(Foto gamada, sem autorização, ao Notícias de Coimbra)
Segundo
o meu colega de escrita -espero que Fernando Moura não se ofenda
pelo trato de proximidade- Notícias de Coimbra, algumas mulheres da cidade
manifestaram forte indignação pelo facto de a gerência do reputado
café e restaurante “A Brasileira” ter colocado na montra um bolo
em forma de pénis no Dia Internacional da Mulher.
Como
ressalva, embora conheça bem Lúcio Borges, o dono de "A Brasileira",
não sou seu amigo do peito. Quero dizer, com isto, que estou à
vontade para escrever com liberdade o que vou plasmar a seguir. Ou
seja, que esta crónica não foi encomendada nem pretende ser
ressarcida com um bom bife à Brasileira, no nosso querido
estabelecimento da Baixa de Coimbra.
Bem sei que, antes de
escrever este texto, deveria ouvir Borges mas, como o meu tempo é
pouco e imaginando o que esteve por trás da sua decisão, mesmo
assim, especulando, vou apresentar várias razões que teriam
motivado o meu conhecido e cujo facto deu brado nas “toiradas” cá no burgo.
A
primeira, tendo em conta um princípio da física que quanto mais
curto for o membro maior é a sua força, está de ver que Borges,
sendo um homem de baixa estatura, quis mostrar à cidade que nos
pequenos reside a virtude -basta olhar para mim, é claro. Lá diz o
povo, “homem pequenino, velhaco ou dançarino”. Ou seja,
no Dia Internacional da Mulher o Borges, metendo uma lança em
África, acabou a elogiar os homens. Dai algumas mulheres da cidade
terem ficado furiosas. Porque não apresentou Borges uma vagina? Sei
lá, com pintelhinhos e tudo, digo eu, é uma incógnita. Se
assim fosse, estou em crer que já não haveria trovoada forte nas
redes sociais -isto se este gravíssimo problema local não for moção
a discutir na próxima Assembleia Municipal -considerando que na de hoje não será tema inscrito na sessão. Uma coisa é certa,
espero que Borges aprenda -não é com um “margalho”, de
cor beije, que se conquistam as boas graças de algumas mulheres, se
ao menos fosse preto, ainda vá que não vá- e no próximo ano
coloque na montra uma “ratinha” com pelinhos -e sem
cornos, se faz favor, como fez este ano.
A
segunda, ao colocar na montra de “A Brasileira” um bacamarte de
enorme proporção, Borges quereria fazer jus a um estudo realizado
pela revista FHM, em que afirmava que "as coimbrãs são as
que fazem mais sexo, as lisboetas satisfazem-se sozinhas e as
bracarenses adoram pornografia"? É certo que isto foi em
Novembro de 2007 e, naturalmente, dez anos é muita fruta, muito tempo, e o que
foi “já era”. Seguindo o declínio da cidade, no índice de transparência
municipal, provavelmente já devíamos ter perdido mais de cem
lugares.
A
terceira, às tantas, Borges, com esta exposição fálica, quis
testar as mulheres da cidade e provar que Coimbra é mesmo a cidade da hipocrisia. Quem não se lembra da destituição de um
ex-comandante da Polícia Municipal por ter enviado uma mensagem erótica aos seus subordinados?
E então, pelo “sururu” criado, não é que Borges conseguiu mostrar que a nossa aldeia é mesmo uma terra de tricas? Vá lá, vá lá! Apesar de tudo ainda teve muita sorte. Como a comemoração foi só um dia -que, a propósito, deveria ser durante todo ano- não lhe aconteceu o mesmo que, há uns anos, a uma livraria do Porto em que foi chamada a PSP por ter na montra um livro de Gustave Courbet, em que aparecia na capa uma vagina pintada. Denominado de a "Origem do Mundo".
E então, pelo “sururu” criado, não é que Borges conseguiu mostrar que a nossa aldeia é mesmo uma terra de tricas? Vá lá, vá lá! Apesar de tudo ainda teve muita sorte. Como a comemoração foi só um dia -que, a propósito, deveria ser durante todo ano- não lhe aconteceu o mesmo que, há uns anos, a uma livraria do Porto em que foi chamada a PSP por ter na montra um livro de Gustave Courbet, em que aparecia na capa uma vagina pintada. Denominado de a "Origem do Mundo".
Apesar
das ameaças de a tua casa ser colocada no “Index” de certas
pessoas púdicas, safaste-te de boa, Borges!
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