quinta-feira, 17 de abril de 2014

ALTA: BEIRAL CAI SOBRE O EMPEDRADO



 Hoje, cerca das 13h00, a cimalha, a parte mais alta da cornija, a moldura em que termina uma parede junto ao telhado e vulgarmente conhecido por beiral, do prédio do Café Sé Velha, com frente para a Rua Joaquim António de Aguiar, ruiu.
Segundo um dos empregados do celebérrimo estabelecimento de hotelaria –e que como ressalva declaro que já fui dono durante mais de uma dúzia de anos-, o Fernando, mais conhecido por “Avec’s”, e que ali é funcionário desde 1983, passaria pouco das 13h00 quando se deu o acidente. “Duas pessoas ficaram feridas”, uma delas com probabilidades de ter fracturado um braço”, declarou o Fernando.
De salientar que, segundo um confinante, este edifício “sofreu obras de restauro há cerca de um ano e pouco”. A verdade é que, exteriormente, se apresenta bem pintado e com aspecto renovado. Todo o beiral caiu sobre a varanda do terceiro-andar -destruindo o gradeamento completamente- ocupado por Arminda Silva, inquilina do prédio há cerca de quatro décadas, e estatelou-se no empedrado da rua do “Mata Frades”.
Há hora a que fotografei, cerca das 17h30, o café estava encerrado bem como as lojas de artesanato em redor. O acesso às zonas limítrofes estava vedado pela PSP para que os bombeiros limpassem o que ficou suspenso e preso na varanda de Arminda Silva, e para que nenhum transeunte fosse apanhado pelos detritos provindos das alturas.
Na rua, em frente ao café com o mesmo nome do largo da ancestral catedral construída na Idade Média, eram visíveis os restos de telhas e da parede emoldurada. O aparato com agentes, carros de bombeiros e polícia, eram bem notados na pacata zona -pelo menos durante o dia. À noite nem tanto quanto isso, alegadamente.



P.S. - Ora bem, vamos por partes. Primeiro, como ressalva, não conheço a actual dona do imóvel –uma vez que os anteriores, o senhor Marques e esposa -esta tenho a certeza que já faleceu- não sei se ambos ainda estarão entre nós. Segundo, não escrevi isto no texto, mas é minha forte convicção de que se tratou de um mero acidente em função da idade do edifício. Isto é, quanto a mim pelo menos nesta parte, não poderão ser atribuídas culpas ao proprietário. A questão que emerge é saber porque aconteceu a ruína da cimalha? Para mim, que já fiz umas obritas e sei -como quem diz- alguns princípios básicos da construção civil, falta ali ferro para a sua sustentação. Vou explicar melhor. Se esta construção fosse recente, qualquer empreiteiro saberá que uma moldura com aquela expressão, com um enorme peso associado, terá obrigatoriamente de levar verguinhas de ferro a ligar o beiral até à parede. É este procedimento, ligando o cimento ao ferro, que evita a ruína de qualquer murete ou edifício. Acontece que o beiral caiu por inteiro, ao longo de toda a fachada, estatelando-se no chão em mil bocados e, pelo que me apercebi, não eram visíveis sinais de ferro na cimalha. Se estiver certo, o peso da moldura foi-se descolando da parede ao longo dos anos e o calor destes dias fez o resto. Quero dizer, portanto, que estamos em face de uma lacuna do construtor há cerca de um século. É uma teoria e vale o que valer.

1 comentário:

Antonio disse...

y yo que soy el italiano que estaba alli abajo, pasando el dia en Coimbra, que me pasa? Quien me paga? El susto, para mi y mi enamorada, he perdido mis oculos de sol, contusao mas una herida, me duele todavia el brazo, medicamientos, riabilitacion!!! Esto no es normal, seguro que no tendré un buen recuerdo de Coimbra.. como para mi ha sido la ciudad de la "casi muerte"....