quinta-feira, 9 de março de 2017

UM PAÍS, DOIS PRESIDENTES, DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)



A semana passada o país acordou indignado perante “Ameaças à segurança e integridade física de Jaime Nogueira Pinto, feitas por alunos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas levaram a Direção a cancelar a conferência ‘Populismo ou Democracia: O Brexit, Trump e Le Pen’, agendada para a tarde de terça-feira, dia 7 de março, e onde o politólogo era o principal orador”, in Correio da Manhã.
Foi de tal modo a repulsa que até Marcelo Rebelo de Sousa -não se sabe se no papel de comentador, que nunca deixou de ser, se no lugar de Presidente da República portuguesa- se instou a fazer referência ao atropelo à democracia na televisão.
Curiosamente aconteceu o mesmo em Coimbra em Novembro de 2014, no reinado de Aníbal Cavaco Silva, Chefe de Estado na altura. Nesse tempo, a notícia plasmada nos jornais não passou disso mesmo. Ou seja, um “fait divers” numa Universidade pública, onde o seu director procedeu como o dono da quinta, que não gerou grande controvérsia no todo nacional.
Lembrei-me de aflorar este assunto para reflexão. Como na altura não houve grande raiva sobre o acontecido nem passou na televisão, podemos especular e atirar a culpa sobre várias direcções. Qual destas assentará melhor num coimbrinha (como eu)?

-Coimbra não é Lisboa. E alguma vez será comparável?
-Os presidentes da República, na sua função institucional, não são todos iguais. É por isso que o igual pode ser tratado de modo diferente?
-O país gira a duas velocidades, Lisboa/Porto e restante parvónia? 

(Não senhor. Que disparate! Homessa!)

Sem comentários: