sexta-feira, 10 de março de 2017

(ALGUMAS) MULHERES DE COIMBRA E O “COISO” DA BRASILEIRA

penis
(Foto gamada, sem autorização, ao Notícias de Coimbra)





Segundo o meu colega de escrita -espero que Fernando Moura não se ofenda pelo trato de proximidade- Notícias de Coimbra, algumas mulheres da cidade manifestaram forte indignação pelo facto de a gerência do reputado café e restaurante “A Brasileira” ter colocado na montra um bolo em forma de pénis no Dia Internacional da Mulher.
Como ressalva, embora conheça bem Lúcio Borges, o dono de "A Brasileira", não sou seu amigo do peito. Quero dizer, com isto, que estou à vontade para escrever com liberdade o que vou plasmar a seguir. Ou seja, que esta crónica não foi encomendada nem pretende ser ressarcida com um bom bife à Brasileira, no nosso querido estabelecimento da Baixa de Coimbra.
Bem sei que, antes de escrever este texto, deveria ouvir Borges mas, como o meu tempo é pouco e imaginando o que esteve por trás da sua decisão, mesmo assim, especulando, vou apresentar várias razões que teriam motivado o meu conhecido e cujo facto deu brado nas “toiradas” cá no burgo.
A primeira, tendo em conta um princípio da física que quanto mais curto for o membro maior é a sua força, está de ver que Borges, sendo um homem de baixa estatura, quis mostrar à cidade que nos pequenos reside a virtude -basta olhar para mim, é claro. Lá diz o povo, “homem pequenino, velhaco ou dançarino”. Ou seja, no Dia Internacional da Mulher o Borges, metendo uma lança em África, acabou a elogiar os homens. Dai algumas mulheres da cidade terem ficado furiosas. Porque não apresentou Borges uma vagina? Sei lá, com pintelhinhos e tudo, digo eu, é uma incógnita. Se assim fosse, estou em crer que já não haveria trovoada forte nas redes sociais -isto se este gravíssimo problema local não for moção a discutir na próxima Assembleia Municipal -considerando que na de hoje não será tema inscrito na sessão. Uma coisa é certa, espero que Borges aprenda -não é com um “margalho”, de cor beije, que se conquistam as boas graças de algumas mulheres, se ao menos fosse preto, ainda vá que não vá- e no próximo ano coloque na montra uma “ratinha” com pelinhos -e sem cornos, se faz favor, como fez este ano.
A segunda, ao colocar na montra de “A Brasileira” um bacamarte de enorme proporção, Borges quereria fazer jus a um estudo realizado pela revista FHM, em que afirmava que "as coimbrãs são as que fazem mais sexo, as lisboetas satisfazem-se sozinhas e as bracarenses adoram pornografia"? É certo que isto foi em Novembro de 2007 e, naturalmente, dez anos é muita fruta, muito tempo, e o que foi “já era”. Seguindo o declínio da cidade, no índice de transparência municipal, provavelmente já devíamos ter perdido mais de cem lugares.
A terceira, às tantas, Borges, com esta exposição fálica, quis testar as mulheres da cidade e provar que Coimbra é mesmo a cidade da hipocrisia. Quem não se lembra da destituição de um ex-comandante da Polícia Municipal por ter enviado uma mensagem erótica aos seus subordinados? 
E então, pelo “sururu” criado, não é que Borges conseguiu mostrar que a nossa aldeia é mesmo uma terra de tricas? Vá lá, vá lá! Apesar de tudo ainda teve muita sorte. Como a comemoração foi só um dia -que, a propósito, deveria ser durante todo ano- não lhe aconteceu o mesmo que, há uns anos, a uma livraria do Porto em que foi chamada a PSP por ter na montra um livro de Gustave Courbet, em que aparecia na capa uma vagina pintada. Denominado de a "Origem do Mundo".
Apesar das ameaças de a tua casa ser colocada no “Index” de certas pessoas púdicas, safaste-te de boa, Borges!

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