domingo, 13 de março de 2022

FREGUESIA DE LUSO: A JUNTA MAIS PRÓXIMA DOS FREGUESES



Na última Assembleia de Freguesia de Luso, realizada no salão do Grande Hotel, em Novembro, ficou dito por um freguês participante do público que a junta deveria concorrer para uma maior divulgação das suas reuniões do executivo e sessões da Assembleia e, para isso, nada melhor do que passar a fazer uso da sua página do Facebook, na Internet. Foi dito também que em Barrô a vitrine que servia para divulgar os actos da Junta estava colocada num canto, atrás de uma placa de trânsito, meia escondida e não servia o fim para que foi concebida. Por conseguinte, apelava-se a Claudemiro Semedo para que a mandasse transferir para um local mais visível. Por parte do presidente da Junta ficou prometido que a mudança ocorreria assim que fosse possível.

E assim foi. Esta semana a “dito-cuja” foi mudada para a frontaria da Capela, para um sítio bem visível e que é impossível passar despercebido ao primeiro olhar. É bem possível que nem todos concordem com a localização do utensílio publicitário, mas, quanto a mim, sem grande choque, enquadra-se perfeitamente na fachada do edifício de culto. Penso que, sem discussão, o bem maior é, através da informação e conhecimento, levar os munícipes a participarem na resolução dos problemas da sua terra, seja Barrô ou outra qualquer povoação do concelho. E para isso acontecer nada melhor que, primeiro, informá-los do que se passa, segundo, devagar, devagarinho, conseguir levar os moradores, ao sítio indicado para ouvirem respostas de quem manda.

Todos sabemos que “a participação política dos cidadãos” enche a boca dos políticos há quase meio-século, mas, na prática, pouco é feito para os tirar de casa e os ajudar na envolvência dos assuntos da sua terra. O problema maior é que, devido ao hábito continuado e enraizado de alheamento, pouco há a fazer para dar a volta a esta situação endémica. Mesmo com a descentralização das reuniões camarárias, tirando-as do aconchego da cidade para outros lugares habitados, não sei se ainda vamos a tempo de recuperar alguma coisa. É certo que a colaboração institucional, quer seja nas aldeias quer seja na cidade, nunca foi uma prática arreigada. E porquê, perguntarão? Porque poucos, cada vez menos, lêem um jornal local por semana. E aqui reside a “pescadinha de rabo na boca”. Quanto menos informação se detém, mais inseguro se fica. A seguir vem a vergonha de, falando de algo que não se domina, parecer mal e poder servir de chacota nos mais próximos.

Ser ignorante não é defeito. Afinal somos todos. Mal é quando o desconhecimento é sistémico, ou seja, o próprio não quer aprender e as condições circunstanciais à sua volta concorrem para o obscurantismo colectivo.

A ignorância não serve ninguém. O conhecimento é a luz da candeia que vai à frente e ilumina o caminho. A escuridão intelectual só serve os tolos, o resentimento e a maldade. Se cada um fizer a sua parte, procurando a informação e dando a cara no que faz, a paz instala-se facilmente entre os nossos vizinhos. Se cada um, perante um pequeno acontecimento que desconhece, tiver a hombridade, integridade e coragem, de pedir esclarecimentos ao confinante visado não precisa de utilizar a denúncia anónima como arma dos frustrados, na inveja e cobardia.

Em resumo, porque já me alonguei e não era preciso escrever tanto, tudo isto para dizer que o senhor Claudemiro Semedo, o presidente da Junta de Freguesia de Luso, com esta pequena mudança, está no bom caminho do esclarecimento público. Ganhamos todos.


TEXTO RELACCIONADO


"LUSO: CARTA AO PRESIDENTE DA  ASSEMBLEIA MUNICIPAL"



 

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