Pela exposição de bustos de Óscar Carmona,
Craveiro Lopes e Américo Thomaz –três presidentes do Estado Novo, esculpidos em
barro da região de Barcelos-, estalou a polémica no Assembleia da República
pela voz dos deputados do Bloco de Esquerda (BE) e Partido Comunista Português
(PCP).
Como se brincassem aos parlamentos,
ontem, a continuidade da mostra foi discutida em plenário. Felizmente, pelos
votos a favor do PSD, CDS e PS, a exposição “100 anos de presidência” vai continuar nos corredores do palácio.
Perante esta atitude dos dois partidos de
esquerda, BE e PCP, dá para perceber muito do actual estado político do País.
Sendo mais directo, começa a entender-se como é que há cerca de quatro décadas
Portugal é governado sempre pelos mesmos três partidos, PS, PSD e CDS. Começa a
ser claro como é que os eleitores não depositam confiança nestas estruturas
partidárias, que se arrogam donas da liberdade, e continuamos a ser geridos
por esta troica que está arruinar e a hipotecar a Nação. É assim por que a
esquerda não respeita os valores da história do povo português. É vingativa,
recalcada
e permanentemente ressabiada com tudo o que seja contrário à sua ideologia doutrinária
e assente numa sociedade filosófica-científica-laboratorial. É bipolar,
ora abraça o povo com manifestações de camaradagem e dá tudo por ele, ora o
detesta, manipulando o pensamento colectivo, transformando-o em mero
instrumento político de poder, e reduzindo-o à mais ínfima partícula
existencial. É maniqueísta, entre o vermelho e o branco não existem cores
neutrais. O que está no meio é um limbo onde são arrumados os do contra,
aqueles que não comungam as suas ideias. É anacrónica, vive desalinhada destes
tempos e virada para o passado, do seu, e está petrificada em pensadores ideólogos
como Marx, Engels e políticos teóricos como Lenine e Mao -estes dois que, seguindo
as orientações dos primeiros, pelas suas revoluções, provocaram o extermínio de
milhões de mortos no último século XX. É divisionista, não compreende que a
história não assenta em placas horizontais mas sim na sua verticalidade de “continuum”.
O presente é resultado do prolongamento de um passado continuado em que o seu
início começou na pedra lascada e não se pode apagar enquanto referente de base
evolutiva. É segregacionista até na sua própria memória. Só respeita a sua
narrativa existencial e não permite intrusões que coloque em causa o seu ponto de vista. Diz-se libertadora e arauto da liberdade mas persegue quem não comungar das suas ideias e pensar pela sua
própria cabeça.
Estes partidos de esquerda, com estas
atitudes, dando tiros no pé, se não respeitam a memória colectiva, esperam o quê
dos eleitores?
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