quinta-feira, 19 de abril de 2018

BAIXA: A SEMANA DO BACALHAU QUER ALHO

Foto de Baixa de Coimbra.



Faz sentido estar a promover um evento,
com meios pagos por verbas subsidiadas
pela edilidade -como quem diz por todos
nós- e cuja receita é para entregar a quem
precisa menos do que o promotor?”

Promovida pela Agência de Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) e em  colaboração com a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, de 21 a 28 deste Abril águas mil, vai decorrer a Semana do Bacalhau. O evento tem a adesão de 38 restaurantes, todos situados no casco velho com 13 inscritos a concurso a decorrer, numa “prova cega”, na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra. Cada restaurante, independentemente de se apresentar a concurso ou não, pagará de inscrição 20 euros. Segundo o Diário de Coimbra, “sendo o total de 720 euros distribuído em partes iguais pelo Ninho dos Pequenitos (instalado no Instituto Maternal Bissaya Barreto e Liga dos Pequenitos -associação sediada no Pediátrico de Coimbra).

AS PERGUNTAS MAIS TONTEIRAS DO ANO

Pelo que é noticiado na imprensa, a APBC sobrevive à custa de verbas atribuídas pela Câmara Municipal de Coimbra. No ano passado a agência foi contemplada com um financiamento de 35 mil euros para o seu desempenho de desenvolvimento do comércio na Baixa da cidade. Para além disso, num projecto de 300 mil euros, comparticipado pela CCDRC, Comissão de Coordenação e desenvolvimento Regional do Centro, em 85 por cento, foi-lhe ainda atribuída pela autarquia uma verba de 55 mil euros para a instalação de 20 empresas “startups”, indústrias criativas, na Baixa.
Ou seja, quer o número de associados, cerca de sete dezenas, quer por rendimentos próprios, como se adivinha, a associação tem muitas dificuldades financeiras em ser auto-sustentável. De tal modo que na última quadra de Natal, para um orçamento de 4300 euros, não houve dinheiro para a sonorização.
Então, por conseguinte, lentamente, devagarinho a deslizar sobre vaselina, para não ofender ou magoar quem quer que seja -porque este blogue, sem comparticipação privada ou pública, precisa de estar bem com Deus e com o Diabo- saem as perguntas:

-Faz sentido estar a promover um evento, com meios pagos por verbas subsidiadas pela edilidade -como quem diz por todos nós- e cuja receita é para entregar a quem precisa menos do que o promotor?
-Estamos perante publicidade encapotada aos restaurantes aderentes da Baixa?
-É a caridadezinha em toda a sua pujança bacoca e trauliteira que está na moda e que fica sempre bem em qualquer associação portuguesa com certeza?

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