quarta-feira, 24 de outubro de 2012

UMA IMORALIDADE SEM NOME


(Retirado da Web)


 Se isto é verdade -porque coloco a hipótese de não ser-, o que se passa no bar da Assembleia da República com estes preços praticados, só posso dizer que é um escândalo! No mínimo os deputados têm obrigação de pagar o mesmo que se paga em qualquer café de rua.
O que me indigna mais é saber que o dono do café onde bebo a “bica” todos os dias de manhã pondera entregar o estabelecimento ao proprietário por não conseguir ganhar para a renda. É óbvio que não é só a contra-prestação justa ao senhorio que ameaça este hoteleiro; são vários custos fixos, desde a factura da electricidade e da água. Sobretudo o recente aumento do IVA na restauração ajudou a mandá-lo para o charco. Para piorar, eu sou testemunha, os seus clientes diários cada vez são mais raros. Durante a manhã vende meia-dúzia de cafés. A cada dia que passa encontro este meu amigo mais sorumbático e preocupado com o futuro que o espera –ele tem menos de 50 anos de idade. Mesmo sem acreditar no que digo, quase sempre, como disco riscado, estou a dizer-lhe a mesma coisa: não se deixe abater, senhor Jorge. As coisas irão mudar.
É por isso mesmo que ao ver estes preços publicitados na Internet fico de boca-aberta. Haja vergonha! É o mínimo que se pede. Em nome deste meu amigo Jorge, em nome do Sérgio, em nome do Vitor, em nome do João e de outros hoteleiros da Baixa de Coimbra, isto não deveria acontecer. É por estas e por outras que, pela falta de consciência de uma minoria implantada no poder, a sociedade anda toda em polvorosa. Já agora deixo uma pergunta: já se ouviu a oposição parlamentar manifestar-se contra? Estes preços serão apenas da responsabilidade moral do Governo? –Sim, moral porque o Governo, na implantação dos preços no Bar do Parlamento, creio, não tem responsabilidade de facto.

1 comentário:

João Braga disse...

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/cervejas-e-sopas-para-os-deputados