sexta-feira, 12 de junho de 2015

EDITORIAL: UM ENCONTRO COM O PRESIDENTE DA CÂMARA





Cerca das 14h30, encontrei Manuel Machado, presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), no Largo do Poço acompanhado da vereadora da Cultura, Carina Gomes, e de alguns assessores. Como eu ia acompanhado de João Fernandes, ex-delegado do Inatel e reconhecido socialista na cidade, naturalmente que parámos junto do grupo e saudámo-nos todos.
Como ressalva, admito que sou um bocado verrinoso mas, para quem me conhece melhor, sabe que não sou de guardar ressentimento. Digo o que tenho a dizer no momento e –se me fizerem o mesmo no que toca à minha pessoa é igual- esqueço tudo com facilidade. Por isso mesmo me dirigi à vereadora Carina Gomes e interroguei: aceita o meu cumprimento? O que lá vai, lá vai! Águas passadas não movem moinhos! Enfatizei -eu tive um “quid pro quo”, tomar uma coisa por outra, há uns meses atrás no seu gabinete, na Casa da Cultura e publiquei no Jornal Campeão das Províncias o que lá se tinha passado. Para minha surpresa, embora à defesa, Carina Gomes até reagiu bem e, embora sem grande emoção, cumprimentámo-nos. Confesso que gostei da sua reacção. A vereadora da Cultura da CMC é muito jovem e, certamente, no lugar que ocupa vai ganhando tarimba, como quem diz, poder de encaixe. É essa a sua obrigação.
Quando cheguei ao presidente, Manuel Machado, da mesma forma, apertando-lhe a mão, cumprimentei-o com o tradicional boa tarde, presidente! Seja bem-vindo. Espero vê-lo mais logo por aqui! –hoje há marchas na Baixa e haverá um movimento de pessoas fora de normal.
Agora atentemos na forma como me respondeu o Presidente da Câmara Municipal de Coimbra. Irritado, com a sua voz grossa e bem posicionada mas alterada, replicou: “Eu venho se me apetecer! Você não manda nada! Você não manda na minha vontade! Não lhe devo nada!”
Tentei desvalorizar e retorqui que estava a cumprimentá-lo em paz. Disse mesmo: não se abespinhe! Não entendo a sua irritação! O senhor é o presidente da autarquia. Seja mais político!
A tensão ali foi bastante notada pelos acompanhantes, Um deles, atirou: “vamos embora. Vamos embora!”
Os que sabem, naturalmente, terão conhecimento de que escrevo neste blogue há cerca de oito anos e já passei por dois edis social-democratas, Carlos Encarnação e Barbosa de Melo. Sem ideologia partidária, sempre escrevi com independência, liberdade e responsabilidade. Nos meus apontamentos sobre participação política, nunca foi nem será jamais minha intenção atingir a pessoa que ocupa o lugar de eleito, enquanto indivíduo de direitos individuais, mas sim a sua função política e, como é óbvio, sujeita a reparos. Com crítica fundamentada, umas vezes digo bem outras o contrário mas sempre, sempre, a pensar pela minha cabeça.
Embora não estabelecesse amizade com nenhum dos anteriores presidentes camarários, notei sempre algum respeito pela minha intervenção a favor da polis, da cidade, e sobretudo a favor da Baixa. Jamais inferi de nenhum deles levar a minha opinião escrita ou oral para o caso pessoal –como algumas vezes aconteceu quando intervim na Assembleia Municipal ou no Executivo.
Este presidente está na autarquia há cerca de dois anos. Com este exemplo ocorrido hoje, na minha subjectividade, dá para ver que, pela falta de poder de encaixe, estamos muito bem servidos com o presidente que temos. Um edil, enquanto presidente de todos os conimbricenses e político partidário, que leva para a pessoalidade o que um cidadão, em opinião livre, expressa –porque só me manifesto sobre a função-, não pode estar à altura do lugar que ocupa. Sendo assim, em juízo de valor, deixa de ser o presidente concelhio de todos para passar a ser apenas para alguns.
Enquanto cidadão comum, interventivo e em defesa do que entendo ser passível de manifestação e levado ao conhecimento público, repudio veemente o comportamento de desrespeito, mostrado hoje, deste presidente da Câmara Municipal de Coimbra.
Estou certo, não por culpa do político, saliento, começa a fazer sentido e a entender a razão de ter sido escandalosamente forçado a calar as opiniões que plasmava em dois semanários da cidade.





2 comentários:

Unknown disse...

Aiai amigo Luís,se o homem já não o gramava(por dizer o que pensa) agora não o deve quer ver nem pintado!Arranjou mais um amigo! Então vai »pedir» ao presidente para ir ás fogueiras,misturar-se com o povo? Este ano não há legislativas,se houvesse era vê-lo,ao presidente,nas fogueiras,na feira popular ou na feira das cebolas...

Abraço,Marco Pinto

Anónimo disse...

É continuar a picar o bicho...