessando gasolina para a fogueira mediática da idiotice de alguns arrogados intelectuais que nos deveria envergonhar a todos. Este homem, que não conheço nem nunca vi mais gordo, em nome de uma liberdade que apesar dos seus 41 anos apodrece de velhice, escalonada e condicionada por alguns, tem todo o direito de se expressar livremente. De facto, passadas mais de quatro décadas depois do 25 de Abril, começa a fazer sentido debater o conceito de liberdade, onde começa, por onde pode caminhar e onde termina.
Com franqueza, já me basta no mês passado o conselho directivo da Escola da Póvoa do Lanhoso suspender uma professora, sem provas e com base num "sururu", na suspeita de que estaria envolvida com um seu aluno de 15 anos. Chega de tanta injustiça, de tanta parvoíce e de tanta trapalhada!
O Blogue do professor Cosme não põe em causa o prestígio da Faculdade de Economia do Porto. Espero, sinceramente, que não se deixe enredar nas teias do facilitismo e a sua decisão caia para o lado do pior que pode acontecer a uma Universidade. Defendamos o direito ao pensamento e à livre expressão. Não foi com base nesta premissa que se condenou o ataque em Paris ao jornal satírico Charlie Hebdo?
Atentamente
António Luís Fernandes Quintans


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