quinta-feira, 26 de setembro de 2019

ENCERROU O OLÍMPIO MEDINA

(Foto de arquivo)





Prestes a comemorar um século de existência - foi fundado em 1920 -, encerrou o Olímpio Medina, na Praça 8 de Maio. Estabelecimento de mais conhecido no país e no estrangeiro na venda e reparação de instrumentos musicais, indelével na marca do tempo, deixa um rasto de saudade difícil de preencher e apagar. Pode visionar aqui uma entrevista realizada em 2015.
Se é certo que morre a loja dedicada à música, mas vai manter-se o espaço comercial com outro ramo de negócio, felizmente, quer o dono, o senhor Olímpio Santos Vitor, quer os dois funcionários, o António e a Cristina, estão de boa saúde. 
Como diria o outro, as empresas nascem e morrem, é a vida no seu lastro económico, ponto final e parágrafo. Mas, proclamando a frase como epitáfio gravado no mármore frio, será que fica tudo dito? E o reconhecimento social por quase cem anos de vida dedicado à colectividade que lhe é devido (deveria ser), não conta? 
É profundamente lamentável que, quando estes ícones da memória comercial se apagam, não recebam, pelo menos, uma menção honrosa de agradecimento na reunião do executivo municipal. 
Bem sei que são coisas, mas, acima de tudo, pela conivência longa entre nós, ganharam uma identidade própria – não é verdade que, numa medida feliz, até os animais de companhia deixaram formalmente de ser considerados “coisas” e são agora abrangidos por um novo estatuto jurídico? Não defendo a mesma relevância, mas, pelo desprezo com que é encarado o desaparecimento de uma “instituição” destas, no mínimo, entendo que deveria ser feita alguma iniciativa política, no sentido de que a memória comercial não se apague. E foram tantos, senhores, os que já partiram que, por este andar, qualquer dia, não restará um único como exemplar.
Em nome da Baixa, se posso escrever assim, uma enorme ovação para o comércio Olímpio Medina, que agora desaparece, longa vida e uma grande salva de palmas para o actual proprietário e respectivos funcionários que, durante décadas, no maior empenhamento, tanto deram à cidade.

2 comentários:

Miguel Alves disse...

Como musico de Coimbra, é de ressalvar a importância histórica desta loja, porém, também como músico, nunca consegui que essa mesma loja satisfizesse as minhas necessidades, ficando estagnada no tempo e num mercado muito restrito. A Casa Abreu, também fundada em 1920 tem instalações novas, abrange um mercado diverso e goza de uma posição de preferência no mercado da zona centro. Fica a recordação....

lili disse...

Foi meu apoio musical desde menina. Com pena minha vejo o encerramento deste espaço que tanto deu à cultura musical.Abraço grande ao Sr Olímpio Vitór e a Sr D.Cristina. O
meu muito obrigada por todas as ajudas e atenções. Dalila Costa Pina