quarta-feira, 22 de outubro de 2014

UM COMENTÁRIO RECEBIDO E UMA RESPOSTA DADA

(Foto de Ana Pires)



Fruta & Hortaliça deixou um novo comentário na sua mensagem "EDITORIAL: QUE ADULTOS ESPERAMOS DESTAS CRIANÇAS?":

Completamente de acordo. A impunidade é total. Qualquer anormal, bêbado e de capa e batina, pode fazer o que quer nesta cidade.


*****************************************


Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "EDITORIAL: QUE ADULTOS ESPERAMOS DESTAS CRIANÇAS?":

vejo tantas pessoas a falarem mal dos estudantes, mas nunca vi ninguém falar mal dos médicos, esses sim também participam nas latadas, iguais aos outros estudantes. E os médicos que matam ninguém critica, porque são médicos, e ninguém faz nada.

Desde do caso do Meco as pessoas têm horrores a estudantes e latadas. Se não gostam dos estudantes, tirem os estudantes de Coimbra e vão ver a vossa querida cidade vazia, como acontece em Agosto, e Coimbra será a cidade fantasma.

Enfiar todos os estudantes no mesmo saco não dá!


*************************************


RESPOSTA DO EDITOR

Começo por agradecer os vossos comentários. Ainda que antagónicos na apreciação não deixam de me merecer o mesmo respeito e consideração. Como o primeiro desabafo se encaminha na linha do meu pensamento não vou tecer considerações. Assim sendo, vou responder ao segundo anónimo, que se insurge contra o tratamento geral.
Então meu caro aluno –desculpe tratá-lo assim, não pretende ser redutor. Inicio a minha refutação para lhe dizer que, na parte que me toca, o desastre do Meco não desencadeou qualquer incentivo à crítica aos estudantes. Já há cerca de 30 anos que escrevo sobre o comportamento estudantil aquando das festas académicas. Mais recentemente, aqui, aqui, aqui. E mais aqui. Mais, nunca generalizei. Talvez não fosse suficientemente claro, mas não pretendi universalizar. Em todas as profissões, grupos ou áreas há de tudo: gente boa, menos boa e péssima. O problema, a meu ver, é que os exageros nas festas, desde furtos a vandalismo, são de mais e permitidos por uma certa hipócrita ordem social implantada –basta ler a comunicação social ou as redes sociais.
Sinceramente, acredito que, pela sua forma de escrever, é diferente da maioria e, por que se sente ferido, não quer ser englobado no mesmo saco despromocional. Quase que apostava que é senhor de uma autocrítica, de uma consciência, que o torna sensível ao que se passa no seu círculo de amigos mais chegados. Ora, penso, você sabe que o cenário à sua volta não é famoso e há muitos anos que se vem a degradar em declive acentuado. Por que a questão linear é: por que se manifestam as pessoas, sobretudo moradores e comerciantes, contra os desmandos dos estudantes? Será que são queixumes infundados? Ou seja, os universitários estão a ser injustiçados e a serem ponto de origem de uma cabala? Admita de que, de facto, a pouca vergonha, a desordem, existe e com tendência para aumentar.
Quanto ao facto de Coimbra sem estudantes, em Julho e Agosto, ser uma cidade vazia, meu caro, lamento contrariá-lo mas isso é uma falácia, uma não verdade que se cristalizou em mentes menos esclarecidas. Se antes da urbe ser classificada pela Unesco como Património Mundial já era uma inverdade, agora, depois da classificação, com o notório aumento de turistas, ainda precisa menos. Repare, retirando o arrendamento de quartos por particulares, praticamente os seus gastos –já desde o princípio da década de 1990- foram sendo, quase todos, canalizados para os SASUC, Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra. É óbvio que não pretendo desvalorizar e dizer que não são importantes. São! Todos somos! Não serão é tanto quanto se julgam! Há mais sobranceria do que proveito. O que quero dizer é que não discuto números económicos mas sim a idolatria parola, anacrónica –que já vem do Estado Novo- de uma classe política local subserviente, pasmada e pouco preocupada com os valores e princípios que devem nortear uma cidade. Apenas isto, meu caro!



Sem comentários: