segunda-feira, 24 de outubro de 2022

REUNIÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE MEALHADA: O CASO DO DIA

 

(Imagem de arquivo)





Aparentemente, mas só mesmo aparentemente, até pareceu que a reunião camarária, realizada hoje e durante toda a manhã e uma parte da hora de almoço, no seu pragmatismo habitual, decorreu como tantas outras. Acontece que não foi assim, várias alterações de fundo ocorreram na bancada da oposição, representada pelos eleitos do Partido Socialista.

Para começar, substituindo Luís Tovim, após um requerimento de adiamento de cerca de um ano em serviço na ERSUC, Empresa de Resíduos Urbanos do Centro, SA, impondo-se como titular, tomou hoje posse como vereador José Calhoa, também recentemente empossado como presidente da Concelhia do Partido Socialista/Mealhada.

Apresentando-se em boa forma, física e intelectual, com um discurso claro e incisivo, tudo indica que, embora ganhemos todos, com esta nova aquisição, quem mais vai contabilizar é o PS. Quem viu o encontro com olhos sem óculos partidários, certamente, apercebeu-se de uma nova dinâmica na bancada rosa. Se até aqui o grande mestre na agitação de águas foi, com toda a legitimidade, Rui Marqueiro, a continuar como hoje, a entrada de Calhoa no novo campo de operações, dividindo o palco a dois, tudo indica, vai acalmar o ex-presidente da edilidade, tornando-o mais assertivo – não que ele alguma vez, na sua idiossincrasia, forma de ser, deixe de ser quem é, mas, progressivamente, estou em crer, vai moderar as suas tiradas filosóficas divididas entre a sátira e o gume de uma espada.

Deu para ver que a entrada de Calhoa na equipa transmitiu um novo sangue, sobretudo, à colega eleita Sónia Leite. Sempre tão apagadinha, graças a Deus, hoje, fosse por isso ou não, parecia uma lançadora de pesos pesados. E é isso mesmo que os munícipes mealhadenses esperam dela, que, largando o espírito meloso, interrogando a mesa com acutilância, seja mais interventiva e eficaz. Não pode esquecer que foi eleita à Câmara Municipal para representar os que põem em dúvida, ou não aceitam de cabeça baixa, as políticas da maioria eleita. O jogo político, goste-se ou não, é mesmo assim, e quanto mais equilibrado estiver nas forças de uns e de outros, mais ganha o concelho de Mealhada.

Por outro lado, a precisar de se fazer à estrada para ganhar créditos dentro do partido e mostrar que é o homem messiânico no momento para levantar os ânimos dos socialistas descontentes, tudo indica que Calhoa entrou na altura certa, isto porque, ao que parece, Rui Marqueiro começou a fazer jogo isolado e individual. E a provar, hoje, vimos e ouvimos o mestre das perguntas incómodas referir que os dois pontos agendados na reunião alegadamente solicitado pelo Senhores Vereadores eleitos pelo Partido Socialista”, afinal, tinham sido elaborados em seu nome pessoal.

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