quinta-feira, 2 de outubro de 2014

FALECEU O VIEIRA



Foi hoje, de manhã, sepultado no Cemitério de Santa Clara o José Vieira. Nosso companheiro diário nestes becos e ruelas até há poucos anos, enquanto viveu, o Vieira foi uma estrela sempre presente nas nossas existências. Não deixou marca pela sua importância estatutária, era uma pessoa humilde, mas era tão solícito que durante décadas fez parte das nossas rotineiras vidas. Era uma espécie de tarefeiro de todos quantos trabalhavam no comércio, patrões e empregados.
“Bimbo” de nascimento, com pronúncia do Norte, de voz palheta e ríspida, teria vindo há muito tempo para Coimbra. Embora não confirmado, dizia-se que estaria ligado à indústria do calçado e até teria fabricado muitos pares de tamancos. Quem não o conhecesse bem, perante os seus modos ásperos, poderia ser tomado do contrário da sua doçura. Pela sua inteira disponibilidade, era adorado por todos, pelos que ainda por cá se mantém e outros que já se foram.
Se enquanto humanos, e actores deste teatro que é a vida, desempenhamos sempre um papel, é legítimo que a nossa individual contribuição e passagem fique registada. Para a família deste nosso amigo que agora partiu, nesta hora de luto, em nome da Baixa –se posso escrever assim- os nossos sentidos pêsames e um grande abraço solidário. Até um dia, Vieira.

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