quinta-feira, 13 de novembro de 2014

BAIXA: OS IDIOTAS DO COSTUME



Os comerciantes das Ruas Visconde da Luz e Ferreira Borges com vasos a embelezar as suas entradas, nos últimos dias, têm sido acometidos pela fiscalização camarária para a obrigação de tirarem licença de ocupação de espaço público. Saliento que as flores abrangem uma área de trinta centímetros quadrados. O resultado desta medida é que, para além de dois estabelecimentos, todos os outros retiraram os seus embelezamentos. Com estes profissionais da compra e venda, que decidiram tornear a questão digna de figurar no anedotário nacional, nenhum quis dar a cara. Um lojista, a quem pedi uma declaração, disse mesmo, expressamente, que preferia não o fazer, nem se identificar, porque era muito amigo de Manuel Machado e não o queria prejudicar.
Dos únicos que estão a tratar do assunto e com completa indignação e repúdio são Pedro Cruz e Maike Chen, ambos estabelecidos na Rua Ferreira Borges. Pelo primeiro, Pedro Cruz, foi dito que “já recebemos o e-mail da Câmara para pagar a área ocupada pela ornamento florístico. É inconcebível o que está a acontecer. Estão a transformar a rua numa via triste, sem cor e sem alegria. Então e logo agora que estamos próximos do Natal? Quando se deveria defender que cada um tratasse do seu espaço para tornar a Baixa mais agradável vem a edilidade estragar tudo para tentar cobrar 15 euros? Isto não é incrível? Não se trata de pagar ou não pagar mas sim do quanto a medida é repelente.”
Maike Chen, enfatizou que “perante a insistência dos serviços de fiscalização da autarquia, no último dia 7, fui requerer a licença para poder manter dois pequenos arranjos à minha porta. Só para entregar o requerimento liquidei 10 euros. Se me for concedido o pedido pagarei mais 5 euros, dois euros e meio por cada flor. Isto não é tão comezinho? Não acha?”
Preferi não responder. Perante este “vale tudo”, este sacar a qualquer jeito e mesmo que sejam umas moedas aos aflitos comerciantes que, a fazer contas diariamente, tentam aguentar as portas abertas, dá para ver que a situação financeira da Câmara Municipal de Coimbra deve estar no vermelho retinto. Não cairia melhor fazer-se um peditório?

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