quinta-feira, 31 de agosto de 2017
BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO (15)

(Imagem de arquivo)
Tendo
em conta a continuada situação de aproveitamento político,
de empobrecimento e desalento que as actividades comerciais
tradicionais da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às
próximas eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo
medidas que, se houvesse vontade política, poderiam servir para
atenuar a queda e o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou
a escrever p'ro boneco? É o mais certo.
Elaborar
um plano estratégico para a Baixa onde a habitação de longa
duração seja premissa fundamental -incentivar o Governo para
medidas fiscais menos onerosas.
a)
Recuperação de todo o edificado camarário e destiná-lo a
habitação jovem de longa duração a preços controlados -justos
e não indecorosamente baixos.
b)
Planear o licenciamento de alojamento local particular.
Desde
há cerca de três décadas que o Centro Histórico, Baixa e Alta,
perdem residentes. Os motivos serão vários. Entre outros, o barulho
inconveniente durante a noite, vandalismo crescente, lixo espalhado
pela via pública -estes inconvenientes facilmente seriam
ultrapassados se houvesse polícia a pé diariamente a fazer
patrulhamento. Depois há outros factores que contribuiram para a
desertificação destas zonas velhas, entre eles, o estado de
vetustez (velhice) e falta de conforto do edificado.
Com
um regime de Arrendamento Urbano viciado, manipulador e altamente
lesivo para os proprietários de locados com contratos antigos desde
a Primeira República, aparentemente, não se esperam grandes
alterações nos próximos anos. Só para exemplificar, quando um
quarto custa na cidade, em média, cerca de 200 euros, na Baixa há
inquilinos a pagar mensalmente por uma casa 20 euros. É óbvio que com
este anacrónico e ilegítimo rendimento, os donos dos prédios
nestas condições, nas últimas décadas, esquecidos e abandonados,
foram empobrecendo silenciosamente e foram ficando sem recursos para
mudar uma simples telha. A consequência desta política de miséria
visando beneficiar uns (residentes antigos) e prejudicar outros
(senhorios) leva a que haja inquilinos a viverem bem, com boas
reformas, e alguns proprietários na pobreza.
Falando
especificamente da autarquia de Coimbra, o seu pelouro da habitação,
numa enviezada discriminação, nunca se interessou por uma legitima
ordem jurídica de equilíbrio. Com políticas comunistas e técnicos positivistas, onde o
que sempre contou foi a aplicação cega da lei, naturalmente que o
resultado final foi haver inúmeras casas encerradas por falta de
meios para serem recuperadas. Nunca a edilidade coimbrã se preocupou
em desenvolver projectos que incentivassem os proprietários a
requalificarem e a colocar as casas no mercado de arrendamento. A reforma morreu sempre na praia. No
oposto, em “show-off”, para mostrar sensibilidade
social -mas praticando uma escandalosa segregação colectiva- têm
atribuído habitações com preços irrisórios e a partir de pouco
mais de 5 euros-repito:5 euros. E que futuro para a Baixa? Nunca ninguém se questiona sobre o amanhã.
Para
além disso, os governos nacionais, numa espécie de ódio cego ao
arrendamento de longa duração, trataram de aniquilar um sector que,
por várias razões sociais, deveria ser incentivado e desenvolvido.
Numa espécie de escolha viciada por falta de políticas urbanas e
colectivas, há décadas que as pessoas são obrigadas a comprar em
vez de arrendar. A soma destas premissas, sabemos todos no que deu e
vai continuar a dar: endividamento perene dos rendimentos das
famílias e obstaculização da livre circulação, com danos
directos na economia.
Escrevendo
apenas da última década, tudo começou (mal) com José Sócrates ao promulgar em 2006 o Novo Regime de Arrendamento Urbano. Com
um exagerado pendor liberalista, inflaccionou as rendas novas,
manteve as antigas no irrisório e contribuiu fortemente para o
desaparecimento de inúmeros estabelecimentos comerciais de tradição.
Veio
Passos Coelho, em 2011, e fez aumentar a incidência fiscal dos
rendimentos prediais de quinze para cerca de 30 por cento. Ou seja,
hoje, um arrendamento habitacional ou comercial, seja antigo ou
actual, tenha o valor de 20 ou 1000 euros, o Estado vai buscar cerca
de um terço. Por outras palavras, o Estado está a ser o maior especulador, o maior interesseiro, o maior ladrão. Sigilosamente e em forma de confisco, está a hiper-inflaccionar as rendas no país com grave lesão para a economia e para o
desenvolvimento das cidades.
Mas
Passos Coelho, honra lhe seja prestada, neste campo de asneirada,
conseguiu fazer promulgar uma lei em que as rendas antigas ficavam
suspensas durante cinco anos, até 2017. Após esta data a Segurança
Social, inventariando os casos mais dramáticos nos inquilinos, faria
a reposição e compensação para que o arrendamento para o
proprietário ficasse mais ajustado ao seu valor actual de mercado.
Veio
este Governo de António Costa e, para meter o pau na roda, o que
fez? Adiar a compensação por parte da Segurança Social aos proprietários para 2022. Interroga-se: o Estado, que não assume os seus compromissos e representado pelos seus governos, é pessoa de bem? Que credibilidade merece? Por outras palavras, a injustiça continua e as cidades como Coimbra continuam
adiadas.
No
mínimo, porque no tocante à lei geral pouco pode, o que deveria
fazer a Câmara Municipal de Coimbra para atenuar a arbitrariedade
nas rendas antigas? Em vez da actual redução de trinta por cento de
IMI, Imposto Municipal sobre Imóveis, para o Centro Histórico, com
justiça, deveria pedir junto do Governo total isenção para locados
com contratos de menos de 100 euros.
Vale
a pena pensar nisto?
TEXTOS
RELACCIONADOS
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO (14)
Tendo
em conta a continuada situação de aproveitamento político, de
empobrecimento e desalento que as actividades comerciais tradicionais
da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às próximas
eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo medidas que,
se houvesse vontade política, poderiam servir para atenuar a queda e
o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou
a escrever p'ro boneco? É o mais certo.
Obrigar
a EDP a rever a segurança de todas as caixas de derivação
instaladas na via pública, na Baixa.
Para
melhor explicar o que se pretende, vou contar um acontecimento
recente.
Cerca das 22h00 de ontem, mais
precisamente no Largo da Freiria, na Baixa, um vizinho apercebeu-se
que uma caixa de derivação da EDP, colocada a cerca de quarenta
centímetros do chão, chispava e soltava um som parecido com o
sibilar de uma cobra. Pelo que é exigível dentro dos princípios de
cidadania, ligou para as “Avarias da EDP” a dar conta da
ocorrência. Como é normal, vieram os técnicos de uma firma
subcontratada e repararam o “curto-circuito”. Para nossa
surpresa, hoje de manhã, reparámos que a caixa, que tem um pequeno
orifício para cadeado ou selo, ficou apenas encostada e de fácil
acesso para uma criança a abrir e ser electrocutada. Como encarar
este procedimento? Desleixo unicamente atribuído ao especialista
responsável pela reparação ou, em especulação, agirá assim por
ordens superiores?
Sabemos
bem que em caso de acidente a empresa eléctrica é responsável
civil e criminalmente. Mas isso chega? E quem perde uma criança,
como fica? A perda de alguém pode ser remível por dinheiro ou
cadeia?
Onde cabem os princípios da
prevenção e da responsabilidade social da EDP?
E
não se pense que esta caixa deixada aberta é um caso isolado. Ao
lado, na Travessa da Rua Velha, está outra estrutura em piores
condições. Com os fios à mostra de todos, desconhecemos se está
ou não ligado à corrente. Presumimos que não estará. Mas, a ser assim, o que faz ali aquele espectáculo de fios descarnados a conspurcar a paisagem? Não
deveria ser retirado de vistas?
Não
percorremos a Baixa toda em busca de mais anomalias, mas será de
supor que estas agora relatadas não serão casos isolados e perdidos
no universo de uma cidade.
Dá impressão que esta grande
empresa de electricidade faz o que bem entende e, sobretudo o poder
político, ninguém a chama à razão.
Atente-se,
por exemplo, nos relógios que regulam a iluminação pública. Como
se sabe a partir de 15 de Agosto os dias começam a encurtar a grande
velocidade. Ou seja, hoje, 30 do mesmo mês, às 20h00 as ruas
estreitas ficam envolvidas por um incomodativo negrume que incute um psicológico receio. Pois,
seguindo o horário do pico do verão, a iluminação pública só
acende por volta das 20h30. Todos os anos, nesta altura, acontece o mesmo procedimento. É um “pormenorzinho”, um
ínfimo detalhe? Pode ser, mas marca toda a diferença. Dá impressão
que anda tudo a rolar ao sabor da vontade do interesse de alguns.
Vale
a pena pensar nisto?
TEXTOS RELACCIONADOS
TRANSCRIÇÃO DA ACTA NÚMERO 2/2017 DO CONSELHO DE REDACÇÃO DO BLOGUE QUESTÕES NACIONAIS
TRANSCRIÇÃO
DA ACTA NÚMERO 2/2017 DO CONSELHO DE REDACÇÃO DO BLOGUE QUESTÕES
NACIONAIS
Aos
30 de Agosto do ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo reuniu o
Conselho de Redacção do blogue Questões Nacionais. Constituído
pelo director Luís Fernandes, pelo director-adjunto
António Quintans, pelo director-executivo António
Fernandes, pelo chefe de redacção Fernandes Quintans,
pelo fotojornalista “Olho de Lince”, pela
jornalista contratada a termo certo Rosete “sempre
em cima”, pelo jornalista remendeiro Arnaldo
“ver p’ra além da opacidade”, pela telefonista
para todo o serviço Etelvina “melhor que pudim
flan”, pelo mediador nas questões transcendentais
“espírito do Carvalho” foi deliberado por
unanimidade o seguinte:
A
cerca de um mês das próximas eleições autárquicas, conforme o
nosso Estatuto Editorial e como já vem sendo hábito, esta grande
equipa de super-jornalistas e outra gente boa c'mo milho, não
tomamos partido por qualquer candidatura. Para nós, os candidatos são
todos maus até prova em contrário. Sentem-se na cadeira do poder e
provem que afinal são mesmo bons e estávamos enganados. Para este
peditório, como quem diz contribuir com o nosso voto de quatro em
quatro anos, demos sempre e, pela consequência, estamos cada vez
mais ranhosos e empobrecidos. O nosso partido -e confessamos a nossa
dependência e parcialidade- é a cidade de Coimbra e, assim com
muito muito carinho especial, a Baixa.
Aqui,
neste sítio alojado na Internet, há cerca de uma década, damos
notícias -não vendemos- sobre o Centro Histórico. Talvez esta
exagerada generosidade explique porque estamos quase nas lonas. Mas
não é por esta decrepitude financeira que nos vendemos a qualquer
preço -também é certo que, até agora, ainda não apareceram
propostas de jeito. O que fazemos hoje já vem de longe -ainda o Sol
se punha em cima do mar no horizonte e sorria, para nós e de nós, pelos disparates
e desabafos que vomitamos.
Não
se pense que por escrevermos sobre lojas com décadas que encerram
temos por intenção beneficiar ou prejudicar um qualquer candidato.
Nada disso! O que pretendemos, isso sim, é sensibilizar o poder
político local para o genocídio que se nos depara diante dos olhos.
Já que a imprensa local não liga ao que está a acontecer
verdadeiramente e prefere pintar o quadro cénico de cores berrantes,
por isso mesmo, mesmo correndo o risco de sermos apelidados de anjos
da desgraça, fazemo-lo nós. Isto é, com letras de
realismo-pessimista mostramos as coisas como elas são. Para nós não
há copo meio-cheio ou meio-vazio. Há factos, e mais nada!
Mas
também não se pense que dormimos em serviço e embarcamos nos
resultados do contador do blogue. Sempre que noticiamos um
encerramento de um estabelecimento o número de visitantes dispara
para vários dígitos de milhar e acompanhados com lágrimas de
crocodilo. Até parece que enterrámos uma pessoa. Ora, que fique
lavrado em acta, tais manifestações “post-mortem” não
nos tocam a existência, não nos lavam a alma, não nos enchem a barriga, nem nos motivam a
escrever mais sobre os mortos. Não somos cangalheiros. Somos muitos
seriozinhos, graças a Deus. O Altíssimo, se preciso for -pelo menos
temos a impressão disso- pode testemunhar em como somos bons
cristãos -não praticantes, mas isso não interessa nada. “Não
praticantes” mas é na religião dos santos. Nada de confusões.
Somos agnósticos mas isso ninguém tem nada a ver com isso. Homessa!
O que nos “re liga” são as questões terrenas.
Está
tudo esclarecido? É preciso fazer um desenho?
Sobre
a nossa (in)dependência e (im)parcialidade vamos colocar o selo branco.
Segue-se
a assinatura do único elemento que merece crédito aqui no blogue,
que por acaso até sou eu.
António Luís
Fernandes Quintans
ENCERROU A LOJA OLIVA
Depois
de trinta anos a vender e a proporcionar assistência técnica às máquinas
Oliva -e negócio de outros componentes, bem como outros
electrodomésticos e louça de Coimbra pintada à mão-, o José Gomes encerrou a
loja Oliva, no Largo da Portagem.
Por
ser amigo do proprietário do estabelecimento e dono
do prédio, o Gomes, posso adiantar que foi o cansaço psicológico que o
comércio nos nossos dias causa que o levou a deixar o seu amor de
todos os dias e desde há muitos anos. Sendo um experiente e
inteligente homem de negócios -o autocolante na montra a anunciar
“Expert” diz isso- e previdente, naturalmente que
preferiu dar lugar a outro. Embora não possa adiantar muito, sei que
o espaço comercial no ramo agora encerrado e que se perde nos anéis do tempo, na dinâmica que se
impõe, vai dar lugar a um espectacular estabelecimento de hotelaria.
Muita
saúde para quem parte e boa sorte para quem vem. Ou seja, para
todos, muita felicidade é o que desejamos.
É JÁ AMANHÃ ...

Porque
só um candidato apresentasse o programa eleitoral, até por isso,
vai ser bom saber que novidades trazem os “homens do futuro” para
a Baixa, para a cidade, para amanhã.
terça-feira, 29 de agosto de 2017
BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO (13)

(Imagem de arquivo)
Tendo
em conta a continuada situação de aproveitamento político,
de empobrecimento e desalento que as actividades comerciais
tradicionais da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às
próximas eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo
medidas que, se houvesse vontade política, poderiam servir para
atenuar a queda e o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou
a escrever p'ro boneco? É o mais certo!
Recuperar
o agente policial de proximidade
Para
melhor ilustrar o que defendo vou contar o que se passou hoje. Cerca
das 11h30, na Rua Eduardo Coelho, um idoso com cerca de setenta e
poucos anos, com roupas miseráveis e sebentas e cujo fedor não se
aconselha aos mais sensíveis, apoiado-se em duas canadianas e
transportando numa das mãos uma folha manuscrita A3 batia com uma
das muletas na porta das lojas comerciais a solicitar uma moeda. O
papel, com mensagem escrita à mão dizia mais ou menos isto: Tenho
uma reforma de 264 euros e não chega para eu viver. Ajude-me para eu
poder comer e pagar um quarto numa pensão.
Por,
na mesma altura, um colega comerciante me ter alertado em surdina que
o homem se tinha metido com uma prostituta e esta lhe ter furtado
todo o dinheiro, fui falar com ele. Ora, o que constatei foi um velho
aparentemente desmiolado, com um discurso incoerente, que não dizia
coisa com coisa. Um mendigo das palavras. Era mais um velho do esquecimento, um homem sozinho. Afirmava ser da zona de Condeixa, mas não
se lembrava de que aldeia. Disse ter dormido numa pensão, na Baixa,
mas não sabia onde ficava. Parecia desorientado. Como arrastava as
alpercatas desmazeladas com alguma dificuldade deduzi que não iria
longe e tratei de encontrar um agente da PSP na proximidade. Debalde. Nas
ruas em redor, na Praça 8 de Maio e até na Rua Visconde da Luz não
avistei nenhum cívico. Da Polícia Municipal a mesma coisa. Como
estava a cerca de uma centena de metros da 2.ª Esquadra fui lá e
relatei ao agente de serviço na triagem o que se passava e se podia
mandar um agente que andasse na zona para identificar o mendicante.
Seria o homem um fugitivo de algum lar de idosos? Saberia a família
por onde andava? Tentei inquietar o agente. A verdade é que, tocado
ou não pelos argumentos, ligou para uns subalternos que,
presumivelmente, andariam na zona e ordenou que se dirigissem às
ruas estreitas. A verdade também é que -pelo menos que eu visse-
por estas vielas não se vislumbraram. Do viandante homem sem
identidade pouco se sabe. A sua história, acabada ou recomeçada,
por não ser urgente, esperará por novos capítulos.
Há
cerca de dezena e meia de anos que a Baixa, na mesma linha e
acompanhando o esvaziamento de moradores, foi assistindo ao
desaparecimento do chamado polícia de giro. Certamente tendo
por objecto unicamente a poupança de meios, e provavelmente seguindo
as ordens superiores do Ministério da Administração Interna,
começou por ser retirada a vigilância nocturna -o que em 2007/2008
deu numa enorme vaga de assaltos e, para tapar os olhos com a
peneira, redundou na instalação das câmaras de videovigilância -que na actualidade, pela santa burocracia, estão desactivadas.
Depois, quando os ventos e as levadas ciclónicas acalmaram,
progressivamente, não só se foram os da noite como paulatinamente
foram retirando os agentes da rua durante o dia. É certo que, de vez
em quando, andavam por aqui dois agentes da Polícia Municipal, mas
isso foi Sol de pouca dura. Hoje, na Baixa, numa zona densamente
povoada por turistas nacionais e internacionais, contam-se pelos
dedos de uma mão os profissionais de segurança visíveis.
Pode até pensar-se que o que
está em causa será a segurança física e psicológica de
transeuntes, mas não é só isso. Um ou dois agentes numa zona é um
factor de tranquilidade que enriquece todo o meio populacional em
redor. Para além disso, embora com uma conotação saudosista
negativa mas utilitária, como “polícia de costumes” pode ajudar a cumprir premissas de várias posturas municipais entre
elas, por exemplo, a limpeza. Se houvesse cívicos por aqui, mais que
certo, não continuariam a ser depositados sacos com lixo a qualquer
hora do dia. Outro exemplo, o estacionamento anárquico de automóveis
em zonas proibidas não continuaria a ser uma constante. Outro ainda,
a necessária identificação de pessoas de rostos e comportamentos
mal amanhados -como se sabe, chama-se a isto prevenção.
Vale
a pena pensar nisto?
TEXTOS
RELACCIONADOS
UM COMENTÁRIO RECEBIDO SOBRE...

Marco
Pinto deixou um novo comentário na sua mensagem "BAIXA:
MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVIT...":
Boa noite Luís. Gostava de lhe deixar uma palavra acerca dos seus últimos textos intitulados «BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO».
Não será bem um comentário, pois nestes doze textos/posts concordo totalmente com alguns deles, outros nem tanto e um ou dois discordo completamente.
O que queria mesmo dizer-lhe era, por um lado, dar-lhe os parabéns e depois agradecer o seu trabalho pois é notório o tempo despendido em pesquisa. Quando acabar com as suas “medidas”, parece-me que com todos os textos compilados teremos um ensaio acerca da Baixa da nossa cidade, dos seus problemas, do que foi feito, daquilo que se projecta, etc, etc.
Com esta “empreitada” em que se lançou, o Luís vai fazer calar e meter o rabinho entre as pernas a muita gente -refiro aqueles que o criticam dizendo que o “Questões Nacionais” só diz mal da autarquia e das instituições da cidade, que é um má-lingua, que a Rosete e o Arnaldo não fazem nada nem às inaugurações comparecem, que a Etelvina não atende os telefones, nem ao Dr. Machado sequer!
Em resumo, acho mesmo que está a fazer serviço publico e quando isso acontece em Coimbra torna-se incómodo para alguns, sobretudo aqueles que têm uma memória selectiva e não gostam muito de “Luises” que têm memória de elefante, que não se esquecem das promessas feitas e, ainda por cima, escrevem (e bem!) tudo aquilo que pensam num bloguezito que já passou o milhão e duzentos mil visualizações.
Um abraço, Luis.
Marco Pinto, Coimbra
PS: Juro que o blogger desta página não me pagou nada, nem sequer um café para eu escrever estas palavras.
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO (12)

Tendo
em conta a continuada situação de aproveitamento político,
de empobrecimento e desalento que as actividades comerciais
tradicionais da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às
próximas eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo
medidas que, se houvesse vontade política, poderiam servir para
atenuar a queda e o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou
a escrever p'ro boneco? É o mais certo!
Desincentivar a instalação na cidade de mais grandes áreas comerciais, já que
a oferta mercantil se encontra saturada.
Coimbra,
cidade de média dimensão, será, porventura a nível nacional, das
urbes que mais terá grandes superfícies comerciais
“per capita”.
A
história do seu centro histórico comercial, num marasmo e abandono
notório, continua a afundar-se num lodo espesso e de conveniência
de alguns.
É
certo que a Baixa, seguindo uma dinâmica natural, está a mudar
diariamente. O comércio já foi. O que se vislumbra sem óculos
graduados ou lupa de aumento é que a zona caminha velozmente para a
hotelaria. Mas a questão que sempre se coloca em tempo de balanço
é: o comércio, enquanto força anímica e revitalizadora dos
lugares habitados, faz ou não falta à cidade? Se não, continuemos
todos a fazer de conta que não se passa nada e deixemos morrer tudo
o que seja tradicional. Se pelo contrário achamos que é muito
importante para um desenvolvimento harmonioso ideal, então, neste caso, criemos
medidas que evitem a sua morte. Com coragem, com frontalidade,
expurguemos os deuses e demónios mercantis.
Há
muitos anos que esta zona de antanho está transformada num nó górdio. Há muitos anos que o seu comércio tradicional se tenta
adaptar aos novos tempos. Apetece interrogar: “quo vadis”
comércio tradicional? Sem que se vislumbrem soluções, continua-se
a malhar no ferro frio. À espera de dias melhores, continua a a
ancorar-se em pouco. Continua-se a apostar na festa para esquecer as mágoas. É o aplicar soro fisiológico ao doente comatoso. É um
investir no futuro sem fundo garantido. Todos sabemos que as fardas de Mao são apenas um indício da sua decrepitude e a ponta do iceberg, mas é urgente
cercear a entrada de mais grandes áreas comerciais na cidade...
sobretudo, digo eu, se querem manter a Baixa viva.
Valerá
a pena pensar nisto?
TEXTOS
RELACCIONADOS
A QUEDA DA IMPRENSA ESCRITA: UM ARTIGO PARA LER E RELER

“A
receita certa e sólida para um mercado pequeno como o português
pode chegar demasiado tarde para salvar a informação de qualidade.
E aí teremos um problema sério na democracia.”
UM TEXTO APANHADO NO FACEBOOK
Apanhei o texto abaixo transcrito na Página da Câmara Municipal de Coimbra (não oficial).
Preto
no branco, fica demonstrado o que já há muito tenho vindo a
denunciar.
Fiquemos
então com a crónica:
“Peço
desculpa ir partilhar este texto apanhado noutra página e daqui
envio a minha solidariedade e respeito pela autora do mesmo.”
“Maria
José Goulão
·17 de Julho de 2017
·17 de Julho de 2017
No posto de turismo da Portagem, em Coimbra, não há qualquer material em inglês para oferecer aos turistas. Nem um mapa da cidade!!! Disseram-me hoje com ar pesaroso que não tinham nada. Perante a minha insistência, foi-me dito que já tinham pedido mais mapas, que já tinham avisado que estavam no fim há semanas, mas que "lá de cima" não tinham mandado nada. Gostava de saber como é possível que no Posto de Turismo da Portagem não haja, em pleno mês de Julho, um mapa da cidade (um único!!!) disponível em Inglês. Os turistas entram e saem de mãos a abanar. UMA VERGONHA inadmissível!!! O mapa existente, em espanhol ou francês, parece saído dos anos 70. Não oferecem uma agenda cultural, um programa do Festival das Artes, nada. INDIGÊNCIA TOTAL. É isto a "cidade do conhecimento", PATRIMÓNIO MUNDIAL? Como é possível tamanha incompetência, desleixo, deixar-andar???”
UM AGRADECIMENTO MUNDIAL PELAS CONGRATULAÇÕES

Como
é do conhecimento público, local, nacional e mundial, neste último
Sábado caiu-me em cima o número 61 de primaveras contadas. Não é
por nada, não sei porquê, mas não gosto do 61. Gostei mais do 60.
Bem sei que cheira a saudosismo, mas é assim. Mas também gosto do
futuro, por exemplo, adoro o 69. É uma combinação futurista de
dois números encavalitados. Cheira a generosidade, solidariedade,
partilha, identifica-se muito comigo, que tenho alma de artista.
Pronto, mas já que não é possível manter-me nos “se senta”,
caminhemos então alegremente para o 69, como quem diz, para os “se
tenta”.
Mas,
vamos lá ver, não iniciei esta sopa de letras para fazer
explanações filosóficas. Ao começar a crónica era (é) minha
intenção somente agradecer as milhares (ou milhões?) de mensagens
de congratulações. À laia de pedido de desculpas, ainda tentei
colocar a minha secretária particular, a Etelvina, “melhor que
pudim flan”, a responder individualmente a cada um, mas, às
tantas, numa sinfonia monocórdica, comecei a ouvir o “plin”,
“plin”, “plin” -eram as mensagens
a cair no Facebook- e, não fosse acontecer um novo bloqueio nas
comunicações terrestres e ser responsabilizado o SIRESP, virei-me
para a Etelvina e disse: alto e pára o baile!
Temos de interromper a obrigação de regresso, caso contrário
teremos outra calamidade nacional e, sei lá, lá vai a Altice, a
dona da MEO, mandar-me mais uma mensagem para eu fidelizar a Internet
ao meu telemóvel se não responder dentro do prazo convencionado por
eles. Vamos fazer o seguinte, Etelvina, depois escrevo uma
notificação mundial de agradecimento a todos os que me desejaram
melhor sorte para o futuro do que a que tive até agora.
E
cá estou, então, a plasmar o meu reconhecimento. Sem
particularizar, vou começar pela gente comum, pelos meus amigos mais
simples. Muito obrigado a todos. Muito agradecido pelas centenas
-centenas? milhares!- de prendas que enviaram. Infelizmente, devido
ao elevado número, ainda não abri nenhuma. Aliás, ainda não as
levantei da estação. Tenho de alugar um camião com reboque. São
tantas, tantas que até estou a pensar em contactar os serviços
voluntários do Banco Alimentar para me ajudar nesta grande
empreitada. Para aqueles que ainda não enviaram e estão hesitantes
entre um par de canadianas, uma bengala, ou uma arrastadeira, não
façam nada disso! Se posso pedir, agradecia um “voucher”.
Naturalmente, sempre preocupado com as finanças dos meus amigos, não
quero abusar. Para os mais endinheirados, pode ser uma semana na
Tailândia, uma semanita no Brasil -sem acompanhante feminina, que já
tenho. Para os mais empobrecidos pode ser uns dias no norte de
Portugal com uma viagem no Douro incluída. Para os que estiverem
completamente nas “lonas” podem optar por uma
viagem paga no “Basófias”, o barco que faz viagens
no Rio Mondego.
E
agora vou para os mais importantes, aqueles de peso cujo nome sonante
faz tremer o Tonecas, um dos muitos gatos “ocupas”
que habitam um prédio devoluto no meu largo.
Seguindo a hierarquia institucional, elevo a minha gratidão ao Chefe de Estado, meu amigo e seguidor do blogue, Marcelo Rebelo de Sousa. Estou eternamente agradecido por não ter vindo pessoalmente, no Sábado, dar-me os parabéns. Ainda bem que não o fez. Se o tivesse feito teria vindo desestabilizar-me completamente. Imagino o caos total com a imprensa a entrevistar-me e a tratar-me como se eu fosse um sobrevivente de Pedrógão Grande. Obrigado, amigo Marcelo.
Seguindo a hierarquia institucional, elevo a minha gratidão ao Chefe de Estado, meu amigo e seguidor do blogue, Marcelo Rebelo de Sousa. Estou eternamente agradecido por não ter vindo pessoalmente, no Sábado, dar-me os parabéns. Ainda bem que não o fez. Se o tivesse feito teria vindo desestabilizar-me completamente. Imagino o caos total com a imprensa a entrevistar-me e a tratar-me como se eu fosse um sobrevivente de Pedrógão Grande. Obrigado, amigo Marcelo.
Continuando
na mesma linha, estou muito sensibilizado pela prenda do “Toino”
Costa, aliás, António Costa, primeiro-ministro de Portugal. Nesta
sexta-feira última o Costa promulgou o decreto-lei a dar-me a
possibilidade de me reformar. Pela boca do ministro da Solidariedade
Social, foi dito que esta medida visava contemplar cerca de quinze
mil portugueses, com 60 anos e 46 de descontos para a TSU, Taxa
Social única. Mas eu sei que o “Toino”, quando mandou promulgar
a lei, só estava a pensar em mim e na nossa amizade. Obrigado,
camarada! (Cá para nós que ninguém nos ouve, claro que tu queres é
que eu calce as chinelas e não escreva mais nada contra o teu
correlegionário Machado! É isto, não é, “Toino”?
Confessa!)
A
seguir, vai um beijinho para a Catarina Martins, do Bloco de
Esquerda. Deu para ver que, pelo “assédio” junto do
primeiro-ministro para que este não esquecesse os “desgraçados”,
como eu, que começaram a trabalhar em criança, ela só pensava em
mim. Obrigado, Catarina!
Um
agradecimento ao camarada Jerónimo de Sousa pela intenção de me
enviar dois convites para a Festa do Avante, na Quinta da Atalaia.
Ainda não recebi, mas tenho a certeza que o camarada não me
esqueceu e vai enviar. Até daqui a uns dias. E obrigado!
Naturalmente
que não podia esquecer o meu ex-amigo Passos Coelho. Estou muito
sensibilizado pelas suas declarações recentíssimas de estar contra
o Governo em este alargar os escalões do IRS. Tenho de confessar que
já tinha saudades da miséria passada em 2012, 2013 e tempos
seguidos. É verdade, sim! Este tempo de fartura que o Governo nos dá
e quer dar mais é de tal modo desadequado que não páro de engordar
todos os dias. Só para ver a coisa, desde que o meu amigo “Toino”
Costa entrou com a “Geringonça” já comprei cinco
cintos, uns atrás dos outros, no Luís “Cueca” - é
um meu colega comerciante, bom vizinho e amigo, e que, tal como eu,
escreve uns disparates.
Como
é óbvio, não poderia esquecer a Assunção -a Cristas, do CDS-, a
minha devotada, que ainda não sei o que me vai enviar mas, acredito,
vindo de quem vem, deve ser um par de meias.
E
agora, vamos então falar para gente importante. Isto é que é
assunto. Dirijo-me ao “my friend” Donald
Trump que, por estar ocupado em resolver questões raciais,
mandou a Melania. Obrigado, presidente. Isso é que é mesmo
generosidade!
Uma
palavra de apreço para o presidente francês Emmanuel Macron,
que enviou a Brigitte. Obrigado Emmanuel,
mas, se não ficares ofendido, vou fazer a devolução da Brigitte.
Fico só com a Melania.
Por
último, e me desculpem os outros grandes chefes mundiais e meus
estimados que não vou citar, uma grande curvatura de coluna para o
camarada da Coreia do Norte, Quim Jong-un. Sei que ele
está a pensar em enviar um míssil intercontinental. Obrigado, meu
grande amigo, mas dispenso. Nunca fui muito ligado a brinquedos
militares. Manda antes uma viagem de ida e volta com tudo pago.
A
todos, os meus agradecimentos.
sábado, 26 de agosto de 2017
BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO (11)

Tendo
em conta a continuada situação de aproveitamento político, de
empobrecimento e desalento que as actividades comerciais tradicionais
da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às próximas
eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo medidas que,
se houvesse vontade política, poderiam servir para atenuar a queda e
o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou
a escrever p'ro boneco? É o mais certo!
Com
alguma urgência, é preciso reduzir a população de pombos no Cento
Histórico
Quem
mora na Baixa, quase de certeza que, como antigo relógio
despertador, diariamente por volta das 07h00 acorda com o barulho
ensurdecedor de dezenas ou centenas de pombos, em bando, a baterem as
asas. Por outro lado, quem andar mais atento verificará que, ao
longo da calçada das ruas, está sempre a tropeçar ou em aves
mortas ou em estado moribundo. Quem nunca apanhou uma chuvada de
dejectos caídos destes animais quando poisados nos beirais que
levante o braço.
Como
se sabe, estes pássaros reproduzem-se com muita facilidade e, pelo
menos de tempos-a-tempos, é preciso evitar a nidificação
frequente. As consequências para o colectivo são enormes. Para além
de serem transmissores de doenças, conspurcam telhados, beirais,
caleiras e ravessas e oneram extraordinariamente os proprietários de
edifícios.
Por
outro lado, sabe que a proibição de alimentar estas aves está
postada em regulamento camarário mas não é acatada por muitos
populares que, sem terem noção do mal que podem causar a terceiros,
continuam a prevaricar.
Vale
a pena pensar nisto?
TEXTOS
RELACCIONADOS
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
“LIQUIDAÇÃO POR MOTIVOS DE OBRAS”
“LIQUIDAÇÃO POR
MOTIVOS DE OBRAS”
Pelo
que se anuncia em algumas montras da Baixa, considerando que não
seja uma moda que veio para ficar e sirva para enterrar ainda mais a
zona, é de supor que, durante os próximos meses, nas ruas largas -e
também nas estreitas- mal se possa passar com tanto pó e trânsito
de materiais de construção.
VOLTAR ATRÁS E VERIFICAR QUE TUDO CONTINUA IGUAL

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
É
feio auto-citar-me, mas escrevi este poema em 12 de Setembro de 2009.
Passados
oito anos, mudando alguns personagens, o versejado continua actual.
Se
uma imagem pode falar,
talvez esta não encante,
diz-nos que a velha Baixa
não é mesmo grande amante;
É uma cansada prostituta
rodada, pronta a ser usada,
quer por quem cá mora
ou político de “banhada”;
É usar para despejar
mil desejos recalcados,
até serve para enganar
os “tansos” atrofiados;
Tratam-na como puta,
mas não pagam o serviço,
inconscientes sem conduta,
esquecem o compromisso;
Mas a Baixa é mulher,
e no peito tem coração,
ai daquele que souber
que faz dela aberração;
Gritam todos ao senhor,
a vir-se sem condição,
nessa altura é amor,
amor do meu coração;
Mas se um prédio a capitular,
anuncia e se estatela no chão,
há magotes de gente a reclamar,
aparece logo a televisão;
E a Baixa coitadinha,
pouco formosa e insegura,
debutante tão velhinha,
virgem sem formosura;
Em campanha eleitoral,
todos falam em casar,
é em artigos de jornal,
todos a querem amar;
Mas a Baixa, que é tão baixa,
não pode ser coberta por tantos,
mesmo com o Metro em faixa,
já nem é salva pelos santos;
Se prometerem a santa Catarina,
ninguém acredita na salvação,
venha um Seco ou um Queiroz,
muito menos outra Encarnação;
A Baixa foi ouro que brilhou
em tempos de garimpeiros,
hoje nem Prata ressuscitou
a esperança soterrada em cinzeiros;
A mensagem política que é passada
é que é a memória a desaparecer,
mas pouco lhes importa, ou mesmo nada,
verdadeiramente, só interessa o poder;
A Baixa está condenada
a ser comida sem dó,
por baixo é penetrada,
por cima fazem cocó.
talvez esta não encante,
diz-nos que a velha Baixa
não é mesmo grande amante;
É uma cansada prostituta
rodada, pronta a ser usada,
quer por quem cá mora
ou político de “banhada”;
É usar para despejar
mil desejos recalcados,
até serve para enganar
os “tansos” atrofiados;
Tratam-na como puta,
mas não pagam o serviço,
inconscientes sem conduta,
esquecem o compromisso;
Mas a Baixa é mulher,
e no peito tem coração,
ai daquele que souber
que faz dela aberração;
Gritam todos ao senhor,
a vir-se sem condição,
nessa altura é amor,
amor do meu coração;
Mas se um prédio a capitular,
anuncia e se estatela no chão,
há magotes de gente a reclamar,
aparece logo a televisão;
E a Baixa coitadinha,
pouco formosa e insegura,
debutante tão velhinha,
virgem sem formosura;
Em campanha eleitoral,
todos falam em casar,
é em artigos de jornal,
todos a querem amar;
Mas a Baixa, que é tão baixa,
não pode ser coberta por tantos,
mesmo com o Metro em faixa,
já nem é salva pelos santos;
Se prometerem a santa Catarina,
ninguém acredita na salvação,
venha um Seco ou um Queiroz,
muito menos outra Encarnação;
A Baixa foi ouro que brilhou
em tempos de garimpeiros,
hoje nem Prata ressuscitou
a esperança soterrada em cinzeiros;
A mensagem política que é passada
é que é a memória a desaparecer,
mas pouco lhes importa, ou mesmo nada,
verdadeiramente, só interessa o poder;
A Baixa está condenada
a ser comida sem dó,
por baixo é penetrada,
por cima fazem cocó.
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