segunda-feira, 13 de junho de 2022

MEALHADA: HOJE HOUVE REUNIÃO DE CÂMARA (1)

  

(imagem do jornal online Bairrada Informação)


Sem nada que fizesse prever,

Marqueiro puxa do trombone e atira:

Espero que o senhor Quintans esteja a seguir

esta reunião para depois fazer o relato dele.”


Neste primeiro dia da semana, quando tudo à volta prometia ser de orgulho pelo trabalho feito e apresentado na gestão e organização da Feira de Artesanato e Gastronomia da Mealhada 2022, eis, senão, que o destino, como se estivesse feito com as forças estranhas e maquiavélicas do mal, resolve pregar mais uma partida a António Jorge Franco, presidente da Câmara Municipal da Mealhada. Ao que parece, um agente patológico infiltrado resolveu infectar o edil com o vírus Sar Cov 2, mais vulgarmente conhecido como Coronavírus, ou Covid-19.

Está a ser feita uma rigorosa investigação, mas tudo indica que a oposição não estará por detrás deste atentado à saúde do “Mayor”. De qualquer modo, em paralelo, também prossegue um trabalho de exame ao desempenho de Sant’Ana, padroeira da cidade. Embora cedo para diagnósticos, há quem aponte parcialidade e negligência grave à santa, que é, ex-aequo, a patrocinadora da Santa Casa da Misericórdia e dos Bombeiros voluntários.

Passando à frente do “tomar uma coisa por outra”, por causa, a verdade é que a reunião de Câmara Municipal foi transmitida via online, com os titulares políticos a falarem entre si desde a sua própria casa, onde pelas imagens difundidas não se adivinham grandes acervos de alfarrábios, nem pinturas de autores célebres.


I


Ao bater das nove badaladas na Igreja Matriz da Mealhada, António Franco, o chefe da banda, levantou a batuta e, informando do seu estado endémico, deu início ao ensaio geral da orquestra do município, no Período de Antes da Ordem do Dia.

Começou por informar os restantes músicos que a “alta velocidade vai passar pela Mealhada. Que muito embora compreenda a posição de Anadia, no chumbo do projecto por não concordar com o trajecto, defende o traçado preconizado.

A seguir foi convidado o talentoso actor, atleta e violinista Gil Ferreira a mostrar uns acordes. Com acalma habitual, em lá menor, compôs uma sinfonia. E trauteou: “deixo um agradecimento a todos os que se envolveram na feitura da feira. Foi uma verdadeira equipa. Os artistas do município estiveram à altura de compor um cartaz. Na verdade, precisavam de uma oportunidade.”

Acrescentou ainda que o município da Mealhada faz parte da Rede das Escolas Educadoras, e que esteve presente num encontro de professores no Grande Hotel do Luso.

A seguir o desempenho caiu em Rui Marqueiro, reconhecido mestre em oratória e exímio músico e experiente nesta orquestra. E não se fez rogado colocando a boca no trombone, sem Dó: “Na última reunião pedi informações sobre o (novo) Mercado Municipal”. E até agora não recebi nada. Se não receber nas próximas 48h00 informações, informo o Ministério Público e a ASAE pelo prejuízo causado aos comerciantes...

O maestro, Franco, como se, implicitamente, acusasse o executante de desafinação, cortou o desempenho e atalhou: “Não mandei parar a obra. Estão a acabar os serviços que faltam… electricidade e outros...”

Ripostou Marqueiro, em nota de Si: Eu tenho muita informação. Sabe?

E prossegui num tom mais alto: “Os senhores querem fazer de mim parvo, mas eu tenho tudo menos ser parvo. (…) Não me importo de comunicar à Comissão Europeia o que os senhores estão a fazer. (…) os senhores são do tipo de se gabarem, gabarem, gabarem…

E voltou a interrogar: “Qual a situação do Challet Suiço? Quando saí a obra já estava adjudicada…

Hugo Silva, fadista de nomeada e tocador de guitarra portuguesa, pediu para fazer um acorde em Sol: “A feira, tendo em conta as nossas expectativas, correu muito bem a nível de tesouraria para os expositores. (…) Conseguimos trazer as pessoas ao centro da cidade. (…) Um agradecimento a todos os que contribuíram para o engrandecimento do certame.”

Sónia Leite, pianista de grande precisão, pediu para executar uma nota de introdução em Mi maior. Entrando em contradição com o seu colega de bancada Marqueiro, disse: “Alguns professores confirmaram comigo que o encontro foi muito interessante. Só comentaram comigo que a meio da semana não era muito indicado. Antigamente era feito ao Sábado. Houve muitos professores que gostavam de ter estado e não puderam.”

E Filomena Pinheiro, mestra em clarinete, pediu atenção: “Para termos uma feira comercial e industrial precisamos de ter um tecido desenvolvido nessas áreas. E não temos. (…) Acho que o propósito foi atingido.”


E O INSÓLITO ACONTECE


Sem nada que fizesse prever, Marqueiro puxa do trombone e atira: “Espero que o senhor Quintans esteja a seguir esta reunião para depois fazer o relato dele.”

O visado, que por acaso até toca viola mas não é grande músico, ficou a pensar o que significariam as palavras do mestre do trombone. Será um convite a juntar os dois instrumentos? Seria um aviso à navegação, assim do tipo: vê lá, camarada, não te estiques. Estou atento ao teu cantarolar.


(CONTINUA AMANHÃ)

Sem comentários: