quinta-feira, 17 de julho de 2014

UM CASO BICUDO E INTRINCADO





Sabemos todos que os munícipes, quase sempre, são demasiado exigentes com as entidades responsáveis que asseguram, ou devem assegurar, a manutenção da coisa pública, como, por exemplo, a iluminação, o bom estado das vias pedonais e outras. Pensam que resolver uma qualquer situação é como o estalar de dois dedos. Ora, felizmente, que há sempre alguém –como eu, por exemplo- de bom senso, atinado e que não parte um prato, para explicar que as coisas são o que são e não o que parecem. Mas o povo na sua ignorância, não engolindo este palavreado, enfatiza logo que está perante um aspirante a um cargo político.
É bem certo que esta introdução é demasiado longa para o quero contar mas, confesso, estava sem nada para fazer e deu-me para entrar pela porta errada. De qualquer modo, pedindo desculpa a todos os senhores, vou então já e directamente para o caso intricado que me levou a escrever –quer dizer, intrincado, intrincado, não é bem assim! Estamos perante um normalíssimo procedimento dos serviços municipais. Quanto a mim, não há nada a apontar ao caso sub iudice, em análise e que não está resolvido, quero dizer. Mas, antes que me atire qualquer sapato para cima, vou contar.
Há cerca de 15 dias a tampa de saneamento, em ferro, que se encontra no chão e em frente ao estabelecimento do Luís Duarte, na Rua das Padeiras, apareceu partida. Ora o Luís, porque é um bom cidadão, tratou logo de comunicar a anomalia à Câmara Municipal de Coimbra (CMC). Até aqui tudo bem! A seguir, no dia 8 deste Julho, por e-mail recebeu a resposta da CMC a informar que a sua reclamação tinha sido encaminhada para o Departamento de Obras Municipais. Até aqui, tudo bem, igualmente e graças ao Altíssimo.
Passados dois dias recebeu a visita de um funcionário dos SMASC, Serviço Municipalizados de Águas e Saneamento, que, do alto do seu grande saber como médico a diagnosticar doença, ali mesmo afirmou “que aquele assunto era da responsabilidade da EDP, ou da PT, porque passavam lá uns cabos” – ou uns sargentos, digo eu, sei lá! Aqui também tudo nice!
Passado outro tempo mais ou menos igual veio um graduado da PSP –“um graúdo”, nas palavras do Luís Duarte-, acompanhado de outro, e ali mesmo, perante a caixa de ferro ofendida na sua integridade, afirmou que “em princípio o caso estava resolvido e que, por isso mesmo, estava encaminhado”. Tudo numa boa, é óbvio! Digo eu!
Passados mais uns dias, veio outro funcionário dos SMASC e, em face daquela tentativa de destruição ferronha por parte de autor desconhecido, olhando de cima para baixo, nada disse e seguiu em frente. Tudo dentro dos conformes, digo eu!
Ainda só passaram 10 dias! Aparentemente ainda ninguém lá caiu nem se magoou! Ninguém morreu! Por que raio está o Luís Duarte com pressa para que substituam tampa de ferro? Ó Senhor! Dai paciência a esta boa alma! Estas coisas levam tempo, não podem ser feitas em cima do joelho! Mas eu, por acaso, consigo convencer o Luís do contrário? É o convences! Está mal! Claro que está mal, digo eu! Repetindo, estas coisas não são como estalar os dedos! Homessa!!

(TEXTO ENVIADO, PARA CONHECIMENTO, À CMC)

"Exmº Senhor

Acusamos a receção da Reclamação que deu entrada nesta Câmara Municipal no dia 18/07/2014, que mereceu a nossa melhor atenção e informamos que a mesma foi registada na aplicação de gestão de reclamações com o nº 3583 e foi encaminhada para análise para o Departamento de Obras Municipais, uma vez que se trata da Unidade Orgânica desta Autarquia com competência nessa matéria.

Mais informamos que encetaremos todas as diligências no sentido de lhe proporcionarmos uma resposta, o mais brevemente possível.

Com os melhores cumprimentos,
Divisão de Atendimento e Apoio aos Órgão Municipais"


(Resposta da autarquia recebida em 22/07/2014)



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