terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

UM COMENTÁRIO RECEBIDO SOBRE...

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J. Norberto Pires deixou um novo comentário na sua mensagem "EDITORIAL: O QUE PENSA SOBRE ISTO, VOSSEMECÊ CANDI...":


Bom dia Luís,
A luta e prevenção da droga desacelerou nos últimos anos, fruto de austeridade excessiva que retirou dotação orçamental para este problema, que estava a ser gradualmente reduzido, o que explica o já visível aumento de problemas, incluindo consumo, associados com a droga.
No momento é preciso recuperar terreno e apostar, de novo, num programa eficaz de informação e de prevenção. Mas também perceber que aqueles que estão já numa espiral de droga precisam de ser ajudados e retirados da rua. As salas de chuto assistidas, dotadas de meios de encaminhamento dos pacientes para instituições de desintoxicação, são uma das opções para esse objetivo. Devem ser ponderadas em estreita ligação com as entidades regionais e nacionais de luta e prevenção da droga, para que a sua criação, localização e acompanhamento sejam eficazes.
Nessa perspetiva, a CMC, Câmara Municipal de Coimbra, deve colocar à disposição deste objetivo os espaços e os meios suficientes, minimizando, na medida do possível, os impactos na vida da cidade. Mas sem esquecer que esta tem de ser um ação prioritária, numa cidade que trata bem os seus cidadãos e quer receber bem quem nos visita.

Abraço.

J. Norberto Pires 




EDITORIAL: O QUE PENSA SOBRE ISTO, VOSSEMECÊ CANDIDATO À CÂMARA?





Ontem, no Jornal da Noite da SIC foi apresentada a Reportagem Especial “A vida que não quero para mim”. Num trabalho a todos os níveis digno de louvor, de tal modo que me atrevo a defender que esta cobertura televisiva deveria ser passada nas escolas secundárias nacionais, esta peça sobre a toxicodependência mostrou a nu as várias fragilidades sociais, económicas e políticas dos portugueses. Muitos parabéns à SIC por mais um espectacular documentário, actual e de solução premente sobre a criação das chamadas salas de chuto assistidas.
Para quem viu, especulando, os sentimentos teriam sido divididos entre a aceitação, o julgamento e a repulsa. Para quem tem entes naquela triste situação de calamidade familiar, mais que certo, perante o desenrolar das vivências desgraçadas dos entrevistados, fosse homem ou mulher, os seus olhos viram-se inundados de lágrimas e chorou. Para quem tem a felicidade de não conhecer a realidade intramuros, cujo drama e tragédia se desenvolvem dentro e fora, creio, a sua forma de estar foi a de julgar os dependentes de opiácios como responsáveis pela vida que levam e a terem de arcar com a sua consequência. Para os últimos, aqueles que repudiam, a ligação entre a causa e a consequência foi a de desonerar a causa e responsabilizar totalmente os aditos na consequência. Por outras palavras, no seu entender, o Estado não deveria gastar um cêntimo para acudir e estas pessoas, deviam ser deixadas entregues à sua sorte e continuarem a injectar-se e a morrer pelos recantos degradados e imundos das cidades.
Ficou bem patente que estamos perante uma falta de coragem política dos autarcas locais -para não lhe chamar cobardia. A lei que lhe dá desenvolvimento é de 2001 e, pela sua aplicação prática, cabe aos presidentes de câmara assegurar a sua prossecução.
Desde 2011 que escrevo sobre a realidade sentida na Baixa de Coimbra e sobre a necessidade de ser implantada uma sala de chuto assistida. Bem sabemos que a maioria quer que os toxicodependentes sejam empurrados para o meio do mar, e logicamente ninguém quer uma estrutura de apoio perto da sua morada. É sobretudo uma adversidade de ordem educacional/cultural. A começar por mim, é mais fácil entrar na condenação do que na análise do remédio da dificuldade. Como alguém dizia na reportagem, não se está a ver a hemodiálise ser feita no meio da rua e aos olhos de todos. Então por que, de uma vez por todas, não se discute o assunto com frontalidade? Trata-de escolher entre dois males: o maior e o menor. Estamos perante um síndrome social que, se não é possível solucionar de todo, se deve  mitigar, pelo menos.
Os edis, pelo receio de perder votos, preferem assobiar para o lado e fazer de conta que este contratempo não existe. A questão é que não é por este facto que o fenómeno desaparece. Provavelmente, depois de ter estacionado, devido a vários factores, até tem vindo a aumentar nos últimos anos -foi dito isto mesmo na reportagem.
Em forma de editorial escrevi esta crónica precisamente porque estamos a cerca de oito meses das eleições autárquicas em Coimbra. Já se começa a sentir o acelerar dos motores dos candidatos ao pleito eleitoral. Enquanto cidadão anónimo e independente -que ainda não sabe onde vai depositar o seu voto-, gostava de saber o que pensam os promitentes concursantes locais acerca deste assunto. Aliás, no seu “caderno de encargos” para a cidade, deveriam obrigatoriamente ter uma palavra a dizer, a favor ou contra, sobre a execução das salas de chuto assistidas. Quantos dos já anunciados vão aceitar o repto e mostrar a sua coragem?
Vale a pena pensar nisto?

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

O CONFISCO AOS PEQUENOS COMERCIANTES NÃO É SÓ POR CÁ...

Os comerciantes italianos pagam desde 1993 imposto sobre a sombra dos letreiros das lojas
(Imagem do ZAP. aeiou)



(Não há-de tardar muitos anos, por causa do esbulho desenfreado de impostos, para se manterem abertas pequenas lojas nas cidades, vilas e aldeias, o Estado vai ter de pagar. E, aponte-se, muito caro! Este chupar até ao tutano, para além de todos os cidadãos contribuintes saldarem com língua de palmo, só pode trazer tragédia)


Italianos descobrem que pagam “imposto sobre sombra” desde 1993

Por cá, num igualitarismo que dá jeito, os pequeníssimos, pequenos e grandes comerciantes pagam imposto sobre luz a 23 por cento de IVA. E, pela "vox populis", para os mais pequenos morrerem mais depressa, as montras deviam estar acesas durante toda a noite para iluminar as ruas. Quem desse com um grande malho na tola de quem defende esta tese, e nunca fez nada, ainda era pouco.
E mais: segundo as notícias, o preço da electricidade no mercado ibérico de energia, entre 1 e 26 de Janeiro, aumentou 80 por cento.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

EDITORIAL: (ESTE) PSD NÃO MERECE JAIME RAMOS

Jaime Ramos
(Imagem furtadita ao Notícias de Coimbra)




A notícia é de primeira página no Diário de Coimbra (DC): “Jaime Ramos é o nome do PSD para a Câmara de Coimbra”.
Continuando a citar o DC, “Jaime Ramos foi o nome apresentado como candidato a presidente da Câmara Municipal de Coimbra, num plenário que juntou mais de três dezenas de militantes concelhios do PSD”.
Depois de um processo a todos os níveis indecoroso por parte de Passos Coelho, secretário-geral do partido laranja, que, segundo a imprensa, quis impor Álvaro Amaro para Coimbra -e este a fazer um manguito e a preferir apostar no certo, como quem diz a Guarda onde já apresentou publicamente a sua recandidatura-, eis como por linhas tortas se chega direito ao objectivo.
Antes de prosseguir vou fazer uma ressalva: conheço mal Jaime Ramos, o outrora deputado à Assembleia da República e antigo Governador Civil de Coimbra. O que, sendo assim, me coloca numa total posição de independência no que vou escrever a seguir.
Se Coimbra não precisasse, como de pão para boca, de uma alternativa ao actual "mayor" da cidade, Manuel Machado, Jaime Ramos, por uma questão de dignidade, deveria mandar foder a ratificação da Comissão Política Concelhia e não aceitar a mais que certa indigitação. O problema é que, pelo interesse maior da cidade, pela necessidade, esta questão deixou de ser pessoal para ser de cidadania. Ramos, ao aceitar bater-se com o representante eleito pelo Partido Socialista -que, aliás e salvo melhor opinião, foi sempre uma das suas ambições políticas- corre o sério risco de vir a ser o próximo ocupante da cadeira do poder na Praça 8 de Maio.
Goste-se ou não da forma de ser de Ramos, tem de se reconhecer o seu valor pela obra feita em Miranda do Corvo. E também pela intrínseca defesa da reposição da linha férrea do Ramal da Lousã. Mesmo com tantos interesseiros do Metro, e pelo seu protagonismo, louve-se, soube sempre manter a mesma posição. Para quem o conhece melhor do que eu sabe que este médico de carreira é um pragmático. Pela sua forma de impor a sua vontade sobre o grupo, em discussões, chega a ser autoritário, algo incomodativo, mas tem de se lhe reconhecer o seu forte carisma de chefe.
Enquanto munícipe independente, espero que, de facto, seja Jaime Ramos o candidato pelo PSD à autarquia de Coimbra e que, sem ressentimentos pela forma como foi destratado pela cúpula de Lisboa, aceite pelo interesse de Coimbra. Pelo resvalar contínuo da política para a mediocridade, precisamos de bons candidatos no próximo pleito eleitoral que se aproxima.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

BOM DIA, PESSOAL...

EXPLIQUEM-ME COMO SE EU FOSSE UMA CRIANÇA...




O Diário as Beiras de hoje dá à estampa, em primeira página, a divulgação da demolição e construção de um novo edifício destinado aos serviços do Instituto Português de Oncologia, em Coimbra, por 21,5 milhões de euros.
Na última página do mesmo jornal somos surpreendidos pela foto e afirmação do Ministro da Cultura: “Há muito património ao abandono no país”.
Sem falsa humildade, às vezes sinto-me um bocado estúpido. Já li estas duas notícias 299 vezes e não consigo perceber. Tenho a certeza, é mesmo défice. Só pode!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

A BAIXA, O VIDRO PARTIDO E A TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS





Durante esta manhã -segundo uma testemunha- um dos vidros de uma das montras da desaparecida sapataria A Elegante, na Rua Visconde da Luz, apareceu estilhaçado. Escrito assim, e se considerarmos o vandalismo crescente na cidade, poderíamos dizer: “a oeste nada de novo”. Mas se acrescentar que a defunta rainha das sapatarias de Coimbra encerrou em 2012 e há 5 anos que se encontra abandonada nos estados escandaloso e miserável em que se apresenta hoje talvez a coisa mude de figura.
Segundo parece, por que já escrevi vários textos sobre este monumento à incúria e à negligência, o novo adquirente do prédio em 2011- que não conheço- acrescentou um novo piso sem projecto, sem licença e sem autorização camarária e por isso mesmo foi embargado. Até aqui, repetindo, “a oeste nada de novo”. O que vem a seguir -ou melhor o que não vem por nada acontecer- é que choca. O que resta da velha sapataria A Elegante são resquícios de uma história comercial que deveria ser respeitada. Ou seja, ao que parece e alegadamente, a coberto da ilegalidade do proprietário, os serviços camarários abandonaram este assunto à sua sorte, e já lá vão cinco anos. É óbvio que não é o único. A Baixa está prenhe de monstros destes. Não sei se estou a ser claro, não estou a defender que se passe uma esponja por cima do ilícito, mas quero dizer que neste imbróglio, mesmo sobre o manto da lei e a sua interpretação dar razão à Câmara, a situação não pode ser mantida “ad eternum” e como se nada acontecesse. Quem está obrigado a solucionar o problema é a administração, no caso a edilidade, e não o proprietário imprevidente. Isto é, a autarquia deveria sancionar e dar um prazo para executar. O dono não fez, desobedeceu à ordem, neste caso, os serviços estão obrigados a actuar com celeridade, seja com posse administrativa e demolição, seja com coima, seja com outra medida legal qualquer. Embora desconheça as prerrogativas do Código Administrativo, tenho a certeza de que há lei para acudir a esta calamidade. Pelos vistos, coragem é que falta. O que se passa é que, desde há décadas, esta omissão é recorrente na zona histórica e tudo contribui para um comércio de rua em liquidação.
E tanto mais grave é que este deixa-correr, por um lado, numa artéria principal com a importância da Rua Visconde da Luz, é de um prejuízo incontabilizável para o meio envolvente, por outro, seguindo a psicologia social de que desordem gera desordem, na tese das “Janelas Quebradas”, este desprezo pelo bem patrimonial, para além de se estender a outros prédios vizinhos, leva a uma vontade incontrolável de o destruir ainda mais. Não se sabe se a quebra da vidraça será resultado desta teoria.
Vale a pena pensar nisto?