sexta-feira, 27 de junho de 2014

VINAGRETAS DE CAMPEÃO

(Imagem da Web)



Quem faz o favor de ler os disparates que vou escrevendo deverá saber que volta e meia lá vou mandando umas ferroadas na nossa imprensa local –claro que só fala mal dos outros quem tem telhados de vidro, e que se lhe diga, mas isso é outra questão de somenos e não interessa nada para aqui. Ora esta semana, para meu gáudio, vou dizer bem.
O Campeão das Províncias desta semana –e quanto a mim numa reviravolta de 180 graus tendo em conta os escritos anteriores nesta coluna- traz umas “vinagretas” de se lhe tirar o chapéu. Apetece ler e repetir. Desde a primeira, “Alucinações” até à última “Justa homenagem” sente-se uma imperceptível crítica independente e necessária num jornal local. Não sou apologista de que um órgão de comunicação social tenha de ser, apenas por ser, anti-poder. Deve ser crítico, escrutinador desse mesmo poder, quando tem de o ser e, quando assim o entenda dentro da sua discricionariedade, deve e pode ser o contrário. O que quero dizer com isto? É que o leitor, ao ler, deve inferir um sentimento de independência traduzido num princípio de equidistância entre quem escreve, o jornalista, e o poder observado. O leitor não pode pensar que poderá haver um qualquer ressentimento contra alguém ou entidade e o jornal poder ser utilizado como arma de arremesso por quem escreve nesse mesmo órgão de comunicação social –e esta prosa também me serve para mim por ser colaborador semanal n’O Despertar.
Voltando às “Vinagretas” desta semana, e repetindo, estão fantásticas. Acutilantes qb, quantidade que basta. Sobretudo a pergunta da semana, na dita coluna. Vou transcrever: “Quem é o ex-presidente de junta do concelho de Coimbra que, investido em novas funções, deixou, pelos vistos, de “conhecer” os antigos colegas, com quem partilhou nos últimos anos inúmeras reuniões e outras tantas assembleias municipais?”
Ora é aqui que queria chegar: como é o caso presente, um jornal, mesmo sem plasmar o nome do visado, pode perfeitamente ser pedagógico, proactivo, e contribuir para a sua educação e formação social. E tudo no interesse do citado e antes que a sua figura se torne de tal maneira ridícula e que o comecem a apodar de “cagão do telemóvel”. É evidente que cagões há muitos e, no fundo, no fundo, é mais um! Mas, tendo em conta que este personagem até fez um bom trabalho anteriormente, creio que esta chicotada jornalística foi o bastante para ele verificar que não estava a enveredar pelos melhores caminhos e nem pelas melhores companhias. Desde que, ilusoriamente, subiu ao altar dos nomeados passou a andar com gente que, em três tempos, lhe faz o seu funeral político, encomenda-lhe alma ao diabo e apaga-lhe o nome das listas no partido. O homem é inteligente e tem valor. É preciso que se diga! Gosto dele e pronto! Por isso mesmo, vamos dar-lhe algum tempo para se redimir e entender que os gajos que estão agora no degrau debaixo amanhã podem trocar de posição com ele. Até porque quatro anos passam depressa e… mesmo dentro destes quarenta e oito meses muita coisa pode acontecer! O que sei dizer é que esse tal citado que hoje encontrei nos subúrbios da cidade não tem nada a ver com o “cagão do telemóvel” de antes desta edição do Campeão. Será esta mudança uma causa consequencial do efeito das “Vinagretas”? Será? Se calhar...!

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