quinta-feira, 19 de setembro de 2019

OS 60 ANOS DE JOSÉ MANUEL SILVA, VISTO PELO OLHO DE LINCE





*Escrito pelo Olho de Lince


O Sol já ia alto quando recebemos ontem o e-mail na redacção: “Caro Amigo director do blogue Questões Nacionais, Por esta dolorosa ocasião, venho convidá-lo para uns copos de vinho, hoje, dia 18, depois de jantar, a partir das 21h, no Largo do Poço, na Baixa, em frente à Camponeza. Sem prendas, apenas com o bálsamo da amizade e os/as respectivo(a)s acompanhantes, naturalmente. Peço-lhe confirmação, por favor, para facilitar a preparação. JMSilva”.
O nosso director, o Luís Fernandes, depois de ler a mensagem, arranhando na cabeça, pareceu ter ficado incomodado. De supetão, atirou: “venha ler isto, Olho de Lince!
Não precisou de dizer mais nada. Eu adivinhei a bronquite que estava em perspectiva. Desde há algum tempo o Fernandes é, “ex-aequo”, chefe máximo do blogue e, ao mesmo tempo, administrador da Página da Câmara Municipal de Coimbra (Não Oficial), no Facebook. Seja pela acumulação dos cargos ou não, a verdade é que a malta da esquerda com assento na cidade deu em acusá-lo de parcialidade a favor do ex-bastonário da Ordem dos Médicos. Tanto faz o nosso director explicar que todos os partidos e movimentos políticos, com respectivos candidatos, lhe merecem o mesmo respeito como não. Eu sei que se trata de uma injustiça. Posso garantir que o meu patrão é um bocado bronco, lá isso é, mas é um tipo sério, e não mistura as coisas. Trabalho é trabalho, conhaque é conhaque. Sou testemunha do seu esforço na equidistância. Mas não vale nada. Para muito pessoal que milita e bebe do catecismo do marxismo-leninismo o que parece é, ponto e parágrafo. E sem direito a contraditório.
Não sei se já perceberam mas, por essa avaliação redutora de carácter, dá para ver que ele não deveria comparecer no aniversário do promitente candidato a presidente da Câmara Municipal de Coimbra em 2021.


E AGORA?


Para complicar tudo, havia outro contratempo, todos os meus colegas jornalistas estão de serviço à cobertura da campanha eleitoral para as legislativas do próximo 06 de Outubro. O director-adjunto, o Luís Quintans, anda a correr atrás de Rui Rio entre Porto e Lisboa. Já que o Rio não vem à cidade dos estudantes, quem sabe por a achar de pouca importância, vai o jornalista ao Rio.
O editor-executivo, António Fernandes, segue de perto o António Costa, lá para as bandas de Lisboa – já que também para o Primeiro-ministro em exercício Coimbra não faz parte do mapa.
O Fernandes Quintans, o chefe de redacção, anda a cobrir (salvo seja, que a língua portuguesa é matreira) a Assunção Cristas em tudo o que é vila, aldeia, feira e mercado municipal.
O Arnaldo, ver-para-além- da-opacidade, anda a cobrir (outra vez salvo seja) a Catarina Martins por todos os bairros em vias de serem desmantelados pelo camartelo e onde os pobres mais pobres do país pedem uma casinha.
A telefonista para todo o serviço, a Etelvina, melhor-que-pudim-flan, anda atrás do Jerónimo de Sousa, para ver se o arrebita.
Para divulgar as propostas de André Silva para a neutralidade carbónica e bem-estar animal do PAN, Partido dos Animais e da Natureza, em regime excepcional, contratámos a “Zezinha Gatona”.
Quanto aos novos partidos, como não temos pessoal e a Câmara Municipal de Coimbra não nos inclui na subvenção quinzenal das publicações de deliberações, portamo-nos como a RTP: fazemos de conta que não existem. E pronto!
Ou seja, não sei se estão a acompanhar: como, por um lado, estava tudo ocupado, por outro, em manifesto conflito de interesses, o director Luís Fernandes não deveria comparecer para não ser o que parecia, em sentença sumária: ordenou: “você vai noticiar o 60º aniversário do José Manuel Silva!”. Ainda tentei vagamente argumentar que sou fotojornalista. E mais: que estou ocupado a acompanhar as próximas eleições para a APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra. Mas nada. Como de costume, o gajo não ouve ninguém. Tenho de confessar que, embora me fizesse caro, nem me importei muito. Afinal, se calhar, sempre haveria croquete e, com sorte, leitão assado e até bife de vaca na grelha. E lá fui eu.


DAQUI LARGO DO POÇO, BAIXA DE COIMBRA...


Passavam quarenta e cinco minutos das 21h00 quando cheguei. O tempo, ameno, de cerca de vinte graus, estava agradável. No Largo do Poço, em frente a garrafeira A Camponeza – um reconhecido estabelecimento centenário da Baixa de Coimbra – a ambiência social era informal. Várias mesas corridas, umas carregadas de alimentos ligeiros, outras com bebidas para todos os gostos, emolduravam o nobre largo. O centro das atenções, embora sem fazer nada para isso, naturalmente era o aniversariante, José Manuel Silva, coordenador do Movimento Somos Coimbra.
Cerca de três dezenas de pessoas falavam de política. O grupo, constituído essencialmente por “companhons de route”, eleitos na Câmara Municipal, Assembleia Municipal e juntas de freguesia, e outros de renome local e internacional como, por exemplo, o físico Carlos Fiolhais, o ex-reitor da Universidade de Coimbra João Gabriel Silva e José Castelo Branco, do Instituto de contabilidade e Administração, discutiam a conquista da autarquia em 2021 pelo professor da Faculdade de Medicina de Coimbra.
À minha pergunta se esta festa no coração da zona velha significava um piscar de olho aos operadores da Baixa, respondeu José Manuel Silva: “não senhor! A escolha deste local para comemorar o meu aniversário tem a ver com a tranquilidade que se sente, e também pelo bom serviço prestado (no fornecimento de bebidas) pela senhora Assunção Ataíde” – uma dos proprietários da Camponeza.
Já quanto à comida, servida pelo celebrante, predominava o biológico. E até o bolo de aniversário era “grumet”. Cá para mim, que ninguém nos lê, andou ali o sindroma do Falcão -que sempre comeu carne e agora não. Ora bolas! Estava à espera de um bifinho de vaca… e nada!




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