sexta-feira, 7 de julho de 2017

MACHADO, O TROCA-VOLTAS

(Imagem da Web)





Depois de um passado cheio de comendas, nos últimos doze anos de gestão PSD/CDS, atribuídas no Dia da Cidade, eis que, só para trocar as voltas a certos “palmadinhas nas costas”, este ano nas celebrações citadinas Manuel Machado não atribuiu nem ao menos uma homenagem simples em palavras acaloradas e cheia de fundo nacionalista, nem uma medalhinha de latão.
Ora, levando em conta a entrevista concedida pelo presidente da Câmara Municipal de Coimbra ao Diário as Beiras em que defendia um investimento na melhoria da auto-estima na cidade, não bate a gota com a perdigota. Para além de não fazer sentido com o discurso sublinhado, este contrariar da maré citadina só veio agravar a falta de orgulho local. Talvez se explique agora a razão do manto de silêncio sepulcral, uma certa tristeza palpável, que se passou a notar nos rostos dos transeuntes sobretudo nas ruas da Baixa a partir desta última quarta-feira, dia subsequente ao das comemorações. Mas é de prever que este abatimento extravase ainda mais para o colectivo. É mais uma machadada no umbiguismo pátrio. Que ninguém se admire se nos dias que se avizinham houver uma procura desmesurada de psicólogos e psiquiatras em Coimbra. Nunca uma coisa destas se viu. As consequências, imagina-se, serão imprevisíveis implicitamente a cair para o trágico. Como sempre, a oposição no executivo continua distraída e, assobiando o tema “Coimbra é uma lição de amor e tradição”, sem se aperceber do anacronismo, não quer saber da felicidade dos conimbricenses.
Calcula-se que esta semana, no remanso de um pensamento solitário, muita gente roeu as unhas pela frustração. E cá para mim, que sou muito justo, estes fiéis companheiros de jornada têm muita razão e foram injustamente maltratados. Começando por uma certa imprensa local, que apregoa aos sete ventos de andarilho a liberdade de expressão, então, durante quatro anos andaram a escolher os colaboradores, expulsando os não amestrados e assistémicos, que melhor se encaixassem no discurso formatado de uma presidência unanimista e agora nem tiveram direito a uma medalha de ouro? Isto não se faz!
Porventura, este comportamento disfuncional -contrário à função institucional dos últimos anos- de Manuel Machado poderá constituir um ponto de partida para um caso de estudo. O que estará por trás desta cativação das vaidades elitista e popular? Será que o actual mordomo-mor das festas da Cidade passou a admirar os que, sem peias nem receio, lhe dizem na cara o que pensam do seu magistério e passou a desprezar os “lambe-botas”?  




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