quinta-feira, 11 de março de 2021

GNR NO BUSSACO: QUANDO A NOTÍCIA É UMA PARVOÍCE

 

(imagem da Web)



Os meios de informação digitais de hoje, transversalmente, difundem a seguinte notícia: “GNR põe fim a convívio ilegal de jovens na Mata do Bussaco” – título do jornal online Notícias de Coimbra.

Tendo em conta de que a intervenção da guarda foi feita ao ar livre e numa floresta, ao lermos a exposição em cabeçalho somos levados a pensar de que dezenas de jovens, aproveitando uma saída precária do domicílio, decidiram juntar-se numa grande farra. Com a tampa da curiosidade a saltar, avidamente, pegamos no texto jornalístico em busca do número de prevaricadores e a quantidade nunca mais aparece. É então que, como montanha a parir um rato, verificamos que eram apenas 5 pessoas que formavam o agrupamento.

Várias perguntas nos atropelam. Uma delas é saber se os agentes da GNR, que intervieram no caso, não saberão distinguir discricionariedade de arbitrariedade – segundo os vários dicionários, “arbitrariedade” significa “abuso de poder ou mando, capricho”; já no tocante a “discricionariedade”, significa “liberdade de apreciação concedida a um órgão administrativo, permitindo que este escolha, numa série de comportamentos possíveis, aquele que lhe pareça mais adequado à satisfação da necessidade pública específica prevista na lei”.

Contudo, sublinha-se, como neste caso a intervenção está a coberto da lei, não se pode chamar de ilegal a interferência dos agentes. O que se pode entender é que os agentes fizeram uma interpretação pura e dura da lei sem levar em conta as diversas atenuantes como, por exemplo, a circunstância, a idade dos intervenientes e o espaço envolvente.

O que se pode apreender é que a identificação de quatro jovens numa mata nacional por ajuntamento e a furarem as regras do confinamento, salvo melhor opinião, é completamente ridículo, uma idiotice. Este acontecimento, sobretudo, no cenário em que se verifica e pelo reduzido número de intervenientes, nunca deveria vir para os jornais. Com um ralhete, em discurso de persuasão, deveria ser tratado no local sem maiores consequências. Não o sendo por direito, por a acção estar coberta pela lei, perante a opinião pública, de facto, deve ser entendida como abuso de direito. É a própria imagem da GNR que não fica bem na fotografia.

Não é que venha ao caso e estamos a falar de uma época e conjuntura diferenciadas, mas somos obrigados a remeter-nos para o Estado Novo quando se considerava que três pessoas juntas poderia ser considerada uma manifestação.

Por outro lado ainda, devemos tomar em conta que notícia é tudo aquilo que possa ser reconhecida como dado ou evento, socialmente relevante que merece publicação em um meio de comunicação social. Por outras palavras, costuma-se dizer que se um cão morder num homem o facto não será notícia. Em contrapartida, se um homem morder num cão isto já será passível de publicação.

Os agentes, em vez de procurarem a notabilidade pública, deveriam merecer uma admoestação pelo Comandante-Geral da GNR.

domingo, 7 de março de 2021

BARRÔ: OBRIGADO, PRESIDENTE DA JFL, PELO XANATO, MAS…






Há cerca de duas semanas, com o título “BARRÔ: UMA VIA PROFUNDAMENTE DEPRIMIDA”, escrevi aqui o estado lamentável em que se encontrava a estrada (?) que liga Barrô à Lameira de São Pedro. Tal como transmitia na altura, é uma via muito utilizada quer por automóveis quer por pessoas das duas aldeias em passeios a pé.

Escrevi também que este caminho municipal levou um tapete betuminoso há cerca de vinte anos e a partir daí tem sido remendado aqui e ali com uns bocados de alcatrão a tapar os buracos mais ousados.

Escrevi ainda que, devido à existência de manilhas entupidas e inexistência de valetas nas margens, sempre que a pluviosidade é muita, a água escorre a bom escorrer ao longo do que resta de uma via que, por partes dos responsáveis políticos, deveria receber outra consideração.

Mas ainda escrevi mais: disse que, segundo o presidente da Junta de Freguesia de Luso, Claudemiro Semedo, e deste fazer o que podia, a responsabilidade pelo (mau)estado do itinerário é da Câmara Municipal da Mealhada. Ora, a autarquia mealhadense tem conhecimento do que se passa por aqui.

Em resposta (ou não) à cronica que escrevi, durante estas duas semanas andaram por lá trabalhadores – presumo, pertencentes à Junta de Freguesia de Luso.

É certo que desentupiram os “boeiros” e até limparam metade das regueiras laterais – das que já estavam abertas. Das que é preciso abrir ficaram para as calendas.

Mas mesmo no caso das já existentes só limparam metade. A outra metade, já próximo da Lameira, ficou à espera de nova oportunidade. Resultado da ineficácia laboral? A água continua a invadir o centro da rodovia.

Por outro lado, os buracos no velhinho alcatrão são mais que muitos. Custa muito mais uns remendos? Já que temos de nos contentar com os emplastros, vamos a isso. Mas, ao menos , que sejam bem feitos. Pode ser?


(veja-se as fotos actualizadas, apanhadas depois da alegada reparação)

sábado, 6 de março de 2021

BARÓMETRO DOS JORNAIS EM PAPEL PUBLICADOS NA BAIRRADA

 



Jornal da Mealhada (edição de 3 de Março)


POSITIVO


A edição desta quinzena do Jornal da Mealhada (JM), dentro do que nos tem habituado, está satisfatória. Com duas páginas em torno da pandemia no país e no concelho, mais duas sobre as vacinas inoculadas sobre os idosos e ainda com uma página a noticiar a realização do evento “O Futuro dos Municípios após a Pandemia”, com muitas fotos à mistura e pouco texto, safa-se a tiragem a falar sobre a Mealhada.

Com um “especial” nas duas páginas centrais sobre os Escuteiros da Pampilhosa e sete páginas sobre concelhos vizinhos, a publicação lê-se com gosto.


MENOS BOM


O grafismo da capa, como montra de uma loja em execução, continua a ser o calcanhar de Aquiles do JM. A moldura desta semana, apenas com uma foto, com títulos e publicidade tudo à mistura, onde não se distinguem uns de outros, está muito longe de agradar ao menos exigente leitor.

Conforme já tenho escrito, sem desprimor para quem colabora, é notada a carência de colunistas que abarquem os vários ramos da vida, política, sociedade, economia, por exemplo. No que toca à política partidária, o quinzenário parece não querer nada com com as forças em confronto no concelho. É preciso clarificar que estamos a sete meses das eleições autárquicas. Quem vão ser os cabeças-de-lista? Se o jornal sabe, deve dividir a informação com os seus leitores, se não sabe, pode e deve procurar especular com as probabilidades que se apresentam. Um jornal, embora não esteja votado para a presciência, como num jogo entre o que se sabe do passado e presente, deve contribuir para fazer adivinhar o futuro. E não está em causa acertar muito ou falhar pouco. Trata-se, isso sim, de, em vez de internamente gerir a informação detida, partilhá-la e lançando desafios aos seus assinantes. Sobretudo, repito, para os fazer reflectir.

O JM precisa de críticos que, com assuntos que façam pensar, o retirem do oceano da rotina instalada.

É uma premência que transmita o que se passa nas reuniões de Câmara. Que mostre o trabalho desenvolvido pela oposição e pela maioria. Os leitores precisam de saber a forma como são aprovadas as posturas e restante regulamentação. Quem vota a favor, contra, e se abstém. Ao não ser trazido a público o que se passa no executivo é um forte passo para o total desinteresse dos munícipes.

Tal como escrevi há duas semanas, talvez demasiadamente preocupada com os custos de edição, falta ambição à Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, proprietária da publicação, para, apostando na história do título e na sua viabilidade económica, aumentar o número de páginas (actualmente são 24) e transformar o JM em semanário.

De zero a vinte, atribuo a esta edição 14 valores.


JORNAL DA BAIRRADA (edição de 4 de Março)


Conforme nos tem habituado pela grande qualidade jornalística ao longo dos últimos anos, nada de negativo a apontar.

De zero a vinte, concedo 18 valores. 


quinta-feira, 4 de março de 2021

MEALHADA: UMA ANDORINHA CONTOU-ME…

 





Chegou ontem a Barrô um grupo de andorinhas vindas do Norte de África. Como é costume todos os anos, antes de voltarem todas de vez na Primavera, este bando de pássaros batedores vem à frente para saber como se encontram os ninhos construídos no ano anterior nos beirais, para tomarem o pulso à segurança interna da região e a tensão arterial à política partidária da zona.

Uma delas é minha conhecida e fez questão de me vir logo cumprimentar. Vinha estafadinha, coitadinha. À laia de felicitação rápida, atirou: “foram milhares de quilómetros sempre a voar. Só parámos na Mealhada para comermos uma sandocha de leitão. Ui, que saudades que eu tinha, meu amigo. Foi lá que eu soube de novidades… mas amanhã prometo contar-lhe.

Tenho de confessar que não liguei mais ao assunto. Não é por nada, mas por vezes a minha amiga andorinha dá-lhe para inventar umas fofocas que não cabem nem na cabeça do menino Jesus. Já não é a primeira vez que isso acontece.

Mas hoje, depois do almoço, cá estava presente na minha varanda pronta a despejar o saco das novidades.

Para não se pensar que sou eu que estou a inventar, vou colocá-la a falar na primeira pessoa. Vou ligar o gravador:

O amigo sabia que a política partidária na Mealhada anda toda em polvorosa?

Sabia que, pelos vistos, ofereceram o lugar de vice-presidente da CCDRC, Comissão de Coordenação e desenvolvimento da Região Centro, a Rui Marqueiro? Como se sabe, o posto, até há cerca de um mês, foi ocupado por Jorge de Brito e que, manifestando descontentamento, regressou à CIM, Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, onde era secretário executivo.

A questão em cima da mesa é que a vacatura deixada por Jorge de Brito tem de ser homologada, através de eleição, pela maioria dos presidentes de Câmara pertencentes à CIM. Ou seja, se Marqueiro for aprovado, num momento em que o futuro se apresenta complicado, sobretudo por uma queixa a decorrer no Ministério Público por prevaricação, é a melhor altura para sair de vez da Câmara Municipal da Mealhada. Marqueiro, com 69 anos, demonstra algum notório cansaço e declaradamente farto de levar pancada e punhalada pelas costas, até provindas de gente que lhe jurou fidelidade.

E, pelos vistos, ninguém lhe leva a mal. Muitos dos seus prosélitos, com lencinhos brancos a serem agitados no ar, abrem-lhe a porta e a oposição em bloco, desde a direita à esquerda, à espera de uma oportunidade, batem palmas.

Mas há mais, meu amigo… Fique a saber que o antigo vereador e presidente da Fundação Mata do Buçaco, Fernando Jorge Franco, está a juntar tropas para avançar e conquistar a autarquia mealhadense. E nada o demove, até porque os apoios, sobretudo dos socialistas descontentes, são mais que muitos.

Se Marqueiro for ratificado para vice da CCDRC, Franco será o cabeça de cartaz dos socialistas. Se a coisa correr mal lá na Comissão e Marqueiro teimar em concorrer à edilidade, Jorge Franco pode avançar à frente de um movimento de cidadãos. Ao que parece, a concelhia socialista, reconhecendo mérito ao novo anunciado, esta semana, até já o baptizou com o ungido de sagração de bom candidato, está com os olhos em Deus a orar para que o processo corra bem a Marqueiro.”

Agora sou a eu a falar. Esta andorinha é completamente marada, não acham?


MEALHADA: O FUTURO DOS MUNICÍPIOS APÓS A PANDEMIA

(Imagem do Jornal da Bairrada)




O debate, “O futuro dos municípios após a pandemia”, patrocinado pela Câmara Municipal da Mealhada, foi realizado ontem, 3 de Fevereiro, no Teatro Messias. Sem assistência de público e com transmissão directa via Internet, estavam em palco os presidentes das Câmaras, Municipal de Lisboa, Fernando Medina, Municipal do Porto, Rui Moreira, e Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro. A moderação foi entregue a Fátima Campos Ferreira, jornalista da RTP e responsável pelo programa Prós e Contras, enterrado, há cerca de três meses, no cemitério mediático em mausoléu dourado com dezanove anos de holofotes, com gosto e a contra-gosto.

O tema, em torno do PRR, Plano de recuperação e de Resiliência, e da chamada Bazuca em que se apontam para cerca de 60 mil milhões de euros vindos da Europa, ao longo dos próximos cinco anos, para recuperar Portugal, sendo de grande actualidade e passível de preocupação social, tinha tudo para correr bem. Mas, como em tudo na vida, como no ditado popular, onde se coloca toda a maior esperança é onde reside a probabilidade de maior desilusão. E o aforismo concretizou-se.

Marcado para as 20h00, começou dez minutos depois, nada de maior, pensei para com meus botões, é o velho e caduco costume académico a chegar à Mealhada. Não deveria ser, tentei argumentar em solilóquio, afinal, em pequenas manifestações de vontade, até há sinais da cidade do leitão, a minha sede de concelho, querer liderar o presente em direcção ao futuro.

E tomei nota do segundo percalço. A minha diva vinda Lisboa, envolvida na plumagem de estrela, Fátima Campos Ferreira, a abrir o evento, deu a palavra a Fernando Medina, presidente da edilidade lisbonense, quando, por responsabilidade anfitriã, deveria ter atribuído a recepção laudatória a Rui Marqueiro.

Porra, Porra! Isto parece fadado para não correr bem. Pode ser que não, contemporizei a minha ansiedade.

Foi então que, progressivamente, me comecei a aperceber que o jogo, apresentado para ser a três, afinal, era só a dois. Como num jogo de pingue-pongue, Fátima, como um árbitro viciado, ora passava a bola a Medina ora a Moreira. E os dois ases da política nacional não se fizeram rogados. E falaram, falaram. E voltaram a falar dos seus imensos problemas em lidar com as leis urbanísticas. Moreira foi ao ponto de insultar - ou pelo menos foi deselegante - os cidadãos que, com razão ou sem ela criticam o poder autárquico. Ou seja, uma discussão que deveria incidir essencialmente nas consequências sociais e económicas sobre os munícipes, sobre as pessoas nos próximos cinco anos, o diálogo tornou-se em algo fastidioso e intragável onde ressaltava a política pura e dura dos dois tubarões, mais interessados em espalhar charme e demagogia, como se já estivessem em campanha eleitoral.

Foi patético assistir ao que se passou no magnífico Teatro Messias. As imagens chegaram a mostrar Rui Marqueiro a roer as unhas, certamente não seria de alegria.

Mas umas perguntas emergem: por que não levantou o dedo em riste à apresentadora e reivindicou a defesa do seu lugar? Ou, por exemplo, nas cerca de três vezes que teve a palavra, poderia ter prolongado a dissertação e tentado capitalizar o seu envolvimento, por que não o fez? Goste-se ou não da forma política como se apresenta o actual presidente da Câmara Municipal aos seus munícipes, duas coisa ninguém lhe pode retirar: a sua vasta experiência política e o seu muito saber sobre direito autárquico. Insisto: por que não defendeu ali o seu lugar?

Bom, sempre podemos especular que procurou não dar nas vistas, o que é uma razão de peso. Mas, em boa verdade, esse abatimento acabou por recair na sua pessoa como um ónus.

Sendo honesto intelectualmente, se a culpa deste desaire não deve ser atribuída por inteiro ao líder da edilidade mealhadense, é também certo que o organizador se pôs a jeito ao convidar as duas maiores estrelas polares da política autárquica nacional. Talvez não prevenisse que o intenso brilho emanado dos seu alter-egos mediáticos o iriam ofuscar completamente. Mas, com a conivência da jornalista da RTP, foi isso mesmo o que aconteceu.

Por que razão não optou Marqueiro por convidar os presidentes das câmaras em redor da Mealhada? Uma pergunta que só ele poderá responder. Mas, avento, provavelmente teria pensado que assim chamaria mais pessoas a visionar o acontecimento e, por outro lado, dar-lhe ia uma maior importância no meio dos dois grandes. Fosse assim, ou assado, não deveremos ter vergonha de sermos pequenos. Somo-lo com muito orgulho.


terça-feira, 2 de março de 2021

ONTEM FUI VACINADO. E DEPOIS, O QUE ACONTECEU?

(imagem da Web)



Ontem levei a primeira dose da vacina Astrazneca contra o Covid-19, no Pavilhão Mário Mexia, em Coimbra.

Sob direcção de Rui Nogueira, médico na USF do Norton de Matos e presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e familiar, pareceu-me tudo muito bem organizado e a decorrer sobre o âmbito da normalidade.

Reparei no ambiente cordato, simpático, com sorrisos nos rostos, e de festa que parecia emanar dos profissionais de saúde.

Também nos candidatos à vacinação era perceptível alguma euforia. Era assim como se fossem fazer a primeira Comunhão.

Quanto a efeitos secundários, nada de maior, mas tive alguns. Durante a noite fui acometido de febre e muito frio. Durante o dia de hoje, Terça-feira, voltei a acusar febre e falta de apetite. Mas nada que um comprimido Ben-u-ron não resolva – isto mesmo foi aconselhado em caso de temperaturas corporais acima do normal aquando da toma da vacina.

Vamos todos ficar bem! Vai calhar a vez a todos. Tenhamos esperança.

 

segunda-feira, 1 de março de 2021

MEALHADA: UMA LUZ PARA A VIDA DE ADRIANO

 

(imagem da Web)




Conforme é público, tudo começou com dois desabafos de um cidadão de nome Adriano Ribeiro, residente na Mealhada, e publicado no dia 23 e 24 do mês transacto no Facebook.

Num português legível, Ribeiro começava por pedir desculpa a alguém que se sentisse ofendido por contar um pouco da sua história. Dizia que há doze anos atrás vivia numa casa de renda, mas como ficou desempregado não tinha meios para pagar a mensalidade. Então a madrinha deu-lhe um barracão, que, para além das quatro paredes não tinha mais nada, para viver com a sua filha mais velha – agora são três crianças. Arranjou trabalho e, sem ajuda, foi fazendo os melhoramentos sozinho. Hoje, graças ao seu transpirado suor, não lhe falta nada… Isto é, à excepção de energia eléctrica, que até agora, através de um cabo, vinha da casa de sua mãe.

Mas alguém fez queixa, e até ao dia 26 de Fevereiro, há quatro dias, por imposição superior, presume-se que a E-Redes, o cabo eléctrico teria de ser desligado.

Eu não estou a pedir que a câmara me pague nada, apenas que me ajude a tentar solucionar o meu problema ... Obrigada a todos e as minhas sinceras desculpas”, concluía Adriano Ribeiro, no Facebook.

Logo a seguir, no calor da notícia, a publicação foi objecto de mais de uma centena de gostos, mais de uma centena de comentários e de mais de uma dezena de partilhas.

Mas passados cinco dias, como ciclone que passou e desapareceu no horizonte, aparentemente, estava nas catacumbas do esquecimento. Não é bem assim. Sendo mais preciso, não estava porque cerca de uma dezena de comentadores que se interessaram pelo caso e também alguns vereadores ligados à maioria e à oposição continuavam a trabalhar na sombra.

Por linhas travessas, embora sem confirmação, vim a saber que Hugo Alves Silva, vereador sem pelouro do movimento Juntos pelo Concelho da Mealhada (mJPCM), tencionava abordar hoje, Segunda-feira, o problema na primeira Reunião de Câmara do mês.


O QUE DISSE O LÍDER DO mJPCM?


Abordado Hugo Alves Silva e interrogado se tinha levado o assunto ao Executivo e, a ser verdade, como tinha corrido, respondeu Hugo:

Eu julgo que os serviços municipais ficaram com uma ideia clara das necessidades.

Pressenti que por parte da senhora Chefe de Divisão de Gestão de Urbanismo havia vontade de cooperar, tentando apontar caminhos legais a percorrer.


MAS A MAIORIA NÃO DISSE TUDO…


De uma fonte camarária, que pediu o anonimato, consegui saber que a maioria no executivo, perante este caso que devia chocar todos, evitando a dimensão social, não dorme em serviço. Ou seja, na reunião não disse tudo o que sabia, nem disse tudo o que tinha feito até aí.

Segundo o meu informador, logo na terça-feira, dia 23 à noite, logo que viu a publicação, o vereador Nuno Canilho, vereador da Acção Social, diligenciou junto da acção social e, além de mais, contactou Adriano Ribeiro, actualmente a trabalhar em Espanha.

Também fui informado que, nos dias subsequentes, Arminda Martins, vereadora com o pelouro da Fiscalização e Gestão de Obras Municipais por empreitada ou administração direta, também comunicou com o munícipe. E que está já tratar de resolver o problema.

Quando interrogo a minha fonte se vai haver solução, enfatiza: “a vereadora Arminda Martins, que é engenheira civil, está com o dossier em mãos. Pela sua competência, sei que está mesmo a resolver o assunto. De qualquer forma a Senhora Chefe de Setor da Ação Social e a Diretora da Adelo, Sónia Coelho (a Adelo tem a incumbência do Serviço de Acompanhamento e Atendimento Social - em articulação com a Segurança Social naquela área especifica) estão a acompanhar a situação. Atente-se, porém, a legalização da habitação tem um conjunto de problemas associados. Aquela zona não é área urbana, o terreno ainda está em nome de um familiar que lhe fez uma promessa de doação do terreno.

Sei que vai ser feita, nomeadamente, uma visita ao local por parte dos técnicos municipais e a recolha de toda a informação possível que ajude a deslindar a dimensão jurídica e legal. Compreenda-se, no entanto, que a Câmara Municipal não tem autoridade para validar violações do Plano Diretor Municipal, nem assumir qualquer ação ou decisão contrária à lei.


NOTA DE RODAPÉ: Por lapso, tomei o Senhor Adriano Ribeiro como sendo de etnia cigana. Não é. Ao próprio e aos leitores as minhas desculpas.