domingo, 21 de fevereiro de 2021

BARRÔ: UMA VIA PROFUNDAMENTE DEPRIMIDA




O estado físico dela nunca foi grande coisa. É certo que a idade não perdoa. É velhinha, muito velhinha. Durante todo o século antecedente, como caminho de terra batida, era percorrida por carros de bois e carroças de burros. Eram estes transportes, individuais e colectivos, que faziam a ponte entre as terras do Ribeiro e a Lapa do Sino e os celeiros das gentes de Barrô e das gentes das Lameiras – de São Pedro, Santa Eufémia e São Geraldo.

À medida que os costumes rurais foram evoluindo, os carros de tracção animal foram sendo substituídos por potentes máquinas agrícolas. Por outro lado, por encurtar caminho entre Barrô e Luso, o tráfego automóvel aumentou desmesuradamente.

Em data que não lembramos, mas que pensamos ter sido há cerca de vinte anos, foi colocado um tapete betuminoso às três pancadas como sói dizer-se. Há quem diga que o falecido Homero Serra, anterior presidente da Junta de Freguesia de Luso, tentou encetar negociações com os proprietários confinantes para que a estrada fosse alargada, mas os vizinhos não autorizaram.

Nessa altura, para remediar, a velha estrada foi então alcatroada sem grandes cuidados, como quem diz, sem valetas laterais, sem tubagem, manilhas, a atravessá-la para encaminhar as águas para o rio, cujo leito dista sensivelmente uma centena de metros.

Resultado de tudo isto? A deterioração rápida do asfalto. É certo que Claudemiro Semedo, o actual líder da Junta de Freguesia de Luso, dentro das suas possibilidades - acreditamos – lá tem feito o que pode. Isto é, volta e meia, lá vai mandando pessoal da junta e uma carrinha de caixa-aberta para tapar os buracos. Mas como aquilo é como tentar remendar uma colcha de linho podre, o resultado só pode acabar na mesma. Disse-nos também Claudemiro que a responsabilidade pelo tapete betuminoso é da responsabilidade da autarquia.

Desde há uns meses que o caminho que falamos se encontra em estado decrépito. Os buracos, em forma de cratera, fazem lembrar as picadas na selva africana.

Então, esta semana, com a depressão Karim, acompanhada de muita chuva, com lençóis de água e muita lama, o seu estado é mesmo calamitoso. Como se sabe esta via rural é também muito utilizada para os habitantes da área fazerem caminhadas. Então, para quem quiser apreciar, é vê-los a saltitar por entre os buracos e as poças de água como se jogassem à “macaca”.

Não é a primeira vez que escrevemos sobre este assunto. No ano passado, até já enviámos uma comunicação à Junta de Freguesia de Luso e à Câmara Municipal da Mealhada. Como é que ficamos? Vai tudo continuar igual?





 

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