terça-feira, 5 de setembro de 2017

MAIS LOGO HÁ DEBATE ENTRE OS CANDIDATOS SOBRE O CENTRO HISTÓRICO

Foto de Baixa de Coimbra.





Mais logo, quando a Cabra, relógio da Universidade, bater 19h30 -considerando o tradicional quarto-de-hora académico, já que estava marcado para as 19h15- estará a começar o debate entre os seis candidatos à Câmara Municipal de Coimbra no Teatro da Cerca de São Bernardo, junto ao Pátio da Inquisição. O tema, “Centro Histórico: que futuro?” promovido pela APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, promete.
Nem que seja para ouvir as promessas vãs e ver bem os traços do rosto de cada um dos concursantes quando falar, no seu desempenho teatral para nos conseguir convencer a dar-lhe o voto, vale a pena ir.
O facto deste evento se realizar no auditório de um teatro não é por acaso. Pelo menos nesta verdade factual ninguém vai enganado: vamos assistir a uma peça cénica. A questão é saber se algum dos actores vai merecer ser ovacionado -em silêncio, no pensamento da nossa mente individual, obviamente, que ali ninguém bate palmas a qualquer um para não se comprometer. Ali, naquele salão, vai-se assistir a um jogo de forças dentro e fora do palco. Ou seja, quem assiste também está ali para representar uma independência e parcialidade que não sente nem ao de leve. Apesar de saber que vai ser sempre enganado. É um jogo de espelhos onde não se sabe bem quem é o maior trouxa ou o maior interesseiro. Mas, no fundo, embora como assistente arrebatado está ali não pelo espectáculo em si ou pelas promessas, mas antes pela performance do seu candidato já previamente identificado e onde pensa depositar a sua esperança ou, estando ainda perdido entre a abstenção e o voto útil, pensa alcançar a luz e descobrir aquele em quem, num descargo de consciência, vai acrescentar mais um valor.
Pelo lado dos que representam, os artistas políticos sob o foco dos holofotes, sabem que quanto mais convictos forem, mesmo prometendo algo que nunca se esforçarão por fazer, conseguirão os seus intentos. Num assédio descarado, através da falácia, tentarão, por todos os meios, captar a cruzinha dos indecisos. Como sempre, a retórica será fraca na incisão dos verdadeiros problemas e forte na demagogia populista.
Em palco estarão dois grandes actores, com passado teatral e que já demonstraram os seus dotes artísticos em teatros locais e de proximidade. Como se calcula, o duelo será entre os dois -de morte política, porque aquele que perder as próximas eleições autárquicas arrumará as botas para sempre, pelo menos no palco de Coimbra. Embora fiquem como vereadores -se um próximo governo da sua cor não os chamarem para secretariarem o teatro nacional-, não haverá segunda oportunidade. O sonho morreu de velho.
Por parte dos cinco restantes, em representação minoritária no grupo, dois já repetentes, só há uma certeza: que um deles está eleito à partida e antes do resultado do sufrágio. Neste caso, vota-se pelo partido/coligação para salvar a ideologia. Seja lá quem for o candidato, mesmo que haja um terramoto, a força política estará sempre representada no executivo camarário.
Restam quatro. Um deles vai por ir. É uma espécie de bandeira desfraldada ao vento. Não concorre para qualquer lugar. Só lhe interessa capitalizar o ruído.
E ficam então três. Qualquer um destes movimentos, tal como os dois primeiros que almejam o lugar no pódio, travam uma luta de vida ou de morte. O não elegerem um vereador significa o desaparecimento do protagonismo na cidade e o final de um programa que morreu à nascença. E só um deles será eleito. Dificilmente o próximo executivo irá além de quatro representações partidárias.
Logo, lá estaremos para ver quem será o vencedor do pleito argumentativo. Quanto ao futuro do Centro Histórico, como é de prever, continuará adiado.

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