A semana passada, escrevi a crónica “Redes e muros separadores entre o poder e o
povo”. Por desconhecimento não referi que o vereador da CDU, Francisco
Queirós, recebe cerca de uma dezena de munícipes por marcação às
quintas-feiras. No ano transacto, de 2014, este edil e vereador da habitação da
Câmara Municipal de Coimbra atendeu cerca de 500 cidadãos, oficialmente com
ficha e registo mas muitos mais passaram no seu gabinete. Fica feita a emenda.
Ao visado, Queirós, as minhas desculpas, mas não o referi por que não tinha a informação.
segunda-feira, 4 de maio de 2015
sábado, 2 de maio de 2015
O QUE É QUE SE PASSA COM A RECOLHA DE LIXO?
Hoje, Sábado, dia da Flor e da Planta e com o
certame a realizar-se entre a Praça 8 de Maio e o Largo da Portagem, a Baixa,
na generalidade, mostrou-se a quem cá mora e desenvolve a sua actividade e a
quem veio de novo, cheia de detritos em vários pontos desta zona histórica. Sem
ter a certeza de que houve recolha, fosse por ter sido ontem feriado do Dia do
Trabalhador, ou não, a verdade é que o lixo permaneceu, durante todo o dia, a
céu-aberto nesta cidade declarada Património Mundial pela Unesco. São estes pormenores
que borram a pintura toda.
O QUE DIZ O VEREADOR?
Carlos Cidade, vereador do Ambiente,
confrontado com a realidade dos resíduos não terem sido recolhidos e partilharem
a céu-aberto a mesma atmosfera de festa da feira da planta, esclareceu o
seguinte: “o facto do primeiro de Maio,
Dia do Trabalhador, ter sido feriado criou algumas dificuldades acrescidas.
Depois, como não foram recolhidos antes, por uma questão de poupança de meios,
aguardou-se o final do dia que coincidiu com o términos da feira da flor.”
UMA BAIXA A ALTO GÁS E UMA BAIXINHA SEM GÁS NENHUM
São cerca de 15h00 em qualquer marcador de
tempo na Baixa de Coimbra. É Sábado, dia 02 de Maio do ano de 2015. O dia está
solarengo e o Sol promete um aconchego na alma a quem se aventurar nas ruas.
Com organização da Câmara Municipal de Coimbra, entre a Praça 8 de Maio e o
Largo da Portagem, está a realizar-se a 7.ª edição da festa da Flor e da
Planta. Este trajecto consignado para este certame, a pedir mudança e já há
muito inalterável pelos serviços municipais, está prenhe de transeuntes. Os
muitos vendedores presentes, perante tanta afluência de público, parecem
vender. A Maria João e a Maria do Rosário, mais conhecida por “Marquitas” e
minha conterrânea, ambas trajadas a preceito e em representação do Grupo
Folclórico e Etnográfico do Brinca, parecem satisfeitas com o negócio e esta
apresentação de doces e produtos regionais. Mais acima, sem ligação ao que se
passava em baixo, a dois passos e apenas separada pelo Arco de Almedina, depois
de interrompido durante cerca de dois anos, decorria a segunda edição do “Mercadinho”
do Quebra-Costas”.
Na Rua Eduardo Coelho, o Francisco Veiga, a Áurea e a Célia, todos comerciantes nesta artéria, estão a cavaquear, de braços cruzados e à porta da sapataria da Célia. Desde a manhã que o movimento nestas vias pedonais é diminuto. Sem o dizerem, é fácil de adivinhar que se sentem discriminadas, cartas fora do baralho, pela continuada (má) decisão dos serviços camarários estipularem unicamente as ruas largas para realizar eventos que podem contribuir para desenvolver a Baixa. Por que razão é que a Câmara Municipal trata uns como filhos e outros como enteados? A edilidade estará mesmo interessada em revitalizar esta área tradicional no seu todo? Nunca os anteriores presidentes estiveram preocupados com esta questão e, pelos vistos, o actual segue a mesma doutrina. É uma pena não haver ao menos alguém que veja mais longe do que o alcance do seu olhar. Lamentável! Depois admiram-se de na Noite Branca, como nesta última, exceptuando as vias da calçada, somente sete lojas comerciais permanecerem abertas entre as Ruas Sargento-Mor e da Louça. Depois queixam-se que os comerciantes não aderem às iniciativas. Como? Fazendo destes operadores gato-sapato? Querem colaboração “pro bono”? Como? Se nos outros dias de fartura, de grandes festas, não há alguém que se distinga e rompa com esta declarada ostracização e se preocupe com quem cá está?
Na Rua Eduardo Coelho, o Francisco Veiga, a Áurea e a Célia, todos comerciantes nesta artéria, estão a cavaquear, de braços cruzados e à porta da sapataria da Célia. Desde a manhã que o movimento nestas vias pedonais é diminuto. Sem o dizerem, é fácil de adivinhar que se sentem discriminadas, cartas fora do baralho, pela continuada (má) decisão dos serviços camarários estipularem unicamente as ruas largas para realizar eventos que podem contribuir para desenvolver a Baixa. Por que razão é que a Câmara Municipal trata uns como filhos e outros como enteados? A edilidade estará mesmo interessada em revitalizar esta área tradicional no seu todo? Nunca os anteriores presidentes estiveram preocupados com esta questão e, pelos vistos, o actual segue a mesma doutrina. É uma pena não haver ao menos alguém que veja mais longe do que o alcance do seu olhar. Lamentável! Depois admiram-se de na Noite Branca, como nesta última, exceptuando as vias da calçada, somente sete lojas comerciais permanecerem abertas entre as Ruas Sargento-Mor e da Louça. Depois queixam-se que os comerciantes não aderem às iniciativas. Como? Fazendo destes operadores gato-sapato? Querem colaboração “pro bono”? Como? Se nos outros dias de fartura, de grandes festas, não há alguém que se distinga e rompa com esta declarada ostracização e se preocupe com quem cá está?
A BALBÚRDIA DOS VALORES
Passos Coelho, Primeiro-ministro de Portugal,
inaugurou nesta última quinta-feira uma queijaria em Aguiar da Beira. Na assistência
um homem demasiadamente conhecido pelos portugueses, Manuel Dias Loureiro,
natural da terra onde discursava Passos, agora empresário de sucesso. Anteriormente advogado em Coimbra desde 1978 e durante
muitos anos, ministro da República nos dois últimos governos de Cavaco Silva,
enquanto primeiro-ministro do país. Mas o ser conhecido
pelos portugueses não vêm do facto de ser um empresário bem-sucedido em
Portugal e Cabo Verde, advém de, alegadamente e segundo a Esquerda.Net ligada ao Bloco de Esquerda, ser um dos
principais responsáveis do BPN, que teria causado aos portugueses um prejuízo
acima dos 4.700 milhões de euros e, pelo menos até agora e tanto quanto se sabe,
não indiciado pela justiça. Segundo os jornais, Passos Coelho, dando pelo
ex-ministro à sua frente, desatou a elogiar a sua capacidade e disse o
seguinte: “Conheceu mundo, é um
empresário bem-sucedido, viu muitas coisas por este mundo fora e sabe, como
algumas pessoas em Portugal sabem também, que se nós queremos vencer na vida,
se queremos ter uma economia desenvolvida, pujante, temos de ser exigentes, metódicos.
Concluiu ainda, “cada dinheiro que é
aplicado tem de render o suficiente para pagar a quem investiu, a quem forneceu
esse financiamento, a todos aqueles que participam no processo produtivo”.
Ora, fazendo perguntas, comecemos pelos
portugueses. Devido ao escândalo BPN-BPP, o Governo chamou ao Estado as
chamadas imparidades daquele banco privado e, subindo desmesuradamente os
impostos, indirectamente fê-las repercutir nos cidadãos. Como teriam percebido
os nacionais que, nos últimos anos, em resultado de um esbulho fiscal para
compensar o crédito mal-parado dos bancos levou à perda de emprego e consequente
diminuição de rendimentos, viram as suas vidas viradas de avesso? Lembro que
milhares de nacionais perderam as suas casas, os seus carros, as suas famílias –é
preciso dizer que, provavelmente, muitas das mortes ocasionadas em cenário de
violência doméstica resultam da desagregação das famílias por causa da falta de
meios mínimos de sobrevivência. Nestes últimos oito anos, centenas, senão
milhares, de suicídios tiveram a sua razão directa na austeridade imposta pelo
anterior governo de Sócrates e este agora de Passos Coelho.
Perante o encómio do chefe do
governo ao ex-ministro, como se teriam sentido? Petrificadas? Com ódio a este sistema sem
vergonha e que, pelo que se viu ali, representa o modelo contrário, a falência
total dos valores tal como os mais velhos os reconhecem? Sentiram-se vítimas de
estupro?
Do ponto de vista de análise, como é que se
pode entender este discurso do Primeiro-ministro? Bajulação ao homem-forte e
grande capitalista? Reconhecimento de alguém que anteriormente, a seu tempo, o
ajudou a tomar o poder? Inabilidade política e falta de estaleca do líder
governamental?
São perguntas que por agora ficam
sem resposta, mas os portugueses desta década não esquecem o que aconteceu e o
que, aos seus olhos, continua.
sexta-feira, 1 de maio de 2015
A LIBERTINAGEM E O DESVALOR DA DIGNIDADE DA PSP
1-A noite passada, na Rua Ferreira Borges foram furtadas
duas grelhas rectangulares em ferro que servem de escoamento às águas pluviais.
Segundo um comerciante da mesma artéria que pediu o anonimato, “alegadamente isto foi obra da estudantada
que, nesta altura das festas académicas, faz o que lhe dá na real gana e
ninguém lhe põe cobro”.
Quem visitar e percorrer o Jardim da Sereia
corre o risco de se assustar com o grau de destruição patente em todo o
recinto. São estátuas em pedra amputadas com selvajaria, sem cabeça, sem braços,
sem pernas, sem pés; são vasos enormes cerceados completamente pela base e
outros pela metade que desapareceram; são azulejos, presumivelmente do século
XVIII, arrancados a esmo e manifestamente com recurso a martelo e a ponteiro.
Depois de ser todo restaurado durante um ano
por Victor Eliseu, o presépio de Cabral Antunes foi exposto em 2005, do lado de
fora da Câmara Municipal e a vinte metros da esquadra da Polícia de Segurança
Pública (PSP), em período de eleições e por ordem de Carlos Encarnação, na
altura, o pretor urbano da cidade. Nos meses de Dezembro dos anos seguintes, raro foi o Natal em
que não foi rebentada a caixa de esmolas e escassa foi a quadra em que as imagens
não foram vandalizadas. Em 2008, como que a provar que a pedofilia é muito mais
do que atracção física entre adultos e crianças e que também pode ser por uma figura
de bebé em barro, furtaram a imagem do Menino Jesus. Salienta-se que media
cerca de oitenta centímetros. Nunca apareceu. Quando se deveria combater esta
anormalidade com eficácia, cedeu-se ao vândalo costume criminoso e, fugindo,
colocaram-se as imagens gigantes dentro do hall
de entrada da autarquia. Em 2013, num gosto duvidoso e mais uma vez falta de
afirmação na luta contra o crime, o presépio passou a ser mostrado numa montra
do Museu do Chiado, na Rua Ferreira Borges. A sorte destes decisores é Cabral
Antunes estar impossibilitado por morte do próprio, caso contrário, ainda
atirava com os bonecos à cabeça desta gente.
Todos os anos, por altura da festa da Queima
das Fitas, são destruídos na cidade diversos bens económicos e furtados sinais
de trânsito e outros valores que custam aos privados e ao erário público
milhares de euros. A libertinagem veio para ficar. Perante esta devassidão social
a Universidade –que, indirectamente, é corresponsável- continua a fazer de
conta que não vê. O executivo actual da Câmara Municipal faz que não enxerga e pactua com o ridículo. Mais, para mostrar que é melhor
que os anteriores e para manietar uma certa esquerda alinhada pela manifestação
artística, esta semana, abriu o saco das moedas de ouro e distribui verbas “à la garder” para a cultura, mas não se
conhecem medidas para combater e remediar o vandalismo crescente na urbe.
Entretanto, por que a cultura é considerada erudita e só para alguns, a cidade
continua a assobiar para o ar e assiste sem um queixume. Que adultos esperamos destas crianças?
2- Ontem, com pompa e circunstância, a PSP comemorou 137 anos,
na Praça do Comércio, e recebeu no Salão Nobre a Medalha de Ouro da Cidade.
Segundo o Diário de Coimbra (DC), “O comandante distrital da PSP aproveitou as
comemorações do 137º aniversário do comando para destacar a “extrema necessidade de sensibilizar os
vários níveis de poder para as exigências que se colocam ao serviço policial e
para a necessidade de dotar este comando com condições para poder responder bem
aos desafios. Pedro Teles salientou que as condições passam pelo “reforço e
qualidade dos equipamentos” mas também “pela motivação do pessoal e a sua
valorização e por conferir uma maior “funcionalidade e dignidade” às
instalações de Coimbra (2ª Esquadra e Esquadra de Trânsito) e Figueira da Foz,
que “apresentam deficiências extremas, caracterizadas por uma profunda falta de
condições a todos os níveis”, alertou.”
Na mesma cerimónia Manuel Machado, presidente da Câmara Municipal, e continuando a citar o DC, sublinhou a “conduta
cívica” que os agentes de autoridade manifestam sempre que são chamados a
actuar. A PSP tem contribuído para que Coimbra seja uma “cidade de paz”, o que estimula a visita e serve de impulso à
actividade económica.”
Com todo o respeito pelas declarações dos dois intervenientes,
cada um afirmou o que mais lhe convém e pode ser dito publicamente. Já há muito
tempo e sobretudo nos últimos anos, a meu ver, os sucessivos comandantes
distritais da PSP de Coimbra declaram apenas o que podem. Ou seja, não sendo políticos,
pela inerência do cargo, não são livres de dizer o que pensam e, por essa limitação,
acabam a fazer o jogo do poder. Talvez por isto mesmo perdoe a Pedro Teles a omissão
de não ter declarado que, passados quase um século e meio, a PSP, aos olhos dos
cidadãos, é uma corporação que tem vindo intencionalmente a ser ultrapassada
por outras forças e desvalorizada pelos sucessivos governos das últimas décadas.
A desmotivação desta polícia é uma evidência –isto foi aflorado por Pedro
Teles-, em completo prejuízo para as populações citadinas. Orientada por um
sistema judicial, enviesado e desequilibrado onde as leis são doutrinadas para
a poupança do Estado, mais preocupado com os direitos dos detidos do que das
vítimas e de quem arrisca a vida para salvaguardar pessoas e bens, o futuro
apresenta-se pouco risonho. Talvez se entenda porque liguei o aniversário desta
ordem policial ao vandalismo da cidade. Muitos parabéns à PSP e, sobretudo, a
todos os agentes que, colocando em risco a sua integridade, se esforçam por
manter a segurança.
UM COMENTÁRIO RECEBIDO SOBRE...

SuperFebras deixou um novo comentário
na sua mensagem "QUANDO A MISÉRIA PAGA TAXA":
Amigo:
Não quero que fique a pensar que a minha opinião é que vale e as coisas aqui são melhores. Ou piores. Apenas diferentes. E é com muita pena que escolho, de livre vontade, viver no Canadá.
Por cá os bancos também metem a mão nos bolsos dos clientes, mas com menos ousadia! Continua a estar certo o velho ditado… Sabe, aquele sobre mudar de moleiro? A única diferença é que os moleiros de hoje de enfarinhados só têm as narinas.
Porém, aqui, quando recebemos um cheque do governo, este contém no verso a informação, e bem visível, que nenhuma instituição pode cobrar por -ou recusar cambiar mesmo- não ter conta bancária. Aliás, não é sequer necessário.
E já que falamos em finanças, está novidade, se é: os ministros das finanças do Ontário e do Quebec são os dois Portugueses! E Liberais!
Neste dia que não se comemora por aqui, restos da guerra fria, pois nos custou a conquistar o direito de o poder celebrar um abraço "proletarizado".
Álvaro José da Silva Pratas Leitão
Bradford, Ontário
Canadá
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