quinta-feira, 10 de outubro de 2019

PSD: ONTEM VI E OUVI…

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(Imagem da Web)





Ontem, no jornal da noite da SIC, em entrevista ao promitente candidato a líder do PSD, Luís Montenegro, assistiu-se a um raro exercício de fanfarronice.
O antigo deputado social democrata, eleito sobre os auspícios do ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, contradizendo-se e dando o dito por não dito, esparramou a sua gabarolice e surfou a sua própria onda a defender o seu interesse e o dos barões não assinalados por Rui Rio.
Quer se queira ou não, goste-se ou não dele, o actual presidente do PSD, Rui Rio, é o timoneiro que o partido precisa para agregar as hostes desavindas e levar muitos portugueses, em corte com o desempenho de Coelho – que, por interferência da TROIKA, colocou o país acima de tudo, desprezando a vida de muita gente, e condenando milhares de portugueses à insolvência e perda das suas casas por poucos milhares de euros – a fazer as pazes com a ideologia centrista – que deve congregar o centro-direita, centro e centro-esquerda.
Não admira que o aparelho dos laranjas esteja em polvorosa. Rio, numa coragem invulgar, cortou com muitos senadores que julgavam o seu lugar à prova de bala – aliás, era bom que se limitassem os mandatos dos deputados no Parlamento quanto antes. Ainda que seja discutível a escolha, a renovação feita, só por isso mesmo, é de aplaudir.
Quem quiser ver, facilmente se vislumbra que, neste processo de eleição realizado neste Domingo, depois de umas sondagens de 22 por cento atribuídas a Rio e outras a darem a maioria absoluta ao PS, por este facto, houve uma deslocação maciça da direita e centro para impedir o actual Governo de ficar maioritário na Assembleia. Com este desvio de votos foi sacrificado o CDS - também por Cristas estar ligada ao anterior governo de Passos.
Rui Rio, em respeito por quem votou neste último Domingo no PSD, tem obrigação de no próximo congresso do partido se apresentar como candidato. Se não o fizer, correndo o risco de ter de devolver os milhares de votos a quem acreditou nele, estará a contribuir para dividir ainda mais o seu partido, e, no futuro, só restarem migalhas do projecto de Sá Carneiro. Sim, fanicos, porque o futuro que se apresenta para daqui a quatro anos vai ser muito complicado com a emergência do CHEGA, de André Ventura, e do Iniciativa Liberal (IL), de Carlos Guimarães Pinto. E não se pense que o IL é uma ameaça para o Bloco de Esquerda. Nada disso. Quem vota no IL não se revê, nem por sombras, no partido da chamada esquerda caviar. O futuro eleitorado do IL (ainda) está no PSD, no centro e centro-esquerda. E, se não houver uma reorganização dos laranjas, com Rio à frente, daqui a quatros anos vamos assistir a uma catástrofe laranjista, com uma deslocalização de votos.
Por outro lado, ainda que se digam cobras e lagartos de Ventura, atenção, muita atenção a este novo deputado. Goste-se ou não, tem tudo para crescer: é novo na idade, é aguerrido, dizendo o que pensam milhares de portugueses, tem boa imagem junto do eleitorado feminino, tem humor e, passando facilmente a mensagem, é fluente no discurso. O PSD – e também o que resta do CDS – que se cuide. A renovação da Assembleia da República está em marcha.

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