sexta-feira, 18 de maio de 2018

CDU: O QUEIRÓS TOCOU A REBATE E SÓ RESPONDERAM DOZE (1)






Conforme estava anunciado, ontem, quinta-feira, Francisco Queirós, vereador eleito pela CDU, Coligação Democrática Unitária, com os pelouros da Habitação e Desenvolvimento no Executivo de maioria socialista, às 19h00 estava presente na sede do PCP, Partido Comunista Português, na Rua Adelino Veiga, para receber os comerciantes e ouvi-los sobre a grave crise que se abateu na Baixa de Coimbra.
Desde há duas semanas que o cordial professor e membro eleito, com assento parlamentar de apoio nas questões de aprovação aos socialistas, acompanhado com largo séquito a fazer lembrar a campanha eleitoral, andou a percorrer vários estabelecimentos e a falar com os responsáveis.
Na primeira semana, entregando um prospecto explicativo, comunicou que a CDU tinha apresentado e feito aprovar na Assembleia Municipal de Coimbra uma resolução, uma carta de intenções, com 11 medidas, entre várias, desde o estacionamento gratuito em parques periféricos até reforço das equipas de limpeza.
Na segunda semana, usando novamente o trato pessoal e entregando um pequeno folheto, convocava os comerciantes da Baixa para uma reunião na sede do partido a que está agregado.
Cerca das 19h30 de ontem só meia-dúzia de pessoas estavam presentes. Passada meia-hora outros tantos estavam sentados. À questão porque só uma dúzia de sujeitos responderam deixarei para outra crónica. Nesta, que estou a desenvolver, manifesto simplesmente uma enorme estranheza. E deixo uma interrogação e uma sugestão. Na pergunta alvitro: se fosse o PSD a fazer a chamada teria sido diferente? Na sugestão: se por acaso a oposição estiver a pensar em fazer um chamamento idêntico a este da CDU, sugiro que prometa e ofereça uns nacos de presunto e queijo, uns bons pedaços de leitão e tudo regado com bom vinho da Bairrada. Ninguém me tira da cabeça que foi este falhanço da CDU que contribuiu para o logro.
Num ambiente informal e sem caganças por parte do representante comunista, a sala modesta mas muito confortável, com dois enormes painéis pregados na parede, com um deles a mostrar a indústria local que já foi e a palavra de ordem “É TEMPO DE DIZER BASTA! Rejeitar o pacto de agressão!” e outro grande quadro com a mensagem de Álvaro Cunhal “A todos desejo que, vida fora, realizem os vossos sonhos”, durante cerca de duas horas, cada um dos presentes, despejou água benta e mar salgado sobre a Baixa de Coimbra.

E TOCA O GONGUE PARA O ANFITRIÃO

Com alguma desilusão mal disfarçada, arrumando a foice e o martelo no saco, Francisco Queirós, acompanhado do camarada João, deu início aos trabalhos. Começou por dizer: “estamos aqui para vos ouvir. Se calhar, as questões que se passam aqui, na urbe, passam-se noutras zonas. Com a crise do país, do problema do poder de compra... mas não estamos aqui para discutir a política nacional. Estamos cá para ver onde o poder autárquico pode intervir. Acreditamos que o comércio é muito importante para a qualidade de vida da Baixa. A cidade, com cerca de 150 mil de habitantes a nível concelhio, provavelmente não procura o comércio de rua. As grandes superfícies funcionam quase 24 sobre 24 horas. E continuam a abrir. O Aldi, em Santa Clara, é o modelo. Eu votei contra!
A Baixa tem 1/3 de edifícios degradados. Tem as higiene e limpeza que toda a gente se queixa. Tem as questões de trânsito. Os parques periféricos, que deveriam ser gratuitos, são a pagar. Tem o alojamento local, que é uma epidemia. Em Coimbra já temos muitos.
Temos uma rua da Sofia, que sendo Património Mundial, com os seus monumentos encerrados a maioria não faz ideia de que existem.
A CDU fez uma proposta para tornar as reuniões do executivo abertas, mas ainda não foi um único munícipe às reuniões neste mandato.
Ainda há dias almocei com uma pessoa que queria investir na Baixa e não conseguiu falar com o presidente da Câmara. Foi para outro lado.
No Aldi votei contra. Não era preciso! Está junto ao Convento São Francisco. As grandes superfícies não criam novos postos de trabalho!
Queremos uma nova qualidade de vida para a Baixa!”, rematou o vereador, e passando a foice, como quem diz a palavra, para a curta assistência.


2 comentários:

Anónimo disse...

SE A MALTA DO PC DE COIMBRA QUER LÁ GENTE, QUE NÃO SE DEITE COM O INIMIGO COMO TEM SIDO APANÁGIO DESDE QUE O MM CHEGOU AO PODER. QUEM LIA O QUE QUEIROS ESCREVIA NOS DIÁRIOS LOCAIS ANTES DE CHEGAR AO PODER, E COMPARAR COM AQUILO QUE FAZ HOJE QUE "TEM O PODER" PERCEBE RAPIDAMENTE QUE QUALQUER CONVERSA COM ESSE INDIVIDUO É PURA PERDA DE TEMPO. QUER É TACHO SENÃO NÃO COMPACTUAVA COM TUDO ISTO!

Joana disse...

Em jeito de resposta ao senhor "Anónimo": O PCP não compactua "com tudo isto". Prova disso é que o vereador do PCP foi o único (!!) a votar contra aquela monstruosidade que é o Aldi de Santa Clara. São opções políticas, e o PCP tem sempre tomado opções que ajudem os comerciantes e a Baixa em geral. Na sua maioria contra Manueis Machados, PS, PSD, ou quem quer que seja. O PCP tem a sua posição, e não se vende.