É Dezembro,
a chuva cai,
o inverno espreita,
o sol não sai,
o mar agita-se,
a tristeza é uma maleita,
parece que nos atrai,
ficamos enviesados,
deprimidos em solidão,
a saudade que aí vai,
parecemos transviados,
um aperto no coração,
apetece chorar e dizer ai,
mas nós somos soldados,
mercenários de geração,
e um duro nunca cai,
não fungamos, mesmo apertados,
mas dói ver o pobre em abstracção,
de mão estendida, sem fazer mal,
à chuva e ao frio enregelado,
só a neve lhe enche a mão,
e talvez por ser Natal,
condoídos, damos um trocado,
envolvidos em emoção,
no lado sentimental,
como um sol enfocado,
aquecemos um coração,
e sentimo-nos menos mal.
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