terça-feira, 25 de novembro de 2014

BAIXA: UMA OPORTUNIDADE PERDIDA



Nos próximos dias 27 e 28 vai decorrer no Centro Histórico a conferência sobre o mote “A BAIXA NO CENTRO DA CIDADE: TURISMO PELO PATRIMÓNIO E(M) SEGURANÇA”. É uma iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) e da Polícia de Segurança Pública (PSP). É um evento abrangido pelo programa “Mais Centro”, co-financiado pelo QREN, Quadro de Referência Estratégica Nacional.
A primeira jornada, quinta-feira 27, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Coimbra, começa pelas 9h00 com o “acolhimento” e seguido da entrega de um prémio. Pelas 11h00 o primeiro painel temático “Estratégias para a dinamização e promoção dos centros históricos” e seguido de debate. Na parte da tarde, pelas 14h30, inicia-se o segundo tema para discussão “Questões de segurança nos Centros históricos” e com o sucessivo debate. O terceiro assunto, anunciado para as 16h30, é “Centros históricos, reabilitação urbana e benefícios fiscais” com debate na subsequência pelas 17h30. A sessão de encerramento será pelas 18h00, com três palestrantes, e que, certamente chegará até às 19h00.
A segunda etapa, sexta-feira 28, no Edifício Chiado, na Rua Ferreira Borges, inicia-se pelas 9h30 com vários “workshop’s”, reunião de várias pessoas interessadas num determinado assunto. O primeiro será “A exposição do produto como fator de atração”. O segundo, pelas 10h15, será “Medidas de Segurança”. O terceiro, pelas 11h30, será “Boas práticas no sector do turismo na componente digital”. E a quarta oficina será “Boas práticas para o conhecimento do património”.
Pelo anunciado, pela riqueza dos temas para discussão, estão de parabéns os promotores, a CMC, a APBC e a PSP.

MAS, Ó SENHOR?! NESTE HORÁRIO, A QUEM SERVE ISTO?

Se tivesse ficado pelo ponto final e parágrafo, porque seria apenas uma notícia, estas três entidades até me batiam palmas de contentes. Acontece que eu não sou jornalista, sou fazedor de opinião, treinador de bancada, como vulgarmente se diz. Sendo assim, indo muito mais para além do anúncio do evento, começo logo por partir a louça toda com interrogações: tendo em conta que ocupa completamente um dia e meio, a quem se dirige esta convenção ou se quiserem chamar-lhe conferência? Aos mesmos do costume? Àqueles que, de fora, têm uma ideia “formatada”, “plastificada”, da vivência e dos problemas da Baixa? Os organizadores deste importante –sublinho importante- congresso, por acaso, só mesmo por acaso, pensaram que estes trabalhos deveriam ser participados pelos pequenos comerciantes e industriais de hotelaria, residentes e moradores? Claro que não se preocuparam com o sucesso deste acontecimento. Em juízo de valor, estas ocorrências importantíssimas para se analisar o situacionismo das urbes antigas e visar o seu desenvolvimento não têm por objecto a discussão pública mas antes um falar para dentro, um cumprir de calendário. Em metáfora, fazer isto neste horário, é o mesmo que tentar pregar para surdos. É mandar dinheiro fora! É perder uma oportunidade vital. Sabendo os organizadores que a pequena loja do Centro Histórico está a funcionar apenas com uma pessoa, realizar um evento destes à quinta e sexta-feira é o mesmo que estabelecer uma rede invisível para certos extractos sociais. Foi intencional? Não acredito! Creio mais na idiotice que, como pandemia, infelizmente, grassa por aí. Uma pena! Continuarmos a estourar verbas em conversas para “boi dormir”!

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